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Jogo das Estrelas

Contrao ídolo

15-03-2018 | 04:07
Por Douglas Carraretto

Para Guga Ceccato, Alex Garcia sempre foi um ídolo de infância. Agora, eles serão adversários no Desafio de Habilidades do Jogo das Estrelas: “cresci vendo ele jogar”

Guga Ceccato, de 23 anos, cresceu assistindo Alex Garcia nos tempos de COC/Ribeirão Preto; agora, tentará vencê-lo no Desafio de Habilidades (Satiro Sodré/Botafogo)

Sabe aquele cara que você vê pela TV e acaba se tornando sua referência? Para o jovem Guga Ceccato, um dos destaques do Botafogo no NBB CAIXA, essa figura atende pelo nome de Alex Garcia, um dos maiores ícones do basquete brasileiros nas últimas décadas. E por coincidência ou ironia do destino, os dois serão adversários no Desafio de Habilidades do Jogo das Estrelas 2018, que será neste domingo (18/03), às 10 horas, no Ginásio do Ibirapuera.

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Quando criança, Guga costumava assistir aos jogos do lendário COC/Ribeirão Preto (SP) dos anos 2000 ao lado do irmão mais velho, Bruno, seu grande influenciador no basquete. Alex era seu jogador predileto, enquanto seu irmão era fã de Renato Lamas, outro astro daquele time “galáctico”, que foi pentacampeão consecutivo do Estadual e campeão Brasileiro de 2003.

Alex Garcia e Renato Lamas eram os ídolos de Guga e seu irmão Bruno na época áurea do COC Ribeirão (Divulgação/CBB)

“Sempre assisti muito basquete, desde pequeno, porque meu pai e meu irmão jogavam. Eu e meu irmão gostávamos muito de ver aquele time do COC e sempre admirei muito o Alex, já meu irmão gostava muito do Renato. Assistia todos os jogos daquele COC, me lembro de muitos clássicos contra o Araraquara”, contou Guga Ceccato.

Quis o destino que o garoto natural de São Bernardo do Campo (SP) crescesse e jogasse a mesma liga que seu ídolo de infância. E não é só isso. Agora, eles estarão frente a frente um dos confrontos do Desafio de Habilidades do Jogo das Estrelas, que será neste domingo (18/03), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP), às 10 horas, ao vivo no programa Esporte Espetacular, da TV Globo.

“Quando eu vi que o Alex seria meu adversário nas Habilidades a primeira coisa que fiz foi contar para o meu irmão. Muito legal jogar contra um cara que eu cresci vendo jogar pela televisão e admirava tanto”, falou o armador do Botafogo, que assim como Alex, usa o número 10 na camisa.

Com formato igual ao do ano passado, o Desafio das Habilidades consiste em confrontos “um contra um”, com dois competidores fazendo o percurso ao mesmo tempo, no melhor estilo mano a mano. Quem terminar primeiro, ganha. Estreante na maior festa do basquete brasileiro, Guga afirmou que, mesmo com toda admiração e respeito por seu ídolo de infância, vai lutar pela vitória.

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“É uma oportunidade de enfrentar um cara que jogou em todos os lugares em que a maioria dos atletas sonha em chegar, como Seleção, NBA e Euroliga. Com certeza será um confronto que vou guardar para sempre na memória, mas independentemente de tudo, é claro que vou entrar para ganhar (risos)”, disse Guga Ceccato.


O saudoso COC/Ribeirão Preto de Alex Garcia, Renato Lamas, Nezinho, Arthur e Cia marcou época e despertou a paixão pelo basquete em diversos garotos, como aconteceu com Guga. Ser uma referência para alguém mostra que um legado foi deixado, o que é tão (ou mais) importante quanto levantar um troféu de campeão.

“É muito gratificante ser referência para alguém. Estou feliz por participar do Desafio de Habilidades, ainda mais contra o Guga, que me tem como inspiração no basquete. Já faz tempo essa época do COC, né? Foram tempos muito bons e fico muito feliz por ser lembrado pela garotada, por jogadores que estão jogando hoje. Procuro ser correto sempre e nunca desistir, fico feliz que esse meu estilo inspire a garotada”, declarou Alex.

“O Guga é um menino novo, talentoso, que está buscando seu espaço no basquete. Mas não vou dar mole para ele não, viu? (risos) Vamos nos divertir muito, que vença o melhor, sempre em uma disputa sadia, mas não vou dar mole para ele. Vou querer vencer, todos sabem que não gosto de perder nada. Vou brigar por esse título, que é um dos poucos que não tenho na carreira. Não vou dar mole e vou fazer de tudo para ganhar”, finalizou o camisa 10 do Bauru.

Superação para brilhar

Aos 23 anos, Guga Ceccato está em sua terceira temporada pelo Botafogo e disputa seu primeiro NBB CAIXA na carreira. O jogador chegou ao clube em 2015 para a disputa da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), competição nacional Sub-22 – hoje é Sub-20.

Aos poucos foi conquistado seu espaço no elenco adulto e passou a ser um dos homens de confiança do técnico Márcio de Andrade. Não à toa, hoje ele é o atleta com maior média de minutos do Botafogo no NBB CAIXA, mesmo vindo do banco, com média de 27,1 minutos por jogo.

Mas, para chegar a esse nível na categoria adulta, Guga precisou mostrar um grande poder de superação e força de vontade. Nascido em São Bernardo do Campo (SP), o armador começou a jogar em Santo André (SP) e depois passou pelo próprio São Bernardo antes de ir para o Pinheiros, onde ficou por sete anos.

Guga defendeu o Pinheiros por diversos anos e jogou três edições da LDB pelo clube, mas não chegou a ter um papel de protagonista (Fotojump/LNB)

Na equipe pinheirense, disputou três edições da LDB, ao lado de nomes como Lucas Dias, Humberto, Georginho, e Wesley BH. No entanto, Guga nunca alcançou um status de protagonista e passou a ter poucos minutos no time, além de não ter chance alguma no adulto. Foi aí que apareceu o Botafogo, que o contratou em 2015 e mudou o rumo de sua carreira.

“Fui feliz no Pinheiros por muito tempo, mas chegou um momento que eu não tinha mais espaço. Acabei saindo de lá de uma maneira não muito boa também, mas sempre tive muita confiança em mim. Treinava bem e sempre me senti muito bem jogando basquete, então sempre acreditei em um futuro como jogador, e o Botafogo me deu essa oportunidade”, contou o camisa 10.

+Estatísticas de Guga Ceccato na LDB, Liga Ouro e NBB CAIXA

Na LDB daquele ano, Guga já assumiu o posto de protagonista do Botafogo e guiou a bela campanha do time carioca na competição (10º lugar), que havia sido último colocado (24º) na edição anterior. Em seguida, o armador ganhou a confiança do técnico Márcio de Andrade e ficou no clube até a conquista da Liga Ouro 2017. Agora, no NBB CAIXA 2018, ele tem médias de 7,6 pontos e 4,2 assistências e lidera a equipe em minutos.

“Mesmo diante dessa situação difícil que passei, sempre tive apoio de pessoas especiais à minha volta. Meus pais, meu irmão, minha namorada, todos sempre me apoiaram a seguir em frente, correr atrás e nunca desistir. Isso me ajudou muito. Acredito que essa força para dar a voltar por cima veio deles e, é claro, da confiança que tive em mim. Nunca fui um cara relaxado, sempre me dediquei muito, e por isso nunca deixei de acreditar”, finalizou Guga.

Superação e volta por cima: Guga deixou o Pinheiros e encontrou o caminho de sua carreira profissional no Botafogo (Ricardo Bufolin/ECP)