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Estudoinédito

09-07-2019 | 09:22
Por Liga Nacional de Basquete

Flávia Almeida defendeu tese de doutorado sobre Síndrome de Burnout em Árbitros de Basquete

A busca constante pelo “novo” faz parte do DNA da Liga Nacional de Basquete desde sua criação. Esse conceito foi demonstrado diversas vezes ao longo da história da entidade, mas agora, foi visto através de uma de suas funcionárias, que validou um estudo inédito no Brasil.

Flávia Almeida, Coordenadora de Arbitragem da LNB, defendeu uma tese de doutorado em Educação Física intitulada “Síndrome de Burnout para Árbitros Brasileiros de Basquetebol”, com objetivo de investigar a síndrome nos oficiais do Brasil – algo jamais realizado no país.

A Síndrome de Burnout é uma situação específica de estresse crônico ocupacional relacionada a qualquer tipo de trabalho. Ou seja, é quando a pessoa não vê mais sentido naquela atividade devido a uma carga alta de pressão, o que acaba influenciando até nas relações interpessoais do indivíduo.

+Confira a tese “Síndrome de Burnout em Árbitros Brasileiros de Basquetebol”

“Ao longo da minha carreira como árbitra e gestora percebi que os oficiais ficavam exaustos física e emocionalmente, e, por conta disso, alguns deles tendem a abandonar a profissão”, explicou Flávia Almeida, que completou:

“Não havia nenhum artigo desse tema para árbitros de basquete no Brasil. Por isso, meu objetivo foi identificar um instrumento (questionário ou anamnese) adequado para mensurar a Síndrome de Burnout e validá-lo especificamente para essa categoria”.

Flávia Almeida validou sua tese diante de renomados professores doutores (Reprodução)

A tese de Flávia Almeida propôs uma nova estrutura para mensuração da Síndrome de Burnout no esporte e, de quebra, apresentou a criação de um algoritmo para classificar os níveis de Burnout entre os árbitros, o que ainda não existia em qualquer estudo da síndrome no universo do esporte.

A bancada da defesa da tese de Flávia, realizada na Universidade São Judas Tadeu, contou com a participação de Regina Brandão, uma das maiores psicológicas da área do esporte no Brasil, que foi sua orientadora, além de Gerson dos Santos Leite, professor doutor da Uninove, Maria Luiza Miranda e Marcelo Zanetti, doutores da Universidade São Judas Tadeu, e Luciano Mercadante, doutor da Unicamp.

“A elaboração de uma tese de doutorado é um processo longo que demanda muito empenho, dedicação, horas de pesquisa e trabalho. Sem dúvidas estudar os aspectos psicológicos da arbitragem foi algo enriquecedor e que me trouxe a possibilidade de compreender melhor como deve ser a preparação desse profissional. Sempre tive como meta pessoal entrar no doutorado e pesquisar algo que tivesse ligação direta com minha prática profissional. E a sensação de atingir este objetivo é fantástica em vários sentidos”, disse Flávia.

Mulher vencedora

Flávia Almeida é um exemplo de mulher vencedora esporte. Nascida em Apucarana (PR), começou sua trajetória como árbitra de basquete aos 17 anos, em um torneio universitário masculino no Paraná. A partir de então, só progresso.

Ela foi a primeira e única mulher a apitar uma final do Campeonato Brasileiro Adulto Masculino (2008) e também a primeira nas Finais do NBB CAIXA, esta na temporada 2010/2011, entre Franca Basquete e Universo/Brasília.

Sua carreira no apito durou até o final da edição 2010/2011 do NBB CAIXA. Logo em seguida, recebeu o convite para exercer a função de Coordenadora de Arbitragem da Liga Nacional de Basquete, onde está desde julho de 2011.

Flávia Almeida atua como Coordenadora de Arbitragem da LNB desde julho de 2011 (João Pires/LNB)

Formada em Educação física com especialização em treinamento desportivo, Flávia também possui um Mestrado na área, todos pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Agora, finalizou seu Doutorado em Educação Física, pela Universidade São Judas Tadeu.

“A LNB sempre me incentivou a buscar o novo e a me desafiar. Inclusive tive a oportunidade de iniciar como Coordenadora de Arbitragem na Liga enquanto ainda cursava o Mestrado. Quando fui aprovada no processo seletivo para o Doutorado, compartilhei isso com o Sérgio Domenici e o Paulo Bassul e recebi apoio incondicional deles, até porque o processo não seria fácil. Além deles, sempre tive muito apoio dos vários amigos da LNB, que sempre me dão aquele empurrãozinho, muitas vezes necessário. Aqui somos sempre motivados a tentar algo novo, a buscar algum diferencial dentro de nosso trabalho, a fazer algo que possa ter impacto direto e positivo dentro de nossas áreas. Sou muito grata a todos e com certeza isso me estimula a buscar mais conhecimento e também a aprender, compartilhar e evoluir sempre”, finalizou Flávia Almeida.