HOJE
Em buscada soberania
Por Vinícius Guimarães
Potência no futebol, São Paulo tem volta animadora ao basquete e mira títulos na temporada 2020/2021
“Dominante; que detém o domínio”. Essa é a definição da palavra “soberano” no dicionário, e não é coincidência que esse seja o apelido do São Paulo Futebol Clube. Com uma sala de troféus lotada de grandes conquistas, o Tricolor do Morumbi já conquistou seis Campeonatos Brasileiros, três Libertadores e três Mundiais. De volta ao basquete após 14 anos de inatividade, na sua primeira temporada, o clube foi, mais uma vez, dominante. Soberano.
O São Paulo teve uma passagem pelo mundo da bola laranja em meados do século passado, quando conquistou o Campeonato Paulista da Capital em 1943. Décadas depois, o time levantou o troféu de campeão estadual, em 1989, mas acabou encerrando suas atividades no basquete adulto masculino.
A bola laranja voltou a ser vista nas mãos de atletas do São Paulo no basquete feminino. Em 2002, o Tricolor Paulista fechou uma parceria com o time de Guaru, e passou a disputar o Campeonato Brasileiro. Comandado por Janeth, uma das maiores jogadoras da história do basquete brasileiro, o São Paulo/Guaru foi campeão nacional em 2002. A ala/armadora foi MVP e cestinha da competição com média de 24,0 pontos por jogo. O clube seguiu na modalidade até 2004.
Catorze anos depois, o São Paulo retornou ao basquete profissional para disputar a Liga Ouro de 2019, torneio o qual foi vice-campeão. Na temporada seguinte, o clube adquiriu o direito associativo juntou à Liga Nacional de Basquete e garantiu sua presença no NBB 2019/2020.
“É evidente que o futebol é e sempre será o coração e razão de ser do São Paulo, mas somos um clube muito grande para ficarmos restritos a uma modalidade. O basquete já se tornou um xodó para nossos torcedores, que cada vez mais vem acompanhar os jogos e buscam informações sobre a equipe. Hoje nossos torcedores sabem exatamente quem é o Georginho, Shamell, Jefferson e o Renan. Ter uma primeira temporada tão boa no NBB certamente ajudou, trouxe a torcida para perto, apresentou novos ídolos, mas isso já ficou no passado e nossa ideia é ver a modalidade crescer cada vez mais”, contou Carlos Belmonte, diretor geral do clube social do São Paulo FC.
Uma das maiores potências do futebol da América Latina, o São Paulo procura a independência financeira no basquete, priorizando parceiros que já tem acordos firmados com o clube.
“O basquete deve ser visto como algo independente do futebol e do clube social na gestão de recursos. Desta forma, trabalhamos para conquistar patrocínios e recursos sem depender de outras fontes. É claro que sempre, desde o início do projeto, procuramos primeiramente os que já são nossos anunciantes. Apresentamos para eles o projeto basquete e felizmente temos tido ótima receptividade e os anunciantes ótimos resultados”, declarou Belmonte.
Temporada com MVP
A primeira temporada do São Paulo no NBB foi um verdadeiro alento para o torcedor tricolor. Além das ótimas atuações coletivas e a posição de terceiro colocado em 2019/2020, um jogador em específico superou todas as expectativas e deu um show à parte.
Vestindo vermelho, branco e preto, Georginho realmente saiu da jaula nesta última temporada, e deu para perceber isso logo de cara. Ele foi eleito o King of The Month de outubro e novembro e quebrou o recorde de triplos-duplos do NBB ainda no primeiro turno, com cinco. Suas médias finais foram de 15,5 pontos, 8,7 rebotes e 7,5 assistências.
O armador bateu o recorde de prêmios individuais em uma temporada do NBB ao ganhar cinco troféus. Além de King of The Season, o MVP do NBB, oferecido pela Budweiser, ele levou Líder em Rebotes, Jogador Mais Eficiente, Armador do Ano e Jogador que Mais Evoluiu.
Banco mais forte
Para a temporada 2020/2021, o São Paulo renovou com seu técnico, Cláudio Mortari, os armadores Georginho e Igor, os alas Shamell e Danilo Penteado, e os ala/pivôs Renan Lenz e Jefferson. As novidades no elenco são os armadores Dawkins e Bennett, o ala Isaac e os pivôs Gerson e Lucas Mariano.
“As contratações foram bastante pontuais. Nós precisávamos de um elenco um pouco mais diversificado, com um aproveitamento maior do banco. A expectativa é que tenhamos uma temporada tão boa quanto a anterior. Para o primeiro ano no NBB, o São Paulo foi muito bem. Queremos manter a consistência que nós tivemos, assim como a nossa mentalidade”, afirmou Mortari.
Gringos conhecidos
Maior estrangeiro e um dos maiores jogadores da história do NBB, Shamell terá dois novos companheiros conterrâneos nessa temporada. Os norte-americanos Bennett e Dawkins chegam do Pinheiros para reforçar a armação tricolor.
“A vinda do Dawkins e Bennett deixa o nosso time mais forte e rápido. São dois jogadores que entendem muito do jogo. Eles vão me ajudar e eu vou ajudá-los. O que falta para a carreira deles no Brasil são títulos, e esse é o nosso objetivo no São Paulo”, disse o cestinha da história do NBB.
Os cinco anos de Bennett no NBB foram disputados defendendo as cores do Pinheiros. Suas médias foram de 13,9 pontos, 3,5 rebotes e 3,3 assistências por jogo. Já Dawkins passou por quatro equipes na elite do basquete brasileiro, tendo 2016/2017 como sua melhor temporada, quando teve médias de 16,5 pontos, 4,5 assistências e 3,5 rebotes no Vitória.
“A torcida me abraçou”
Maior destaque do garrafão tricolor na temporada passada, Renan Lenz encontrou no Morumbi a sua casa no NBB. Depois de passar as três temporadas anteriores em três times diferentes, o ala/pivô teve médias de 12,3 pontos e 5,7 rebotes em 2019/2020 e renovou com o São Paulo para o próximo NBB.
Renan cavando uma vaga para o Torneio de Enterradas 🔨😱
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— NBB (@NBB) February 4, 2020
“Ter renovado no São Paulo foi muito bom. Estava em busca de um time em que eu tivesse uma consistência e me identificasse com o grupo. Achei que seria bom para minha carreira dar continuidade no trabalho que está sendo feito no São Paulo. Minha relação aqui no clube está ótima. Dentro de quadra estou me sentindo à vontade e me identifico com o basquete que jogamos. Fora de quadra, a torcida abraçou o projeto e nos deixa ainda mais motivados para fazer nosso trabalho em um clube tão grande como o São Paulo”, declarou Renan.
Garrafão de peso
No NBB 2020/2021, além de contar com o força de Renan Lenz e a experiência de Jefferson, o São Paulo também terá Lucas Mariano e Gerson à disposição na área pintada. Segundo Renan, esse quarteto de pivôs será um dos mais versáteis de todo o NBB.
“Nós tivemos algumas mudanças no elenco e no garrafão chegaram dois jogadores que fizeram ótimas temporadas no último NBB. Acho que temos um garrafão muito forte esse ano e com formações que podem ser variadas de acordo com o estilo que queremos jogar. Por exemplo, o Lucão (Mariano) é um cara que tem um ótimo repertório ofensivo e impõe bastante presença física no garrafão, além de também conseguir arremessar”, analisou.
“Já o Gerson é um dos pivôs mais atléticos do NBB e corre a quadra como poucos no Brasil. Então se quisermos acelerar o jogo, ele vai fazer isso muito bem. Eu e o Jefferson fizemos uma combinação que deu muito certo ano passado porque conseguimos espaçar a quadra sem perder a presença física no garrafão. Estou gostando muito dessa variedade que podemos. Tenho certeza que temos um dos quartetos de pivôs mais versáteis do NBB”, finalizou Renan.
O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.