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Maique:"O vírus nãoolha profissão"

01-04-2020 | 03:43
Por Rodrigo Bussula

Primeiro atleta no Brasil diagnosticado com a COVID-19, Maique apresenta melhora e retorna ao treinos: “sinto que estou evoluindo a cada dia”

Aos 27 anos de idade, o pivô Maique, do Paulistano/Corpore foi o primeiro atleta em solo nacional que testou positivo para a COVID-19. O resultado foi divulgado no início de março, após o jogador sentir alguns dos sintomas e ser encaminhado para o hospital, realizando assim os devidos testes e confirmando o quadro.

Diagnosticado em 18 de março, ainda no início do surto em São Paulo, o jogador logo entrou em quarentena para evitar ao máximo a contaminação coletiva, já que as pessoas que testaram positivo para o vírus podem transmitir o mesmo apenas por estarem próximas de outras pessoas. Para Maique, o momento após o diagnóstico foi um susto.

“Quando meu caso foi diagnosticado foi um baque, tanto para mim quanto para a minha família, amigos, para o clube. Mas o tempo inteiro o clube foi atencioso comigo, me deu todo o suporte necessário, me levaram para um ótimo hospital, onde fui bem atendido. O Paulistano tem cuidado de mim muito bem”, salientou o pivô.


Agora, após duas semanas em quarentena, Maique já demonstra sinais de melhora. Mesmo sem tomar uma medicação específica, já que ainda não existe vacina para combater o vírus, o pivô recebeu a recomendação de ficar em repouso e tomar um xarope receitado pelos médicos.

Cumprindo à risca as recomendações médicas, o jogador já viu uma melhora no seu quadro de saúde. Para Maique, a evolução no processo de melhora está sendo rápida, principalmente pela diminuição dos sintomas.

“Me sinto muito bem. Graças a Deus estou evoluindo muito rápido. Nas primeiras semanas foi bem chato, quando tive muita dor de cabeça, febre, garganta ruim, gripe. Me lembro que a primeira noite, de um sábado para um domingo, não consegui dormir e passei em claro, sentindo calafrios, com febre”, disse Maique, que completou:

“Sou um atleta de rendimento, mas antes de tudo sou um ser humano. O vírus não olha profissão, gênero ou raça, então todos nós devemos tomar um cuidado muito grande em relação ao vírus. Nesse momento uma mensagem que deixo para todos é: vamos seguir as orientações dos médicos, ficar em casa e cuidar dos idosos, que fazem parte da área de risco neste momento. Juntos somos mais fortes e sei que vamos vencer esse vírus”, afirmou o jogador.

Pivô reforçou que o vírus não escolhe profissão, raça ou genêro (William Oliveira/Paulistano)

Neste processo de quarentena, longo e solitário, Maique se apegou muito à companhia da mãe. Ela está com o jogador, mas em outro cômodo da casa e respeitando a quarentena do filho.

“Estou me mantendo bem firme, ficando isolado dentro do meu quarto e, confesso, está sendo muito difícil. Ficar dentro do quarto, sozinho, é complicado. Minha mãe está aqui comigo, só que em quartos separados e ela vem sendo a minha base, contribuindo muito para minha recuperação”, disse o pivô.

Com uma evolução em seu quadro clínico, Maique recebeu uma boa notícia dos médicos: a liberação para treinar. Para o jogador que tinha uma rotina de trabalhos pesada, de duas vezes ao dia, voltar a treinar é um grande passo.

“Faço meus treinos no isolamento, dentro do meu quarto. Tive que afastar a cama e tudo (risos). Enfim, sinto que estou evoluindo a cada dia. Queria que todos se cuidassem, seguissem as orientações dos médicos e ficassem em casa. Cuidem um dos outros, dos idosos, do grupo de risco. Juntos somos mais forte”, afirmou.