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Mundial de Clubes

Yes, we can

22-08-2013 | 06:15
Por Liga Nacional de Basquete

Em coletiva, norte-americano Shamell demonstra confiança no Pinheiros e acredita em jogos iguais contra o Olympiacos, da Grécia: ‘na quadra são 5 contra 5’

O norte-americano acredita que a postura de sua equipe fará a diferença nas partidas contra os gregos (Ricardo Bufolin/Divulgação)

Para sagrar-se campeão da Copa Intercontinental, o Pinheiros/SKY terá pela frente um adversário de altíssimo nível: o Olympiacos, da Grécia, campeão Euroliga, nos dias 04 e 06 de outubro, em Barueri (SP). Já é esperado que o desafio não seja fácil, mas o MVP do título pinheirense da Liga das Américas 2013, Shamell, acredita plenamente na igualdade das equipes e na vitória do clube brasileiro no torneio.

“A gente que tem que entrar em quadra igual homem. Podemos ganhar ou perder, mas temos que ter cabeça e saber que jogamos contra os melhores do mundo. Temos uma chance. Vamos entrar na quadra juntos e sair da quadra juntos. Não sei se a gente vai dar show, se a gente vai perder, mas a gente vai entrar e dar o nosso máximo. Ninguém aqui é herói, homem de ferro. Vai ser um jogo. Um jogo difícil. Todo mundo sabe. Mas todo mundo quer saber se o Pinheiros vai conseguir vencer. Isso ninguém sabe. Mas a gente vai entrar em quadra igual. Cinco contra cinco, quem fizer mais cestas ganha”, analisou Shamell.

Na coletiva realizada no E.C Pinheiros, o norte-americano não poupou palavras e citou a maior conquista da história do basquete do clube, a Liga das Américas 2013, como maior exemplo de superação de dificuldades. Para o camisa 24, a situação será semelhante a da competição continental. , em que poucos mal conheciam o Pinheiros, que no final, levantou o troféu de campeão.

“Na temporada passada, ninguém acreditava na gente. Todo mundo aqui sabe que o nosso time é muito mais fraco que o Olympiacos. Mas foi o que aconteceu na Liga das Américas. Ninguém conhecia o Pinheiros. Quem é Pinheiros? Pinheiros vem de onde? E a gente acha que esses caras que jogarão contra nós (Olympiacos) vão pensar igual. A gente só tem que acreditar. O Cláudio (Mortari) não precisa fazer nada pra gente. Não precisa dar treino mais forte, não precisa falar palavras chave. Sabemos que temos o compromisso de entrar, jogar forte e fazer o trabalho bem feito. A gente sabe que esse time (Olympiacos) tem três vezes mais dinheiros que nós. A gente sabe que tem três ou cinco caras que jogam na seleção da Grécia. A gente sabe que eles têm uns cinco americanos. Mas quando entramos na quadra, tudo isso não vale nada. O que vale é a postura da equipe”, comentou o norte-americano.

O experiente Cláudio Mortari poderá ser campeão mundial pela segunda vez em sua carreira (Ricardo Bufolin/Divulgação)

Quando perguntado sobre a diferença, ou até um ‘abismo’ entre o basquete das equipes europeias, citado por Shamell, o treinador do Pinheiros, Cláudio Mortari, falou da dificuldade de deixar o nosso basquete nivelado com o europeu e citou desenvolvimento dos atletas, desde as primeiras categoria de base, como primordial para o aparecimento da característica de cada escola.

“Pela experiência que eu trago, eu digo que o basquete é uma das poucas modalidades onde cada país, cada continente tem a sua escola. A missão de assemelhar o nosso basquete brasileiro ao espanhol, por exemplo, é muito difícil. Nós não temos a característica de fazer esse basquete europeu. Todo mundo tem uma escola própria. Cada um tem sua teoria. O enquadramento é feito por cada filosofia de trabalho. Dificilmente nós (brasileiros) teremos uma mudança radical nisso, em função do desenvolvimento do atleta durante toda sua atividade. Desde as primeiras categorias ele vem dentro de uma determinada filosofia”, afirmou Mortari, campeão Mundial com o Sírio, em 1979.

Alguns feitos nos últimos tempos mostram que o Pinheiros sabe muito bem superar situações extremamente difíceis, o que pode servir de incentivo para a equipe comandada por Cláudio Mortari vencer os gregos e levantar o troféu de campeão mundial.

O primeiro deles foi na fase de classificação do NBB5, em que o time da capital paulista superou ninguém menos que o até então atual tricampeão do nacional, Uniceub/BRB/Brasília, na casa do adversário, por 99 a 96, fato conseguido apenas pelo Minas durante as 18 partidas que os candangos realizaram diante de sua torcida durante a etapa de classificação.

Outro que impressionou a todos os amantes do basquete foi a espetacular virada nas oitavas de final também da última edição do NBB, em que os pinheirenses  estavam perdendo a série para o Winner/Kabum/Limeira por 2 a 0 e conseguiu vencer três jogos seguidos e avançar às quartas de final.

Porém, não foi a primeira vez que o Pinheiros conseguiu reverter uma série praticamente perdida. A façanha foi conseguida também na temporada anterior, em que o Joinville precisava de apenas uma vitória para fechar a série melhor de cinco e ir às semifinais, mas a equipe de Cláudio Mortari conseguiu ganhar os três jogos e concretizar a virada histórica.

A mais marcante de todas as conquistas, com certeza, foi a da Liga das Américas 2013. Antes do início do campeonato, todos sabiam da qualidade do Pinheiros, mas poucos colocavam o clube entre os favoritos. Porém, o basquete é jogado dentro de quadra, cinco contra cinco,  e a equipe da capital de São Paulo mostrou sua força e conseguiu chegar ao Final Four. Ao vencer seus dois primeiros compromissos, contra os donos da casa Capitanes de Arecibo (PUR) e  o poderoso Lanús (ARG), e contou com a derrota do Brasília para sagrar-se campeão da competição continental pela primeira vez na história.

“Fomos para a Argentina jogar a Liga das Américas, e o Lanús (ARG) não tinha perdido nenhum jogo. Todo mundo achava que o Lanús ia ganhar, ia ser campeão. Os times que jogaram em casa queriam jogar contra nós: “Ah, o Pinheiros é o mais fraco”. Mas ninguém conhecia Shamell, não conhecia (Rafael) Mineiro, não conheciam o Cláudio, que já treinou muitos times e foi campeão mundial. Perdemos quatro jogos para o Lanús, mas ganhamos deles no último e fomos campeões da Liga das Américas. Ninguém acreditava na gente, só a gente mesmo”, destacou Shamell.

Campeão da Liga das Américas 2013, o Pinheiros espera surpreender novamente e faturar o título da Copa Intercontinental (Divulgação/FIBA Américas)