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Reciclagem

19-02-2018 | 12:44
Por Liga Nacional de Basquete

Mais assistências, leitura de jogo e alto desempenho: Alex Garcia reinventa seu jogo aos 37 anos e entre os primeiros no ranking de eficiência do NBB CAIXA

Quem acompanha Alex Garcia desde o início de sua carreira se acostumou a um estilo de jogo bastante singular, baseado em sua assustadora força física. Correria, infiltrações, trombadas, enterradas devastadoras e uma rotineira eficiência. Agora, perto de completar 38 anos, vemos um outro “Brabo”, com menos pontos, mas não menos eficiente. Muito pelo contrário.

Considerando somente a “era NBB”, Alex possui a menor média de sua trajetória na competição, com 13,8 por partida, número bem menor do que sua média histórica no campeonato, que é de 16,2. Apesar dessa queda na pontuação, sua eficiência continua lá em cima: 18,5 por jogo, a segunda maior da atual edição do NBB CAIXA – o primeiro é David Jackson (Vasco), com 19,1.

Mas como o índice de eficiência segue tão alto? Como atingir tal número se ele está pontuando menos, registrando médias quase idênticas às anteriores em rebotes (5,4 por jogo) e roubos de bola (1,2 por jogo) e está até cometendo mais turnovers (2,8 por partida – a maior de sua trajetória no NBB CAIXA)? Alguns números podem explicar.

O estilo de jogo mudou, mas a eficiência continua lá em cima: esse é Alex Garcia (Victor Lira/Bauru Basket)

Primeiro, é importante explicar o que é a eficiência. O índice de eficiência é um número que retrata a real contribuição de um atleta para sua equipe na partida, já que são considerados tantos os atributos positivos como os negativos. O cálculo é feito da seguinte maneira: (Pontos + Rebotes + Tocos + Bolas recuperadas + Assistências) – (Bolas de 2 erradas + Bolas de 3 errados + Lances livres errados + Turnovers).

O fator primordial para o alto índice de eficiência de Alex atualmente são as assistências. O Brabo distribui em média 6,2 servidas por partida, número quase três vezes maior do que na primeira edição do NBB CAIXA (2,6 por jogo), em que ele tinha média de eficiência idêntica à atual (18,5 por jogo). Essa média é a terceira maior deste NBB CAIXA e a maior do Sendi/Bauru Basket – o segundo colocado Kendall Anthony tem apenas 3,2 por jogo.

Outro ponto levado em consideração é o aproveitamento nas bolas de 3 pontos. No momento, Alex acerta 2,0 arremessos em 5,3 tentativas por partida (37,9% de aproveitamento). Essa porcentagem é a segunda maior já registrada por ele em suas temporadas do NBB CAIXA – a maior foi de 40,8% na edição 2014/2015.

“Me preparo muito todos os anos para que a idade não interfira e acho que essa reciclagem se deve a muito treinamento e entendimento do que o jogo pede. Procuro estar sempre treinando e jogando em alto nível, isso faz com que a idade não atrapalhe ao longo da minha carreira”, comentou Alex, que foi o atleta mais eficiente do mês de janeiro, com 20,3 de valorização.

Mas o que todos esses números querem dizer? “Isso mostra que a cada ano estou evoluindo meu jogo. Essa também é uma função minha nessa equipe atual. Preciso ajudar os armadores nesse fundamento. Para isso, sei também que meus números de pontos diminuíram um pouco, mas o importante é a equipe continuar produzindo, independente de quem pontua”, explicou o Brabo.

No momento, Alex Garcia está se recuperando de uma colite (inflamação no intestino grosso – cólon) e ficou de fora dos últimos cinco jogos da equipe, sendo três pela Liga das Américas e dois do NBB CAIXA. O Bauru se encontra na quinta colocação, com campanha de 13 vitórias e oito derrotas (61,9% de aproveitamento). Já na Liga das Américas, o Dragão avançou à fase semifinal e aguarda a definição da sede e dos adversários.

“Tivemos muitas mudanças na nossa equipe do time que foi campeão para esse atual. E, no momento, perdemos alguns jogos que não poderíamos. Isso nos tirou do G-4. Agora precisamos correr atrás do prejuízo e nos firmar, se não for no G-4, perto dele. E o NBB a cada ano mostra que, independentemente da posição da tabela, nos playoffs é onde temos que estar firmes”, concluiu o camisa 10 do Bauru.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.