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Seleção Brasileira

Brasil Sub-21:os alas

27-07-2018 | 09:11
Por Douglas Carraretto

Conheça a nova geração de alas que representará o Brasil no Sul-Americano Sub-21

Da esquerda para a direita: Gui Bento, Danilo Sena, Didi e Gui Abreu são os alas que representarão o Brasil no Sul-Americano Sub-21 (Divulgação/LNB)

Depois de apresentar os armadores da nova geração do basquete brasileiro, chegou a hora de falar um pouco sobre os alas que defenderão a Seleção Sub-21 no Sul-Americano da categoria, que acontecerá entre os dias 30 de julho e 05 de agosto, em Salta (ARG).

Vale lembrar que a posição de ala é considerada “carente” no Brasil, por isso é importante prestar bastante atenção no desempenho desses atletas, que terão a chance de mostrar seu valor e começar a galgar seu espaço na Seleção Adulta para os próximos ciclos.

+Brasil Sub-21 encerrou preparação em amistoso com Pinheiros: saiba como foi

Os alas da Seleção Brasileira Sub-21 são Danilo Sena (EC Pinheiros), de 19 anos, os “Splash Brothers” Didi e Gui Abreu (ambos do Sesi Franca), e o “voador” Gui Bento (Corinthians), de 21 anos, um dos mais velhos do grupo. Bora conhecê-los um pouco mais?

Danilo Sena

Nome: Danilo Araújo Sena dos Santos
Cidade: Salvador (BA)
Idade: 19 anos
Altura: 1,95m
Clube: EC Pinheiros
Inspiração: Holloway (Vasco da Gama) e Leandrinho

Dono de uma grande capacidade de pontuar, Danilo Sena é uma das grandes referências ofensivas da Seleção Sub-21. Com 1,95m de altura, ele é bastante completo e domina a maioria dos fundamentos de ataque, o que o permite render de diferentes maneiras.

Danilo Sena domina todos os fundamentos e é uma das boas promessas dessa geração (Marcello Zambrana/LNB)

Na última edição da LDB, por exemplo, Danilo teve sólidas médias de 13,3 pontos, 4,9 rebotes e 3,6 assistências, com 36,4% de aproveitamento nas bolas de 3. Os números mostram essa polivalência no aspecto ofensivo.

+Estatísticas completas de Danilo Sena na LDB e no NBB CAIXA

“Me considero um ala ágil, e não tanto de força. Procuro mais a infiltração do que o arremesso, mas prefiro sempre variar minhas ações dentro de quadra de acordo com a necessidade da equipe e de cada partida”, declarou Danilo.

Assim como muitos da Seleção Sub-21, o ala soteropolitano é daqueles que é constantemente convocado para seleções de base desde cedo. Em 2015, por exemplo, ele esteve na Seleção Sub-17 que disputou a LDB 2015 na preparação para o Sul-Americano e Copa América da categoria.

Danilo Sena é convocado para as Seleções de base desde cedo, inclusive na Sub-17 que jogou a LDB 2015 como preparação para o Sul-Americano da categoria (João Pires/LNB)

Aos 19 anos, Danilo ainda luta por seu espaço no elenco adulto do Pinheiros. Por isso, a oportunidade na Seleção Sub-21 servirá também para mostrar ao técnico César Guidetti sua real condição de ganhar mais minutos no time principal.

“O César (Guidetti) me dá muitas dicas de como quer que eu jogue aqui na Seleção, que é diferente do Pinheiros, então acho que essa proximidade com ele vai me ajudar bastante no Sul-Americano”, finalizou o ala.

Palavra do coach

“O Danilo é outro especialista em arremesso e tecnicamente muito bom. Ele sabe que precisa melhorar fisicamente, mas é algo normal da idade, alguns às vezes ainda precisam ganhar mais massa muscular, outros aspectos técnicos, defensivamente todos precisam melhorar. Mas o Danilo é um jogador talentoso, pode mudar um jogo, pode entrar na quadra e reverter uma situação. Ele tem um poder de finalização muito grande. Ele é um ‘2’, podendo no futuro até fazer um ‘3’”, declarou César Guidetti.

Didi

Nome: Marcos Henrique Louzada da Silva
Cidade: Cachoeiro do Itapemirim (ES)
Idade: 19 anos
Altura: 1,95m
Clube: Sesi Franca Basquete
Inspiração: Leandrinho Barbosa

Didi, de 19 anos, é um dos principais prospectos da geração Sub-21 do basquete brasileiro (Stephan Eilert/Solar Cearense)

Um dos atletas mais promissores da Seleção Sub-21, Didi é uma joia rara no basquetebol brasileiro. Seus 1,95m de altura são compostos de muita explosão e força física, o que potencializa ainda mais sua capacidade de atuar em alto nível, inclusive na categoria adulta.

“Sou um ótimo defensor, faço de tudo para ajudar o time na defesa, principalmente marcando os melhores jogadores das outras equipes. No ataque, gosto muito de infiltrar e chutar para 2 pontos. É assim que pretendo ajudar minha equipe”, analisou Didi.

“Meu físico é bom, estou trabalhando ele cada vez mais para ficar mais forte e, quem sabe um dia, chegar à NBA, que é o meu maior sonho. Nos jogos procuro ter bastante contato e isso me ajuda muito a evoluir”, completou o jogador.

Além do aspecto físico, o atleta vem desenvolvendo cada vez mais outros fundamentos, como arremesso longo, passe e leitura de jogo. Não à toa, ele vem ganhando cada vez mais minutos no elenco adulto do Sesi Franca.


Em seu primeiro NBB CAIXA, Didi registrou em média 3,1 pontos e 1,5 rebotes em 10,6 minutos. Já na LDB 2017, na qual o Franca terminou na terceira colocação, acumulou expressivos 14,3 pontos, 3,3 rebotes e 3,1 assistências.

+Estatísticas completas de Didi no NBB CAIXA e na LDB

Vale prestar bastante atenção nesse garoto, que tem tudo para se tornar um dos grandes alas do basquete brasileiro no futuro. Agora, na Argentina, terá a primeira chance de provar que merece respeito também a nível internacional.

Palavra do coach

“Estamos muito impressionados com o Didi. Fisicamente ele realmente é acima da média. É um jogador atlético, salta muito, corre muito, e tecnicamente é muito bom. Ele arremessa muito bem, dribla muito bem, vem da escola francana, então defensivamente é muito bom. É um jogador que realmente veio não só para compor o elenco, tenho certeza que vai ser muito efetivo na competição. Ele não tem tanta experiência internacional como alguns aqui, então vamos ver como ele reagirá, mas a expectativa é a melhor em relação ao Didi”, disse César Guidetti.

Gui Abreu

Nome: Guilherme Braga Abreu
Cidade: Franca (SP)
Idade: 19 anos
Altura: 1,98m
Clube: Sesi Franca Basquete
Inspiração: Edu Mineiro (pai) e Marquinhos

Gui Abreu é um dos atletas mais completos da Seleção Brasileira Sub-21. Uma das provas disso são seus números na última LDB: foi o jogador mais eficiente competição, de maneira disparada, com 22,3 de valorização por jogo – o segundo colocado, Dikembe (CAP), teve 17,4.

Gui Abreu foi o Jogador Mais Eficiente da LDB 2017 e recebeu das mãos do pai, o ex-jogador Edu Mineiro (Marcello Zambrana/LNB)

Ainda na LDB, o jogador foi o cestinha e reboteiro do Franca do campeonato, com médias de 15,4 pontos (3ª maior da LDB) e 7,6 rebotes. Ele foi também o segundo maior ladrão de bolas da competição, com 3,3 por partida, e teve 1,1 tocos por partida.

+Estatísticas completas da carreira de Gui Abreu na LDB e no NBB CAIXA

Com quase 2,00m de altura, Gui Abreu é o atleta mais alto entre os alas da Seleção Sub-21. Isso o permite atuar tanto como ala “3” como ala/pivô “4” em determinados casos. Sua principal arma é o arremesso longo, mas sua apurada leitura de jogo o permite fazer de tudo um pouco na quadra – infiltrar, dar assistências e arremessar.

“Sou um ala, mas também faço ala/pivô. Estou trabalhando essas duas posições. Tenho como principal característica os arremessos de fora e também uma boa presença nos rebotes, tanto ofensivos quanto defensivos. Tento ajudar ao máximo defensivamente, com relação à comunicação e muita vontade para marcar”, disse Gui.

“Essa minha versatilidade é muito importante, pois posso dar ao treinador mais opções para usar em determinadas situações de jogo e assim ele tem um leque maior de alternativas nas partidas”, concluiu o camisa 33 do Franca.

Sua versatilidade o credencia a uma posição de bastante destaque no cenário nacional. Pensando no futuro, é claro que ainda há muito a desenvolver, assim como todos os atletas. No entanto, vale olhar para o garoto Gui Abreu com bastante carinho.

Palavra do coach

“O Gui Abreu é um jogador muito interessante, que faz a posição 3, podendo fazer um 4 porque ele tem envergadura, é alto. Hoje o basquete ele mudou um pouco nesse sentido, né? Às vezes as equipes estão jogando com uma formação mais baixa, porém muito mais rápida, técnica, então a gente está treinando ele um pouco nessa posição. Ele comentou comigo que na equipe dele ele também treina em mais de uma posição. É um jogador muito interessante, tecnicamente muito bom, arremessa, joga de costas, tem penetração e também boa defesa. Muito versátil”, disse o técnico César Guidetti.

Gui Bento

Nome: Guilherme Bento do Carmo
Cidade: Lençóis Paulista (SP)
Idade: 21 anos
Altura: 1,92m
Clube: Corinthians
Inspiração: Isaac (EC Pinheiros) e Vitor Benite (Cedevita Zagreb-CRO)

Torneio de Enterradas

Atual campeão do Torneioi de Enterradas, “King” Bento será uma das grandes armas da Seleção no Sul-Americano Sub-21 (Fotojump/LNB)

Gui Bento é um dos poucos atletas do elenco Sub-21 que possui experiência com a Seleção Brasileira Adulta – somente ele e Yago Mateus participaram das convocações de Aleksandar Petrovic nas Eliminatórias. Por isso, ele espera ser um dos líderes do grupo que vai à Argentina.

“Sou um cara que procura muito o bem do grupo e joga coletivamente. Sempre brigo pelas vitórias de modo coletivo e tento ser um líder entre os moleques aqui da Seleção”, falou Gui Bento.

“Consegui adquirir muita experiência nas duas convocações para a Seleção Adulta e acredito que tenho muito a oferecer para esse grupo, principalmente para os garotos mais novos aqui”, completou.

Dono de uma das maiores impulsões do basquete brasileiro, Gui chamou a atenção de todos com suas enterradas potentes durante o NBB CAIXA. Não à toa, ele foi campeão do Torneio de Enterradas do Jogo das Estrelas 2018.

+Estatísticas completas de Gui Bento no NBB CAIXA e na LDB

“Gosto muito de defender e acredito que a explosão que tenho nas pernas ajuda nisso. Também gosto de brigar bastante nos rebotes de ataque e, é claro, de enterrar, que é o meu forte”, finalizou Gui.

Nascido em Lençóis Paulista (SP), o jogador surgiu na base do Bauru, onde disputou duas edições da LDB. Em sua passagem pelo Dragão, acabou não sendo aproveitado na equipe adulta e até chegou a pensar em parar de jogar.

Quando a retirada das quadras era cogitada, Gui foi contratado pelo Pinheiros e apareceu muito bem nas partidas da equipe Sub-20 na LDB e também equipe adulta, seja no Paulista, NBB CAIXA 2017/2018 e Liga Sul-Americana.


Aos 21 anos, Gui foi anunciado recentemente como novo reforço do Corinthians e embarcará em mais um novo desafio na carreira. Mas antes, terá que se provar na Seleção Sub-21 para ganhar ainda mais moral na nova empreitada.

Palavra do coach

“O Gui Bento é outro ala que também já se destacou um pouco mais, de jogar em adulto, de ter convocação para Seleção Adulta. Ele é um jogador também que tem um perfil físico muito interessante, de jogador internacional. Joga mais na posição 3, futuramente podendo fazer 2. É claro que ainda vai desenvolver outros aspectos técnicos, mas é um jogador de bom arremesso, contra-ataque, penetração, que pode nos ajudar muito”, disse César Guidetti, que completou:

“Ele tem a idade de 21, e temos apenas quatro jogadores com essa idade, os outros tem 20, 19… então uma seleção que não é toda de 21. A gente espera que ele não sinta uma pressão de jogar por já ter participado de Seleções, que passe essa tranquilidade para os outros que não tiveram experiência e seja efetivo”, concluiu o treinador.

César Guidetti analisa geração de alas

“Temos jogadores bem interessantes na posição de ala. Falando dessa geração e pensando já no futuro. Essa posição, hoje, carece de uma maior quantidade de jogadores. É uma posição que preocupa um pouco, no sentido da gente descobrir esses jogadores que possam vir a chegar num nível pra jogar Seleção Adulta, por isso estamos com um olhar especial para eles”, disse o treinador.

“Pensando no futuro, é importante esse intercâmbio que eles terão agora, mas o principal é eles terem tempo de quadra nas suas equipes. Porque às vezes eles fazem parte de equipes que são fortes e jogam pouco. O que vai dar essa condição para eles na minha opinião é jogar, é ter confronto com jogadores adultos, experientes, ‘malandros’ no bom sentido, que sabem os atalhos do jogo e isso eles só vão ter jogando. Treinar é só uma parte, mas o que vai complementar e realmente credenciá-los para chegar no nível de serem bons jogadores é jogar. Então essa é a nossa preocupação, de ter espaço. Claro que não temos gerência nos clubes, mas fica aí o meu recado para dar uma força para eles”, finalizou Guidetti.

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