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Ano mágico

30-12-2014 | 04:53
Por Liga Nacional de Basquete

Domínio continental, título mundial e parceria da Liga Nacional de Basquete com a NBA: 2014 foi só alegria para o basquete brasileiro dentro e fora das quadras

Pode-se dizer que o ano de 2014 foi mágico para o basquete brasileiro. Com uma série de acontecimentos muito importantes, tanto dentro como fora das quadras, a modalidade da bola laranja viveu um momento especial em 2014 e teve grande destaque no Brasil.

Logo no mês de março, o Flamengo estendeu o domínio do país no cenário latino-americano. Ao se sagrar campeão da Liga das Américas, com vitória na grande decisão brasileira frente ao Pinheiros/SKY, em um Ginásio do Maracanãzinho completamente lotado, o clube rubro-negro garantiu o terceiro título consecutivo do Brasil em torneios continentais. Antes, o Pinheiros havia conquistado a edição anterior da Liga das Américas, e o UniCEUB/BRB/Brasília venceu a Liga Sul-Americana no final de 2013.

Mesmo com o inédito título da principal competição interclubes do continente, o Flamengo não diminuiu o ritmo e voltou a se sagrar campeão do NBB. Dono da melhor campanha na fase de classificação, o time dirigido pelo técnico José Neto justificou o favoritismo e chegou à Final. Nas quartas de final, a equipe rubro-negra passou pelo Paschoalotto/Bauru e, depois, na fase de semifinais enfrentou a grande surpresa da temporada.

Após garantir a 12ª colocação na última rodada da fase de classificação, o Mogi das Cruzes/Helbor se tornou a primeira equipe a terminar a primeira etapa da competição em tal posição e chegar às semifinais. Para isso, o esquadrão do Alto do Tietê eliminou o poderoso Pinheiros/SKY nas oitavas de final, por 3 a 1, e o Winner/Limeira nas quartas de final, por 3 a 2, depois de estar perdendo a série por 2 a 0.

O duelo entre Flamengo e Mogi por uma vaga na Final foi emocionante e provou quão grande está o equilíbrio do NBB. Os paulistas chegaram a vencer uma das duas partidas no Rio de Janeiro e chegaram para os dois jogos em casa com chance de fechar a série. Foi então que Marquinhos, Marcelinho, Laprovittola e cia. provaram sua força e venceram os dois duelos realizados no Ginásio Professor Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes, mesmo com presença massiva da torcida local.

Pela frente na briga pelo posto de campeão, o esquadrão carioca teve o Paulistano/Unimed pela frente. Segundo colocado da fase de classificação, o time da capital paulista derrubou os tradicionais Franca Basquete e São José/Unimed nas quartas e semi, respectivamente, e chegou à Final do NBB pela primeira vez na história.

O duelo entre o atual campeão e o estreante na decisão foi eletrizante e decidido apenas no fim. Diante de mais de 16 mil pessoas na HSBC Arena, o clube da Gávea mostrou mais poder de decisão e garantiu seu terceiro título do maior campeonato de basquete do país, o segundo de maneira consecutivo. Pelo terceiro ano seguido, o jogo que definiu o campeão do NBB foi transmitido ao vivo pela TV Globo.

Outro fato marcante no NBB 6 foi o Jogo das Estrelas 2014. Assim como nas cinco edições anteriores, o evento festivo foi um grande sucesso. Desta vez realizado na cidade de Fortaleza, no Ginásio Nilson Nelson, a festa contou com a realização dos Torneios de Enterradas e 3 pontos e o Desafio de Habilidades. Mas, como sempre, o ponto alto foi o grande duelo entre NBB Brasil e NBB Mundo, que contou pelo quarto ano seguido com transmissão ao vivo da TV Globo.

O confronto entre os melhores jogadores brasileiros e estrangeiros da competição voltou a ser vencido pelo time verde-amarelo. Mais uma vez com grande atuação do ala Alex, que foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) da partida pelo segundo ano seguido, o NBB Brasil venceu o duelo frente aos “gringos”, por 126 a 116, e estendeu a liderança no confronto para 3 a 1.

Ainda no primeiro semestre, o basquete brasileiro teve uma novidade: a disputa da Liga Ouro 2014. Divisão de Acesso ao NBB, a competição contou com a participação de quatro times e teve duração entre os meses de março e maio. No final das contas, o campeão foi o Rio Claro Basquete, que garantiu seu lugar na elite da modalidade da bola laranja no país para a temporada 2014/2015.

Logo depois do término do NBB, o basquete brasileiro teve motivos de sobra para se orgulhar. Na noite do dia 26 de junho, o ala Bruno Caboclo foi selecionado na 20ª posição do Draft da NBA pelo Toronto Raptors e se tornou o primeiro jogador a sair da LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete) direto para a competição norte-americana.

Então com 18 anos, Caboclo teve grande destaque na edição de 2013 do campeonato Sub-22 e despertou o interesse de maior liga de basquete do planeta. Com médias de 14,5 pontos, 6,9 rebotes e 2,4 tocos em 31 partidas disputadas na competição, o garoto liderou o Pinheiros ao terceiro lugar na competição realizada pela Liga Nacional de Basquete em parceria com o Ministério do Esporte e, seis meses depois, chegou à NBA.

“Nessas três edições já realizadas, mais de 60 atletas já se desenvolveram para as equipes principais que atuam no NBB. O Caboclo foi mais uma das grandes revelações que a LDB já proporcionou ao basquete brasileiro”, comentou o vice-presidente da LNB, João Fernando Rossi. “O fato da NBA também estar de olho nessa competição é a prova de que a LDB é fundamental para o futuro do basquete brasileiro e estamos a cada temporada investindo mais para que o campeonato sub-22 continue crescendo”, disse o dirigente.

Entre o final de agosto e o início de setembro, a Seleção Brasileira roubou todos os holofotes da modalidade da bola laranja no país com disputa da Copa do Mundo 2014, na Espanha. Sob o comando do argentino Rubén Magnano, a equipe verde-amarela contou com a participação de cinco jogadores que atuaram na temporada 2013/2014 do NBB – o número ainda sobe para seis se Rafael Hettsheimeir, contratado pelo Paschoalotto/Bauru, for incluído.

Na primeira fase, os brasileiros tiveram um grande desempenho. Com direito a expressivas vitórias sobre Franca e Sérvia, a equipe nacional ficou com a vice-liderança do Grupo A e, por ironia do destino, teve a rival Argentina pela frente nas oitavas de final. Depois de sofrer uma série de eliminações em torneio internacionais para os “hermanos”, a Seleção Brasileira deu o troco em grande estilo e passou às quartas de final. Na briga por um lugar nas semifinais, o Brasil reencontrou a Sérvia e desta vez levou a pior.

Mesmo com a eliminação diante do país europeu, a Seleção Brasileira teve uma campanha honrosa na principal competição de basquete do planeta. Depois de 12 anos, o país voltou a ficar entre os oito melhores de um Mundial ao fechar sua participação em solo espanhol com a sexta colocação – melhor desempenho nos últimos 24 anos.

Logo na sequência da Copa do Mundo foi a vez de a realização de outro mundial, o interclubes. Campeão da Liga das Américas no primeiro semestre, o Flamengo ficou frente a frente com o Maccabi Tel-Aviv (Israel), dono do título da edição anterior da Euroliga, para a disputa da Copa Intercontinental de Clubes.

Assim como no ano anterior, com o duelo entre Pinheiros/SKY e Olympiacos (GRE) realizado em Barueri (SP), a decisão do título mundial de clubes aconteceu em solo brasileiro, desta vez sob o mando do Flamengo, na HSBC Arena, no Rio de Janeiro, nos dias 26 e 28 de setembro. Com o formato mantido, os times disputaram duas partidas e em caso de uma vitória para cada lado o saldo de cestas decidiria o campeão. E foi justamente isso que aconteceu.

No primeiro jogo, sob o comando de um endiabrado Jeremy Pargo, o time israelense ficou com a vitória, pelo apertado placar de 69 a 66. Então, a disputa chegou para seu ato final com os brasileiros precisando de uma vitória por no mínimo quatro pontos para se sagrar campeão. No comando do placar durante todo o jogo, os bicampeões do NBB mostraram muita frieza e alto nível técnico para vencerem a segunda partida, por 90 a 77, e garantirem o histórico título ao lado de sua fervorosa torcida, que lotou e fez muita festa na HSBC Arena.

Depois de colocar o basquete brasileiro no topo do mundo depois de 35 anos, o Flamengo voltou a fazer história. No mês de outubro, o time dirigido pelo técnico José Neto se tornou o primeiro do país a disputar a pré-temporada da NBA. Em solo norte-americano, o clube rubro-negro encarou Phoenix Suns, Orlando Magic e Memphis Grizzlies e, mesmo com três derrotas, colocou o basquete verde-amarelo em evidência na “Terra do Tio Sam”.

“Há pouco mais de cinco anos, a Liga Nacional de Basquete começava a reescrever a história do basquete brasileiro. Naquela época, sinceramente, não esperávamos que hoje estaríamos aqui discutindo o rumo de três competições nacionais, um torneio mundial de clubes e jogos contra equipes da NBA.”, afirmou o presidente da LNB, Cássio Roque. “Todas as conquistas se devem à dedicação e esforço dos clubes, que compreenderam o conceito da Liga Nacional de Basquete; dos nossos parceiros, que acreditaram nas diretrizes de formação da entidade; e dos fãs e da imprensa, que sempre confiaram no trabalho desenvolvido”, completou.

As três partidas do Flamengo, no entanto, não foram a única relação entre o NBB e a NBA. Pouco mais de dois meses depois da passagem do time carioca nos Estados Unidos, o basquete brasileiro viu algo histórico e jamais visto em todo o mundo acontecer. Em evento realizado no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, a Liga Nacional de Basquete (LNB) anunciou uma parceria com a liga norte-americana de basquete.

A união entre a NBA e a LNB é a primeira neste formato entre ligas esportivas no país e tem como objetivo de longo prazo aumentar a popularidade do basquete no Brasil. As duas entidades – com o apoio da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) – vão trabalhar em conjunto para atingir um número cada vez maior de fãs e alavancar novos negócios para a LNB, através de um planejamento estratégico de marketing que visa  valorizar o produto basquete.

Pelos próximos anos, a parceria vai se expandir e pode abranger outras áreas, incluindo novos negócios envolvendo o NBB (Novo Basquete Brasil), operações de basquete, desenvolvimento de atletas, entre outras iniciativas.r o produto basquete dentro do país.

““O basquete já foi de longe o segundo esporte no Brasil e hoje estamos um pouco atrás. Nosso sonho é voltar a colocar o basquete no lugar que ele merecer. Para isso queremos transformar o basquete em entretenimento e ninguém melhor do que a NBA, que faz isso com excelência, para nos ajudar. Vamos aprender muito com eles e vamos em busca dos nossos sonhos”, declarou Kouros Monadjemi, primeiro presidente da LNB e, hoje, diretor de relações institucionais da entidade.

Outro fato marcante para o basquete brasileiro em 2014 foi o título do Paschoalotto/Bauru na Liga Sul-Americana. De maneira invicta e arrasadora, o time do interior paulista não deu chances aos adversários e garantiu o quarto título continental seguido para o país.

Para se sagrar campeã, a equipe bauruense superou o Mogi das Cruzes/Helbor em nova decisão brasileira e garantiu o primeiro troféu internacional de sua história. Além disso, Bauru  ainda assegurou uma vaga na Liga das Américas 2015 e, ao lado do atual campeão Flamengo e de Paulistano e São José, tentará colocar o Brasil no lugar mais alto do pódio pela quinta vez seguida em torneio do continente americano.

O ano pode estar acabando, mas uma nova temporada está apenas se iniciando. A sétima edição do NBB teve início no dia 31 de outubro e começou a todo o vapor e cheia de novidades. Uma delas é a realização da Final em uma melhor de três partidas. Outro atrativo é a quantidade de jogos transmitidos por semana: às terças e sextas no SporTV e às quartas e quintas via WEB. Estima-se que pelo menos 100 partidas serão transmitidas no atual campeonato.

Outra competição que teve início em 2014 e só terminará em 2015 é a quarta edição da LDB. Com 24 participantes – número recorde -, o maior campeonato de base do basquete brasileiro terá seu novo campeão conhecido em março, depois de cada equipe jogar um mínimo de 23 partidas e a competição ter a realização de mais de 300 jogos.

É muito basquete! Que venha 2015 e a bola laranja continue brilhando!