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Palavras dos mestres

19-01-2018 | 11:43
Por Liga Nacional de Basquete

Primeiros técnicos ressaltam “essência única” de Anderson Varejão e afirmam que ajudar o próximo é uma de suas principais habilidades

João Marcelo Leite foi técnico de Varejão no juvenil em Franca e hoje é presidente do ‘Instituto Anderson Varejão’ (Newton Nogueira/Franca Basquete)

Rebotes, tocos, enterradas, vibração e muita raça. Anderson Varejão possui uma série de habilidades dentro das quadras, que lhe renderam nada menos que 16 anos atuando fora do Brasil, sendo 14 deles na NBA, maior liga esportiva do planeta.

O sucesso como atleta é inegável, mas pode se dizer, sem medo de errar, que o grande ídolo do basquete brasileiro atual é também um verdadeiro craque fora das quatro linhas. Pelo menos é o que dizem os dois dos primeiros técnicos de Varejão na carreira, João Marcelo Leite e Alarico Duarte.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike e Penalty e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.

O Instituto Anderson Varejão

Mesmo com tanto tempo no exterior, Varejão nunca perdeu a ligação com seu país. Mais do que isso, o consagrado ala/pivô sempre carregou consigo uma habilidade valiosa não só no meio esportivo, mas em toda a humanidade: ajudar o próximo. E uma das grandes provas disso foi a fundação do Instituto Anderson Varejão.

Fundado em 2016, Instituto tem como presidente o técnico João Marcelo Leite, treinador de Varejão na categoria juvenil, em 2000 e 2001, no Franca Basquete, e tem núcleos em Vitória (ES) e Franca (SP). O projeto é voltado para a inclusão social através da iniciação ao basquete e atende ao todo 400 crianças nas duas filiais.

“A grande maioria dos fãs conhecem o Anderson como atleta, mas aqueles que têm o privilégio de conhece-lo pessoalmente sabem que ele é uma pessoa de coração enorme. É um cara muito justo, correto, que não à toa teve uma carreira impecável. Sempre esteve muito ligado ao povo daqui”, disse João Marcelo Leite, técnico de Varejão no juvenil do Franca.

“Ele sempre olhou pelo próximo e está tentando, através do Instituto Anderson Varejão, contribuir para a formação não só de atletas, mas de pessoas, de um mundo melhor. Mesmo com a condição privilegiada que conquistou ao longo da vida, ele nunca perdeu esse olhar de pensar no próximo, essa essência tão única dele”, completou João Marcelo.

O que dizer quando o seu ídolo passa uma manhã inteira com você?! O dia tão esperado chegou! E superou todas as nossas expectativas. Foi uma manhã muito mais que especial para nossa equipe, nossos alunos e familiares! Tivemos um momento de bate papo com @andersonvarejao18 respondendo às perguntas que os alunos fizeram, sessão de fotos individuais e coletivas, muitos autógrafos, bate bola com o ídolo, desafio com os familiares valendo brindes, brindes para os alunos e pra fechar a manhã: a entrega de cestas básicas de Natal pra todos os alunos do Projeto Ídolo Social Vitória. Gostaríamos de agradecer a todos os nossos patrocinadores, apoiadores e parceiros que são essências no nosso dia a dia e foram essenciais na realização desse evento. Obrigado Instituto Sincades (@institutosincades ) pelas cestas, Vila dos campeões (@viladoscampeoes ) e Ademar Cunha (@lojaademarcunha ) pelos brindes para os alunos e familiares, supermercado Zanetti pelas frutas para nossa mesa de café da manhã e Léo Silveira pela presença de sempre registrando todos os momentos! Você pode acompanhar melhor como foi nossa manhã pelos nossos stories e pela live que fizemos hoje, que está salva aqui no nosso perfil! 📸 @leosilveirafotografia #decolores #fortesengenharia #institutoandersonvarejao #idolosocialvitoria #iavneverstops #iav #oi #digaoi #oifuturo #juntostransformamos #oesportelevamaislonge

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O Instituto Anderson Varejão promove clínicas, camps e festivas. No final de 2017, o ala/pivô ex-Cleveland e Golden State Warriors compareceu ao núcleo de Vitória (ES) para fazer a alegria das crianças presentes em uma clínica, que teve até entrega de cestas básicas aos jovens presentes. Inclusive, na próxima semana, entre 22 a 25 de janeiro, será realizado um Camp para jovens de 12 a 17 anos, também em solo capixaba (+Confira mais informações sobre o camp).

“Desde que saiu do Brasil ele já manifestava o desejo de fazer algo como o Instituto, de ajudar o próximo e retribuir o que o esporte proporcionou a ele. Agora ficamos muito felizes com a volta dele ao Brasil. O Anderson é um ídolo do esporte brasileiro e trará muito ganhos ao basquete, além de ficar mais perto do Instituto”, completou João Marcelo Leite, que já treinou Paulistano e Pinheiros no NBB CAIXA.

Gratidão com anel

Não há como falar da história de Varejão sem citar Alarico Duarte, seu primeiro técnico. Atualmente médico em Vitória (ES), ele é um dos grandes nomes do basquete do Espírito Santo e foi responsável por formar diversos jogadores do Estado nas passagens que teve por Saldanha da Gama, Vitória/CECRE e Álvares Cabral. Dentre eles, os irmãos Sandro e Anderson Varejão.

Em novembro do ano passado, o ala/pivô aceitou receber o anel de campeão da NBA oferecido pelo Golden State Warriors por ter feito parte da campanha do título da temporada 2016/2017 – o jogador deixou a equipe antes do término da competição. Anderson recebeu três cópias do anel – uma ficou com ele, uma deu para seu pai e a outra ofereceu a Alarico Duarte.

+Veja como foi o momento da entrega do anel de Varejão para Alarico Duarte

“Eu e o Anderson temos uma relação muito antiga. Nossas famílias são amigas, meu pai era professor do pai dele, somos do mesmo bairro, praticamente vizinhos. Ele sempre foi um menino muito centrado, que tomou decisões certas, como essa de vir para o Flamengo, e sempre teve a vida pautada em coisas reais. Acho que isso ajudou a formar essa essência tão singular dele”, disse Alarico.

“Receber dele o anel de campeão da NBA foi uma coisa bem inusitada, uma que não me fez muito bem, pois quase me matou do coração (risos). Brincadeiras à parte, fiquei muito emocionado. Ele ficou me chamando para uma tal reunião e eu nunca conseguia ir por conta do plantão no hospital. Quando consegui ir, cheguei lá e tive essa surpresa. Dediquei minha vida inteira ao basquete, fiquei realmente emocionado em receber o anel. Afinal, quem não quer um anel de campeão da NBA? Fiquei muito, muito feliz”, completou o primeiro técnico de Varejão.

Varejão presenteou seu primeiro técnico, Alarico Duarte, com um anel de campeão da NBA (Divulgação/O Estado do ES)

Os primeiros passos

Alarico revelou os irmãos Varejão no início dos anos 90, no Saldanha da Gama, clube que chegou a disputar uma edição do NBB CAIXA em 2008/2009. Anderson começou a jogar basquete pelo clube aos 11 anos e, cinco anos depois, em 1998, acabou se transferindo para Franca (SP), onde ficou por quatro anos antes de rumar para Barcelona (ESP), em 2002.

+Conheça mais da história de Alarico Duarte, primeiro técnico de Varejão

“Sempre tivemos a expectativa de ver o Anderson virar jogador. O Sandro (irmão) já jogava, o pai tinha 2 metros. Só que não imaginávamos que seria campeão da NBA e tudo mais. É muito gratificante ver o que ele se tornou, a pessoa que se tornou. Ele teve um momento de dúvidas, se queria ou não virar jogador, pois tinha outras opções, gostava de soltar pipa (risos). Mas ele acabou tomando a decisão certa, foi para Franca e depois virou o que virou”, comentou o ex-técnico.

Mas alguém consegue imaginar Anderson Varejão atuando como armador? Pois é. Alarico Duarte contou que, sob seu comando, no Saldanha da Gama, os primeiros passos do consagrado ala/pivô campeão da NBA foram batendo bola e arremessando bolas de 3 pontos. Segundo ele, o atual camisa 17 do Flamengo virou pivô somente quando se transferiu para o Franca.

“Poucos conseguem acreditar nisso, mas ele começou como armador. No Sub-13 ele era armador, chutava de 3 e tudo mais. Como ele já era grande, não tinha tanta força física, era meio desengonçado, mas acredito que essa técnica que ele adquiriu ajudou muito na carreira dele. Ele só foi virar pivô mesmo em Franca. Um dia ele até me ligou e falou ‘pô, os caras aqui não me deixam chutar de 3’ (risos), e eu falava para ele chutar. Hoje vemos o grande pivô que ele acabou se tornando”, revelou Alarico.

Anderson Varejão, aos 13 anos, com a equipe do Saldanha da Gama, no ano de 1995 (Arquivo/GE.com)

Será exemplo

Sobre a ida de Varejão para o Flamengo, Alarico Duarte mostrou positividade e ressaltou o espelho que o campeão da NBA será a todos que o acompanharem. No final da resposta, o ex-treinador ainda brincou dizendo que a volta do jogador poderia ser para o Vitória Basquete, um dos clubes que comandou como técnico.

“Assim como o Leandrinho, o Anderson será uma grande atração aqui no NBB. Traz um outro olhar para o basquete, para os meninos que estão assistindo, que vão ver o profissionalismo dele e o terão como exemplo. Ele vai trazer muitas coisas boas para o basquete brasileiro, vai aumentar a mídia e vai lotar os ginásios. Gostaria que ele viesse para o Vitória Basquete, mas foi bom ele ir para o Flamengo (risos)”, finalizou Alarico Duarte.