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Torcida olímpica: família Machado

26-07-2012 | 11:49
Por Liga Nacional de Basquete

Duda esteve junto com Marcelinho em todos os momentos difíceis do ala/armador da seleção. É hora de desfrutar a felicidade. O irmão, enfim, realizou o sonho olímpico

Não foram poucas as pessoas que elegeram Marcelinho Machado como o vilão das eliminações do Brasil em Pré-Olímpicos desde 2000. Um arsenal de críticas foi disparado sobre as costas do ala/armador, e o sonho de disputar uma edição das Olimpíadas parecia cada vez mais longe do atleta do Flamengo. Ele sofria, mas não sozinho. A família também compartilhava deste sofrimento, especialmente Duda, irmão e companheiro de time.

“Em 2008, eu tive a felicidade por um lado e infelicidade pelo outro de estar com ele na seleção que disputou o Pré-Olímpico Mundial. Depois do jogo contra a Alemanha em que fomos eliminados, eu vi como meu irmão ficou chateado. E é duro ver um irmão daquele jeito”, revelou Duda.

O sofrimento de três ciclos olímpicos virou alegria desta vez. Marcelinho Machado, enfim, jogará as Olimpíadas, para orgulho daquele que diz ser seu melhor amigo, em casa e nas quadras, e que será um de seus principais torcedores. “Já falei que no domingo, quando a seleção estrear, o jogo vai ser às 7h15, vou botar meu despertador para tocar às 6h30, vou preparar uma carne na churrasqueira, receber todo mundo e desfrutar desse momento”, disse Duda.

Duda ficará no Brasil na torcida pelo irmão Marcelinho nas Olimpíadas (Maurício Val)

Ala/armador do Flamengo, Duda não irá a Londres para cuidar da filha pequena de 11 meses. A sua cunhada, mulher de Marcelinho, grávida, e seu outro irmão farão companhia a ele no Brasil. Seus pais vão acompanhar in loco. Só que mesmo de longe e apenas como torcedor, o nervosismo tomou conta de seu corpo, como se ele estivesse na Inglaterra, concentrado, pronto para iniciar o maior desafio de sua vida no basquete.

“Eu conversei recentemente com o Marcelinho quando ele estava concentrado na França. Eu confessei para ele que eu estava muito ansioso para as Olimpíadas, nervoso, mesmo estando de muito longe. Parece que eu que vou jogar. Aí ele me disse que está tranquilo até aquele momento, que obviamente vai ter o frio na barriga quando chegar perto, mas que estava tudo normal. Aí respondi para ele: ‘Sorte sua, porque eu estou morrendo de nervoso’ (risos)”, contou.

Uma tranquilidade até compreensível, por ter chegado lá, para quem teve de aguentar muitas contestações por ser um dos principais nomes de diversos grupos que não chegaram ao objetivo da vaga olímpica. “Todas as críticas, que não foram poucas, ao Marcelinho quando a seleção não se classificava só o fortaleceram. Em nenhum momento ele desacreditou do seu potencial”, afirmou o irmão de Marcelinho.

Duda e Marcelinho são irmãos e também melhores amigos (João Pires/LNB)

Muito menos a família desconfiava do que Marcelinho poderia fazer. E o apoio de todo esse tempo virou uma alegria imensurável, verdadeira e pura. Não é só Marcelinho que estará dentro de quadra. Assim como sente o nervosismo de um jogo de estreia, Duda sente a felicidade de uma meta finalmente alcançada, como parte integrante de uma real batalha. E só ele e seus familiares sabem como o irmão lutou e foi abnegado por isso.

“Fiquei muito feliz por ele. É um sonho dele, meu, de toda a família que respira basquete. São 15 anos dedicados ao basquete e todo esse tempo esperando por esse momento. O Marcelinho merecia isso por tudo que ele dedicou para estar lá. Foram 15 anos longe da família, 15 anos sem férias, para você ter uma noção, ele nunca pôde estar em uma festa de aniversário do filho dele, de quatro anos. Estamos muito felizes com a presença dele nas Olimpíadas”, concluiu o irmão, companheiro e fã de Marcelinho.