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Os pilaresda vitória

13-04-2019 | 09:11
Por Douglas Carraretto

Desmembrando o resultado: veja os fatores que deram a vitória ao Flamengo no Jogo 1 contra o Corinthians

Foi através de uma atuação completa que o Flamengo superou a pressão dos 5.300 torcedores do Corinthians no Ginásio Wlamir Marques e largou na frente na série quartas de final do NBB CAIXA 2018/2019.

Os rubro-negros foram regulares durante praticamente os 40 minutos e tiveram desempenho dominante principalmente no último quarto (27 a 14), o que lhes rendeu a importante vitória na tarde deste sábado, por 92 a 73.

+Estatísticas completas de Corinthians x Flamengo

“A parte física acabou fazendo a diferença. Fomos muito intensos nos rebotes e também na defesa. Além disso, nossas trocas foram muito boas e fizeram o que o adversário não estava esperando, que é pontos. Geralmente quem vem do banco faz um trabalho mais ‘sujo’, de rebote, defesa, mas hoje o David (Nesbitt) foi muito bem, o Mineiro arrancou uns pontos, e ninguém estava esperando. Isso dificulta o trabalho do outro time, que estava programado para deixar um ou outro livre e esses jogadores mataram as bolas. Tudo isso com certeza nos ajudou a construir essa vitória larga, mas não reflete o que foi o jogo”, analisou o técnico Gustavo De Conti.

Gustavo De Conti destacou a intensidade e o desempenho dos atletas vindos do banco (João Pires/LNB)

Como bem citou Gustavo De Conti, o placar final realmente não reflete o que foi a partida – bem equilibrada durante os três primeiros quartos. Mas quais os motivos dessa superioridade que ocasionou essa larga vitória do Mengão?

Rotatividade e intensidade

O Flamengo ficou à frente do placar por 35 minutos e, através de sua conhecida consistência, soube manter o controle da partida, mesmo com vantagens pequenas e uma grande pressão do aguerrido time do Corinthians, empurrado por 5.300 vozes no Ginásio Wlamir Marques.

Essa consistência nasceu da alta rotatividade do elenco, que fez com que a intensidade do time permanecesse sempre lá em cima. Nenhuma novidade, né? A equipe rubro-negra teve nove atletas com mais de 15 minutos em quadra, sendo que somente dois deles jogaram mais de 25 minutos: Marquinhos e Balbi, ambos com 27 minutos.

Desta forma, o Flamengo foi minando o Corinthians a cada minuto que passava, tanto no ataque quanto na defesa, e chegou bem mais inteiro no último quarto. O resultado? Vitória na parcial por 27 a 14, com direito a 5/5 nas bolas de 3 pontos, e uma bela vitória por 19 pontos de vantagem (92 a 73).

Após 2 semanas sem jogar, Flamengo atuou no máximo de sua intensidade e venceu Corinthians com propriedade (João Pires/LNB)

Vale lembrar que o time do técnico Gustavo De Conti, vice-líder da fase de classificação, ficou duas semanas sem jogar, já que avançou direto às quartas de final e ficou aguardando seu adversário sair das oitavas. Será que isso atrapalhou? Parece que não.

“Entramos um pouco ansiosos, até um pouco pela falta de ritmo, já que ficamos duas semanas só treinando e esperando nosso adversário. Mas vencemos isso mantendo o foco durante os 40 minutos. Conseguimos impor a intensidade que o Gustavo (De Conti) sempre pede, que é jogar em um só ritmo, do primeiro ao último minuto. Fizemos isso muito bem hoje. Os três primeiros quartos foram difíceis, mas no último nossa intensidade falou mais alto, conseguimos fazer uma defesa melhor e assim sair daqui com essa grande vitória”, analisou o ala/pivô Olivinha, um dos destaques do Flamengo na partida.

Domínio dos pivôs

A condição de jogar no máximo de sua intensidade durante o tempo todo rendeu ao Flamengo um excelente desempenho no ataque. Sob comando de Franco Balbi, autor de 12 assistências, a equipe teve um alto rendimento ofensivo, principalmente dos atletas de garrafão.

Equipe que mais pega rebotes no NBB CAIXA (43,9 por jogo), o Flamengo viu seus homens grandes anotarem 62 dos 92 pontos da equipe, produzindo tanto dentro quanto fora do garrafão. Além disso, eles ajudaram seu time a totalizar 49 rebotes, sendo 15 ofensivos, enquanto o Corinthians pegou apenas 25.

Vindo do banco, o pivô bahamense David Nesbitt teve sua melhor atuação na carreira no NBB CAIXA, com 22 pontos. De quebra, igualou sua maior marca em bolas de três pontos, com cinco convertidas em seis arremessadas (83% de aproveitamento).

+Estatísticas completas da carreira de Nesbitt no NBB CAIXA


“Dou muitos créditos dessa atuação aos meus companheiros de time. Eles confiam em mim e felizmente pude acertar os arremessos que tentei, pois eles sempre me achavam livre. Nosso time é assim, um dia posso fazer um grande jogo, no outro é o Marquinhos, no outro Deryk, no outro Balbi, qualquer um. É o tipo de time que você tem o prazer de estar”, declarou Nesbitt.

Já a dupla titular Olivinha e Anderson Varejão também contribuiu em peso. O renomado ala/pivô foi autor de 16 pontos e sete rebotes, e o pivô da Seleção Brasileira registrou um duplo-duplo de dez pontos e dez rebotes.

Aliás, a vitória no clássico contra o Corinthians foi histórica para Olivinha. Com os sete rebotes conquistados na partida, ele se tornou o primeiro atleta na história do NBB CAIXA a atingir a marca dos 3.000 rebotes.

+Estatísticas completas da carreira de Olivinha no NBB CAIXA

“Pegar rebotes sempre foi uma característica do meu jogo e fico feliz porque isso vem dando certo. Ser o primeiro jogador na história do NBB a atingir 3.000 rebotes é uma marca muito significativa para a minha carreira, estou muito orgulhoso. Espero seguir por bastante tempo pegando meus rebotes para ampliar ainda mais essa marca e sempre ajudar o Flamengo a sair com as vitórias”, disse Olivinha, que agora tem 3.006 rebotes na conta.

 

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Parabéns ao maior reboteiro da história do #NBBCAIXA, @olivinha16 , pela marca de 3.000 rebotes! 👏

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Mão quente

Como foi visto, o dia foi iluminado para Nesbitt nas bolas de 3. Mas isso não se resumiu apenas a ele. O Flamengo teve sete atletas com pelo menos um arremesso de 3 convertido e totalizou 14 acertos, com respeitáveis 56% de aproveitamento – porcentagem superior à média da equipe na fase de classificação do NBB CAIXA, que é de 33,1%.

Nesbitt (5), Balbi (2), Deryk (2), Jhonatan (2), Marquinhos (1), Olivinha (1) e Kevin Crescenzi (1) foram os responsáveis pelo alto rendimento nas bolas de 3 pontos pelo time rubro-negro, que é o quinto colocado no ranking de arremessos de 3 pontos do NBB CAIXA, com média de 9,4 convertidos por jogo.

É claro que as bolas de 3 pontos não caem por acaso. Além da competência do chutador, há também uma grande parcela de contribuição do passador e da movimentação feita para tal. Essa movimentação atualmente parece fluir com naturalidade, e o entrosamento é algo que, hoje, é nítido no Flamengo.

“Nossa equipe custou um pouco a pegar o entrosamento ideal nessa temporada. Tivemos só três atletas que permaneceram da temporada passada, e chegaram mais nove. Demoramos um pouco para pegar entrosamento, mesmo com os treinando diariamente. Mas agora estamos totalmente prontos. Viemos de uma sequência muito boa na fase de classificação e treinamos muito bem nessas duas semanas. Felizmente deu tudo certo para nós e estreamos nos playoffs com vitória. Agora nossa confiança aumenta ainda mais”, declarou Olivinha.

Agora é no Rio

Depois de largar na série com vitória fora de casa, o Flamengo terá dois jogos diante de sua torcida no Ginásio do Tijuca Tênis Clube. O primeiro será na quarta-feira (17/04), às 20 horas, com transmissão ao vivo do Fox Sports, e o segundo no sábado (20/04), às 14 horas, ao vivo na Band.

“O mínimo que podemos esperar é o que aconteceu até o terceiro período: um jogo duro, com Corinthians competindo muito. Eles têm jogadores espetaculares, que já foram campeões, posso falar várias coisas dos titulares e também dos que vêm do banco. Então acho que será um jogo duro como qualquer jogo. Em playoffs não se pode abaixar a guarda e nem pensar no jogo que pode fechar a série, estamos sempre pensando no próximo”, finalizou o técnico Gustavo De Conti.

+Calendário completo das quartas de final do NBB CAIXA

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio máster da CAIXA, os patrocínios da Budweiser, INFRAERO, Avianca, Nike e Penalty e os apoios de UNISAL, Açúcar Guarani, Ministério do Esporte e Governo Federal.