O nosso Raulzinho

Por Guilherme Buso, gerente de comunicação da LNB

Gerentes de comunicação e marketing da LNB se encontraram com Raulzinho após a partida (Divulgação)

Lembro muito bem de observar o aquecimento do time de basquete do Minas, no NBB, em 2009, e ver um garoto magrinho, cara de moleque e aparelho nos dentes tentando ganhar espaço no elenco. Naquela época, aos 17 anos, Raulzinho era um jovem armador da base minastenista que não tinha muito tempo de quadra mas já dava o que falar nos jogos da sua categoria.

Hoje, parece fácil dizer, mas muita gente em BH cravava: “esse moleque vai jogar na NBA”. Dito e feito! Raulzinho não só joga na maior liga de basquete do mundo, ele é uma das estrelas do famoso All-Star Game em Toronto.

Toda atenção dos brasileiros no Air Canada Center estavam no jovem armador ex-Minas (Divulgação)

Para ser sincero, ao entrar no Air Canada Center, nesta sexta-feira, a atmosfera, a presença dos principais nomes do basquete mundial e toda a imensa estrutura montada para a festa ficou em segundo plano para mim. Foi uma sensação incrível ver o garoto aquecendo novamente na quadra.

O curioso é que a sensação de olhar o Raulzinho no meio do gigante Kristaps Porzingis e do anfitrião da noite, o canadense Andrew Wiggins, para citar dois exemplos, é bastante parecida com o que me lembrava na época do Minas. Lá, estava o garoto não mais tão magrinho, com a mesma cara de moleque, sem aparelho nos dentes, no meio dos caras.

Sempre ousado. Desde sua primeira partida no NBB em 2009, com 16 anos; passando pela primeira convocação para a seleção principal em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, com 19 anos; na passagem pela Espanha; em sua estreia na NBA; e hoje, estando entre as principais revelações da maior liga de basquete do mundo, Raulzinho parece não se intimidar com grandes desafios.

Tivemos a chance de bater um longo papo com ele após o jogo e foi incrível ver a maturidade e o entendimento global do basquete e da NBA que o armador ex-Minas adquiriu.

De uma hora para outra, Raulzinho tornou-se titular do Utah Jazz e passou a enfrentar Curry, Westbrook, Lillard e uma infinidade de grandes armadores noite após noite. A sequência de jogos, a transição do basquete europeu para a NBA, a adaptação ao estilo de jogo norte-americano, tudo isso fez e faz parte da nova vida do jogador, que continua encarando isso com a maior naturalidade possível.

Quando o assunto é Olímpiadas, então, o jovem talento brasileiro enche o peito para falar sobre o quão motivado ele está para defender o Brasil no Rio de Janeiro, em julho.

É… o menino magrinho cresceu e continua nos enchendo de orgulho.

O Air Canada Center lotou para o desafio entre os calouros norte-americanos e do mundo nesta sexta (Divulgação)