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Outro patamar

08-02-2016 | 01:26
Por Liga Nacional de Basquete

Primeiro representante do Nordeste do NBB, Solar Cearense faz sua melhor temporada na história e aparece como uma das principais forças do basquete brasileiro atual

Equipe do Basquete Cearense para a temporada 2015/2016

Outro nível, outro elenco, outro time: temporada 2015/2016 vem sendo histórica para o Basquete Cearense (João Pires/LNB)

Que temporada vem fazendo o Solar Cearense. Depois de 19 rodadas, o primeiro representante da Região Nordeste na história do NBB aparece na quinta colocação, a um passo do G-4, com 12 vitórias e apenas seis derrotas (66,7% de aproveitamento), e está em sua melhor colocação desde que chegou ao NBB, na edição 2012/2013.

A atual situação, no entanto, é bem diferente em relação à temporada passada, em que o time do técnico Alberto Bial lutou até a última rodada contra o rebaixamento e encerrou sua participação no campeonato apenas na 14ª colocação, com oito triunfos e 22 resultados negativos (26,7% de aproveitamento), campanha igual a da última colocada, Liga Sorocabana.

Mas, para a atual temporada, tudo mudou em solo cearense. A equipe conseguiu um novo patrocinador, a Solar, e a partir daí conseguiu profissionalizar ainda mais o trabalho e reforçar seu elenco de maneira efetiva, trazendo reforços como o campeão pan-americano Marcus Toledo, o bicampeão do NBB, Duda Machado, além de Audrei, o pivô Tiagão e o ala/pivô e ídolo da torcida cearense, Felipe Ribeiro.

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“Houve uma mudança conceitual, em todos os aspectos que envolvem uma equipe. Desde a parte administrativa, de treinamento… Todas as áreas sofreram mudanças e todas no sentido de uma maior profissionalização. Os três primeiros anos foram quase que um laboratório, já que o ineditismo e o pioneirismo de fazer basquete no Ceará apresentaram uma série de situações novas para nós. E agora, na quarta temporada, com esse apoio tão importante, incomum, de um patrocinador tão sério, nos deu a oportunidade de preparar uma equipe, trazer alguns jogadores que a gente sempre quis ter na equipe e não conseguia. Não há segredo. Esforço, dedicação e muito trabalho”, contou Alberto Bial.

Davi Rossetto, do Basquete Cearense

Remanescente do elenco desde 2012/2013, Davi é um dos jogadores-chave do Basquete Cearense (Murilo Amadei/LSB)

Um dos remanescentes da equipe desde sua primeira participação no NBB, o armador e capitão Davi Rossetto é peça fundamental nesta grande fase que vive o esquadrão fortalezense. Muito mais do que suas boas médias de 12,9 pontos, 4,4 rebotes, 4,4 assistências e 14,6 de eficiência por partida, o camisa 5 do Solar Cearense vem sendo um líder dentro de quadra, evolui a cada jogo e, mesmo sendo nascido em São Paulo (SP), joga com a fibra de um verdadeiro nordestino.

“O principal segredo da sinergia que o time tem apresentado até aqui é, sem dúvida, o comprometimento de cada um. Todos sabem que é essa a filosofia de trabalho do Bial: o altruísmo, o alto astral, a coletividade, a pró-atividade. Mas ele sozinho, ou com mais um ou outro, não é o suficiente para que isso transcenda para dentro de quadra”, comentou Davi.

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“Com essa equipe que foi formada vem sendo diferente, eu sinto que todos compraram a ideia, que cada um está se sentindo feliz por jogar ao lado do outro, e isso traz resultados positivos. Temos trabalhado muito duro todos os dias, o elenco é muito homogêneo, e a briga por espaços dentro da equipe, sempre de forma sadia, vem fazendo com que nos preparemos muito bem para os desafios”, completou o capitão da equipe cearense.

Felipe, do Basquete Cearense, e Mathias, do Bauru

No seu último playoff, em 2013/2014, Basquete Cearense foi varrido pelo Bauru (Caio Casagrande/Bauru Basket)

Desde que chegou ao NBB, em 2012/2013, o Basquete Cearense chegou duas vezes aos playoffs, isto em duas primeiras edições. No entanto, parou nas oitavas de final em ambas as vezes, com eliminações para Paulistano/Corpore (3 a 2) e Paschoalotto/Bauru (3 a 0) nas respectivas oportunidades. Já no ano seguinte, ficou longe na fase de mata-mata e inclusive ficou à beira do rebaixamento. Agora, a história parece ser diferente, e o caminho da pós-temporada tem ficado cada vez mais próximo.

“Agora temos que persistir em cima do que estamos fazendo. Não podemos nos deslumbrar, mas temos que querer chegar muito mais à frente do que estamos. Estou entendendo como uma possibilidade que se abre para essa equipe de nós escrevermos uma história inimaginável, uma história muito bonita. Para que isso aconteça, pra que tenhamos um resultado tão expressivo quanto queremos, é necessário que tenhamos a sensibilidade na condução do time, e os jogadores tenham a humildade e a simplicidade de terem os pés no chão”, declarou Alberto Bial.

Toledo, do Basquete Cearense

Assim como Marcus Toledo, o Basquete Cearense tem tudo para “voar” nesta temporada (delima/dubem)

Agora a um passo do G-4  e habitado em colocação histórica no NBB (5º), o Solar Cearense passará o carnaval de bem com a vida, mas ciente de que a caminhada rumo à glória ainda está longe de acabar. Seu próximo compromisso será na sexta-feira (12/02), diante do quarto colocado UniCEUB/Cartão BRB/Brasília, fora de casa, no Ginásio da ASCEB, em Brasília (DF), às 21 horas (de Brasília), com transmissão ao vivo para todo o país através dos canais SporTV. Se vencer, assumirá a quarta posição e entrará no grupo dos quatro primeiros pela primeira vez na história.

“Precisamos seguir fazendo essa fase de classificação da maneira que a gente está fazendo. Jogo a jogo, evoluindo, melhorando, para, quando chegarmos aos confrontos decisivos, que separam os grandes times das equipes medianas a gente fique entre os grandes, que jogue competições internacionais na próxima temporada e que faça, dessa história, algo que fique marcado no basquete brasileiro. Uma história de desbravadores, de abnegados, de talentos muito grandes e outros mais maduros. Esse coletivo, esse conjunto e essa maneira de entender que o mais importante é o Solar Cearense. Nós somos um pedaço dessa engrenagem”, explicou o técnico do Solar Cearense.