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NBB Caixa

Dos tropeçosàs Finais

17-05-2018 | 05:50
Por Liga Nacional de Basquete

Decepções, playoffs heroico e final inédita; confira a trajetória do Mogi até a decisão do NBB CAIXA 17/18

Após decepção no Campeonato Paulista e Liga das Américas, Mogi encontrou forças e chegou pela primeira vez à decisão do NBB CAIXA (Luiz Pires/LNB)

Chegar a sua primeira decisão de NBB CAIXA foi uma tarefa nada fácil para o Mogi das Cruzes/Helbor. Ao longo de sua árdua jornada na temporada 2017/2018, o time paulista sofreu com revezes no campeonato estadual e na Liga das Américas, mas não se abalou e pela primeira vez esta nas Finais da principal competição do basquete nacional. Confira a trajetória mogiana:

O Jogo 1 da decisão do NBB CAIXA 17/18 entre Mogi e Paulistano/Corpore é neste sábado (19/05), às 14 horas (de Brasília), no Ginásio Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes (SP), com transmissão ao vivo da Band e dos Canais SporTV.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.

Início nada fácil

A temporada 2017/2018 começou para o Mogi com o Campeonato Paulista. Atual campeão da competição, o time comandado por Guerrinha fez uma grande fase de classificação, com 11 vitórias e três derrotas, e se classificou para os playoffs com a terceira melhor campanha.

Depois de eliminar a LSB/Uniso, por 2 a 0, os mogianos fizeram uma semifinal emocionante contra o mesmo rival da decisão do NBB CAIXA 17/18, o Paulistano/Corpore. Depois de abrir 2 a 0 na série, fora de casa, o Mogi sofreu duas derrotas em pleno Hugão (89 a 84 e 78 a 68) e acabou sendo eliminado na quinta e decisiva partida da série, em um jogo histórico, com derrota, por 98 a 96, em São Paulo (SP).

Agora é NBB CAIXA

A ‘ressaca’ pela queda no Campeonato Paulista não durou muito, já que duas semanas depois o Mogi estreou no NBB CAIXA. O início de temporada mogiano na competição foi espetacular. Dominante, o time paulista venceu oito de suas primeiras nove partidas, com derrota apenas para o Banrisul/Caxias do Sul, por 66 a 65, em um jogo muito disputado.

Em sua décima partida, a equipe paulista assumiu a liderança da competição, ao bater o até então invicto EC Pinheiros, por 73 a 66, em plena capital paulista, no último jogo da equipe em 2017. Porém, o NBB CAIXA estável até então para os mogianos, não se manteve por tanto tempo.

Oscilação mogiana

Logo após assumir a liderança, o Mogi abriu 2018 com derrota dura para o Paulistano, dentro de casa. Enquanto dividia atenção entre a Liga das Américas e o NBB CAIXA, a equipe comandada por Guerrinha oscilou na competição nacional.

Se nos dois primeiros meses do NBB CAIXA os mogianos sofreram apenas uma derrota, entre o início de janeiro e o início de janeiro foram sete resultados negativos para a equipe, que viu seu lugar dentro do G-4 ameaçado.

O G-4 é meu

Para confirmar seu lugar entre os quatro primeiros na fase de classificação, o Mogi conquistou duas vitórias fundamentais, pouco antes de embarcar para a decisão da Liga das Américas. A primeira delas, uma atuação defensiva espetacular, sofrendo apenas 39 pontos diante do Minas Tênis Clube, a segunda menor marca de um time na história do NBB CAIXA.

Já o resultado que definiu mesmo o G-4 para os mogianos veio no confronto direto contra seu arquirrival, Sendi/Bauru Basket. Com cesta decisiva de Shamell, com dois segundos restantes, e um lance livre errado de Renan Lenz, que levaria o jogo para prorrogação, o Mogi bateu o time bauruense, por 76 a 75, no Ginásio Panela de Pressão e garantiu classificação automática às quartas de final do NBB CAIXA 17/18.

Shamell, do Mogi, e Isaac, do Bauru

Na trave

Um dos pontos altos do Mogi ao longo da temporada foi a participação da equipe na Liga das Américas. Segundo colocado no Grupo B da primeira fase, em que eliminou o mesmo Paulistano, com vitória por 87 a 86, e no Grupo E da fase semifinal, o time paulista avançou para o Final Four da principal competição continental das Américas.

Primeiramente, a equipe mogiana bateu o Regatas Corrientes (ARG), por 78 a 74, e avançou à decisão. Ali, em um jogo muito disputado, os comandados de Guerrinha lutaram ao máximo, mas não evitaram o resultado negativo, por 79 a 71, contra o San Lorenzo, também da Argentina, e terminaram como vice-campeões.

“Toda competição internacional te trás coisas diferentes. É um jogo com mais contato, uma vivência diferente e a gente disputou três quadrangulares de alto nível na Liga das Américas. No primeiro, disputado no Chile, o grupo tinha o San Lorenzo e o Paulistano. No segundo tinha novamente o San Lorenzo e mais duas equipes argentinas. Já no Final Four, um time mexicano e outros dois argentinos. Tudo isso fora de casa, tendo que jogar em alto nível. Acho que só não chegamos ao título porque o Caio (Torres) se machucou e o Tyrone teve problemas de faltas logo no início na decisão. A Liga das Américas, como um todo, agregou muito para a gente”, afirmou Guerrinha, técnico do Mogi.

Primeiro obstáculo

Após a frustração de perder o título da Liga das Américas, mais uma vez o Mogi precisou superar rápido a decepção. Classificado automaticamente para as quartas de final do NBB CAIXA, o time aguardou o Caxias, que avançou à fase após bater o Botafogo.

Em uma série marcada pelas defesas, os comandados de Guerrinha cresceram nos momentos decisivos e finalizaram o confronto com uma grande vitória no Jogo 4, por 80 a 70, em pleno Vascão, casa da equipe gaúcha.

“Nós fizemos uma série duríssima contra o Caxias. Emocionalmente nos desgastou mais do que a série contra o Flamengo. Contra o Flamengo nós conseguimos se impor mentalmente e taticamente isso nos ajudou muito”, analisou o comandante.

Aí sim

Porém, aquele era somente o primeiro obstáculo para o Mogi chegar à sua primeira decisão de NBB CAIXA. Na semifinal, o time paulista reencontrou o Flamengo, carrasco em duas temporadas anteriores (14/15 e 15/16) na mesma fase. Logo de cara, duas vitórias impactantes sobre o rubro-negro (79 a 62, em casa, e 88 a 74, fora de casa), dando grande vantagem à equipe.

Depois de sofrer um revés no Jogo 3, por 71 a 64, foi a vez do Mogi provar que era capaz de superar seus traumas do passado diante do Flamengo. Em uma atuação histórica de Shamell, com 40 pontos anotados, o time paulista venceu o rubro-negro carioca no Jogo 4, por 89 a 72, levando o Hugão à loucura.

“A vitória sempre nos fortalece, mas é preciso tomar cuidado, não perder o foco e ficar envolvido com uma ideia de que agora que venceu o Flamengo não perdemos mais. Não existe isso. Cada série é uma série, cada adversário tem suas qualidades”, completou o treinador.