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Rio 2016

Muita coisa em jogo!

16-08-2016 | 06:01
Por Liga Nacional de Basquete

Quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro colocarão frente a frente rivais históricos do basquete masculino; saiba tudo sobre a 1ª fase do mata-mata

O basquete mundial será brindado com quatro duelos de arrepiar nas quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As partidas que definirão os semifinalistas da maior competição esportiva do planeta acontecerão nesta quarta-feira (17/08), na casa olímpica do basquete, a Arena Carioca 1, e são muito mais do que “apenas” um jogo de basquete.

No primeiro duelo do dia, às 11 horas (de Brasília), a sensação Austrália desafiará a tradicionalíssima Lituânia. Depois, às 14h30, Espanha e França escreverão mais um capítulo de uma das maiores rivalidades do basquete mundial na atualidade.

Sensação da primeira fase, Austrália desafiará tradicional Lituânia nas quartas (FIBA/Divulgação)

Sensação da primeira fase, Austrália desafiará tradicional Lituânia em uma das quartas (FIBA/Divulgação)

Nas duas partidas do período noturno, o invicto Estados Unidos ficará frente a frente com Argentina, às 18h45, no quarto embate consecutivo entre os países no mata-mata dos Jogos Olímpicos. Pouco tempo depois, com início às 22h15, Croácia e Sérvia farão o último jogo do dia, em um confronto épico de dois países que já defenderam a mesma bandeira nas Olimpíadas.

Como cada duelo tem sua própria história e seus próprios atrativos especiais preparamos um pequeno resumo sobre o que envolve cada embate. Confira o abaixo o que cada partida tem de especial.

– Austrália (2º A) x Lituânia (3º B) – 11 horas

Dentre os quatro duelos das quartas de final este é o que menos envolve rivalidade entre os países. Mas isso não quer dizer que as duas pátrias não possuam um longo histórico de confronto nos Jogos Olímpicos.

Dona de três medalhas de bronze olímpicas, Lituânia tenta voltar ao pódio após 16 anos (FIBA/Divulgação)

Dona de três medalhas de bronze olímpicas, Lituânia tenta voltar ao pódio após 16 anos (FIBA/Divulgação)

Desde que a Lituânia foi declarada independente e passou a disputar as Olimpíadas, em 1992, os países se enfrentaram em três oportunidades, com duas vitórias para os europeus e uma para os australianos. No mais marcante dos embates, os lituanos venceram o país da Oceania na disputa pelo bronze em 1996 e garantiram sua segunda medalha olímpica no basquete.

Para apimentar ainda mais o confronto, Austrália e Lituânia também se enfrentaram na primeira fase da última Copa do Mundo, em 2014. Naquela ocasião, os Boomers levaram a melhor, por 82 a 75, após abrirem 19 pontos de frente no primeiro tempo.

– Espanha (2º B) x França (3º A) – 14h30

O “Brasil e Argentina da Europa”. Assim pode ser definido o embate entre Espanha e França na atualidade. Duas das principais potências do basquete mundial, as pátrias vizinhas e localizadas na Europa Ocidental protagonizaram épicas batalhas nos grandes torneios do esporte da bola laranja, com seis embates em fases decisivas nos últimos sete anos. Inclusive, o duelo será uma reedição das quartas de final de Londres, já que os países também se encontraram no mata-mata da edição passada dos Jogos Olímpicos.

Seis jogos decisivos em sete anos: Espanha e França protagonizam talvez a maior rivalidade do basquete na atualidade (FIBA/Divulgação)

Seis jogos decisivos em sete anos: Espanha e França protagonizam talvez a maior rivalidade do basquete na atualidade (FIBA/Divulgação)

A rivalidade aflorada teve início em 2009, quando os países se cruzaram nas quartas de final do Eurobasket (Campeonato Europeu), com vitória dos espanhóis, que acabaram campeões do torneio. Dois anos depois, novamente no Eurobasket, França e Espanha fizeram a finalíssima do torneio, novamente com triunfo da esquadra espanhola.

Em 2012, França e Espanha também estiveram frente a frente nas quartas de final do torneio olímpico e outra vez o final feliz ficou para os espanhóis, que venceram e avançaram às semifinais. O troco da França veio no ano seguinte, na fase semifinal do Eurobasket. Em um jogo épico, decidido apenas na prorrogação, os franceceses contaram com um desempenho monstruoso de Tony Parker e saíram vitoriosos para posteriormente se sagrarem campeões continentais pela primeira vez.

À flor da pele: duelo entre França e Espanha em Londres teve princípio de confusão (FIBA/Divulgação)

À flor da pele: duelo entre França e Espanha em Londres teve princípio de confusão (FIBA/Divulgação)

No ano seguinte, a França voltou a maltratar seu principal rival, desta vez de uma maneira ainda mais “sanguinária”. Na primeira fase da Copa do Mundo, os países se enfrentaram e a Espanha venceu por 24 pontos. Só que as equipes se cruzaram novamente, nas quartas de final, e mesmo sem contar com força máxima, os franceses triunfaram e acabaram com o sonho do título dos espanhóis, que disputavam o Mundial em casa.

O último dos encontros entre os dois países também teve caráter decisivo e aconteceu nas semifinais do último Eurobasket, em 2015, disputado em solo francês. A conta era simples: quem vencesse se classificaria direto aos Jogos Olímpicos e o perdedor teria que disputar o Pré-Olímpico Mundial. Com uma atuação épica de Pau Gasol (40 pontos e 11 rebotes), a Espanha venceu na prorrogação, por 80 a 75, silenciou os quase 27 mil presentes no Pierre Mauroy Stadium, em Lille, e garantiu sua passagem direta para o Rio de Janeiro, dando o troco na mesma moeda para cima de seus rivais.

– Estados Unidos (1º A) x Argentina (4º B)

O duelo entre Estados Unidos e Argentina no Rio de Janeiro será o quarto embate consecutivo entre os países no mata-mata dos Jogos Olímpicos. Nas três últimas edições da maior competição esportiva do planeta o duelo aconteceu nas semifinais, e desta vez será válido pelas quartas de final.

Durante sua campanha dourada em 2004, a Argentina teve a honra de eliminar a maior potência do basquete mundial nas semifinais. É bem verdade que os Estados Unidos fizeram uma primeira fase bastante irregular naquele ano, com derrotas para Porto Rico e Lituânia. No entanto eliminar um time que tinha astros como Tim Duncan, Allen Iverson e um jovem LeBron James é um feito para poucos.

Em 2004, Manu Ginobili e seus companheiros chocaram o mundo ao eliminarem os Estados Unidos na semifinal olímpica (FIBA/Divulgação)

Em 2004, Manu Ginobili e seus companheiros chocaram o mundo ao eliminarem os Estados Unidos na semifinal olímpica (FIBA/Divulgação)

Comandado por um inspiradíssimo Ginobili, o esquadrão argentino dominou o time norte-americano do início ao fim naquele 27 de agosto de 2004 em Atenas e conquistou uma das maiores vitórias do basquete olímpico. O placar final foi de 89 a 81, mas durante o terceiro quarto a vantagem dos sul-americanos chegou perto dos 20 pontos.

Quatro anos depois, em Pequim, lá estavam Estados Unidos e Argentina frente a frente novamente em uma semifinal olímpica. Mas desta vez o cenário era diferente. Contando com força máxima e com nomes como Kobe Bryant, LeBron James e Carmelo Anthony, os Estados Unidos trataram de “dar o troco” em grande estilo para cima da geração dourada argentina e venceram de maneira imponente, por 101 a 81.

Em Londres 2012, Estados Unidos e Argentina completaram a tríade de semifinais olímpicas e novamente o desfecho foi favorável aos ianques. Com Durant, LeBron, Kobe, Carmelo e Chris Paul pontuando em dígitos duplos, o selecionado dirigido pelo técnico Mike Krzyzewski conquistou novo triunfo com facilidade, desta vez por 109 a 83.

Em 2012, Estados Unidos não tomaram conhecimento da Argentina e devolveram derrota sofrida oito anos antes (FIBA/Divulgação)

Em 2012, Estados Unidos não tomaram conhecimento da Argentina e venceram novamente nas semifinais (FIBA/Divulgação)

– Croácia (1º A) x Sérvia (4ºB)

Já pensou em uma seleção com Teodosic na armação, Bogdan Bogdanovic e Bojan Bogdanovic nas alas e Dario Saric e Miroslav Raduljica no garrafão? A 20 anos atrás isso seria possível. Antes do desmembramento da Iugoslávia, Croácia e Sérvia – além de Eslovênia, Macedônia, Bósnia, Montenegro e Kosovo – faziam parte da mesma pátria e defendiam a mesma bandeira nos Jogos Olímpicos.

Extinta Iugoslávia foi campeã mundial em 1990, contando com croatas e sérvios em seu elenco (Reprodução)

Extinta Iugoslávia foi campeã mundial em 1990, contando com croatas e sérvios em seu elenco (Reprodução)

A partir de 1991 esse cenário passou a mudar e os países passaram a ser independentes. Então não há como negar que este embate entre croatas e sérvios será um capítulo para lá de especial na história esportivas destas duas nações que têm o basquete como esporte número 1.

Além de valer vaga nas semifinais nos Jogos do Rio, o embate entre os dois países do leste europeu também será o primeiro confronto entre eles na história do basquete masculino nas Olimpíadas. Tem como ser mais empolgante?

Desde que viraram independentes, os países só se enfrentaram uma vez em torneio de basquete masculino e foi nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2010. Naquela ocasião, os sérvios eram amplamente favoritos, mas isso não impediu que o duelo fosse equilibrado do início ao fim e a vitória da Sérvia veio apenas pela diferença mínima de um ponto.

Único embate entre os países no basquete masculino teve desfecho dramático e vitória sérvia (FIBA/Divulgação)

Único embate entre os países no basquete masculino teve desfecho dramático e vitória sérvia (FIBA/Divulgação)