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LDB

A hora da base

02-07-2013 | 03:03
Por Liga Nacional de Basquete

Três vezes campeão do NBB, Brasília apresenta bom planejamento para categorias menores e dá oportunidade a garotos da região de disputar a LDB

Tricampeão do NBB e sensação da cidade. Esse é o UniCEUB/BRB/Brasília, campeão da maior competição de basquete do país entre os anos de 2010 e 2013. Grande sucesso da capital federal, a equipe já construiu uma boa imagem perante aos moradores da região. Mas faltava uma coisa para o pacote ficar completo: as categorias de base.

Desde 2011, o time da capital federal montou sua equipe Sub-22 e disputou todas as edições da LDB. Além disso, o esquadrão gerenciado pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB) também armou equipes Sub-15 e Sub-17, que jogam os campeonatos do Distrito Federal. E agora, a chance de a modalidade da bola laranja se desenvolver no Distrito Federal aumentou ainda mais.

“É fundamental que uma equipe que já conquistou a cidade tenha cada vez mais as características da cidade. Alguns jogadores que jogaram ou jogam no time adulto  como o Arthur e o Rossi, foram formados na cidade e já vêm dando essa cara candanga ao time. Mas, quanto mais tivermos jogadores da cidade, mais vai aumentar essa identidade com a cidade e a gente já vê isso na LDB. Em 2012, quando sediamos uma etapa da LDB lá em Brasília, as pessoas iam para o ginásio para ver os atletas criados na cidade jogarem”, explicou Ronaldo Pacheco, técnico do Brasília na LDB.

A equipe Sub-22 do Brasília é dirigida por Ronaldo Pacheco desde sua criação (João Pires/LNB)

Aliás, Ronaldo é peça-chave para a construção do projeto de base da agremiação candanga. O treinador foi contratado por José Vidal para comandar o time Sub-22 e agora vê a oportunidade de talentosos jogadores da região poderem seguir atuando na cidade para jogar o maior campeonato de base do basquete brasileiro.

“Com a LDB agora, ficou melhor ainda. Por mais que já existisse a equipe adulta, os garotos tinham pouca perspectiva de jogar, já que é um time muito forte, que conta com Alex, Nezinho, Guilherme e Arthur. Então, os garotos que queriam seguir carreira tinham que sair da cidade. Agora, ainda mais com a LDB garantida até 2016, esses garotos tem a chance de seguir jogando em um time forte e não querem mais sair da cidade. Agora, a perspectiva desses garotos de jogar na equipe adulta é muito maior, já que eles vão ter um tempo maior de amadurecimento”, disse o treinador.

Até a terceira edição da LDB, o time da capital federal só contou com dois jogadores em seu elenco que não são nascidos em Brasília: o ala Isaac, que foi contratado para fazer parte da equipe adulta e jogou a última edição do campeonato de base, e o ala Paulo, nascido no Mato Grosso, mas que já mora e atua na equipe há mais de dois anos.

“É fundamental que uma equipe que já conquistou a cidade tenha cada vez mais a características da cidade. Alguns jogadores que jogaram ou jogam no time adulto, até mesmo antes de ele virar CEUB, como o Arthur, o Pipoka (ex-jogador) e o Rossi, foram formados na cidade e já vêm dando essa cara candanga ao time. Mas, quanto mais tivermos jogadores da cidade, mais vai aumentar essa identidade com a cidade e a gente já vê isso na LDB. Na temporada passada, quando sediamos uma etapa da LDB lá em Brasília, as pessoas iam para o ginásio para ver os atletas criados na cidade jogarem”, afirmou Ronaldo.

Nascido no Mato Grosso, Paulo é o único "intruso" entre os candangos no atual elenco do Brasília na LDB 2013 (João Pires/LNB)

Outra característica diferenciada da equipe é que todos os atletas são estudantes. Como o time é patrocinado por uma universidade, todos os atletas que já completaram o ensino médio recebem bolsas de estudo e cursam o ensino superior. Aliás, isso é uma exigência da comissão técnica e até mesmo atletas de fora do Distrito Federal que serão contratados para o restante da LDB 2013 serão obrigados a estudar.

“Todos os nossos atletas estudam. Uma das prioridades nossas é o estudo. Todos os jogadores que passam no vestibular, ganham bolsa de estudo de 100% para estudar no CEUB. Inclusive os novos atletas que vamos trazer de fora, nós exigimos que eles estudassem. Então, eles estão indo essa semana para Brasília para fazer o vestibular. Se forem aprovados, já ficam com a bolsa e iniciam os estudos no segundo semestre”, disse Ronaldo.

Um destes “atletas-estudante” é o ala Giovanni, de apenas 17 anos. Nascido em Brasília, o jogador rodou por equipes menores até ser aprovado em uma peneira da principal equipe da capital nacional. Agora, além de ser um dos bons nomes do time comandado por Ronaldo Pacheco na LDB logo em sua primeira participação na competição, o atleta terminou o primeiro semestre de Ciência da Computação no CEUB.

“Se o CEUB não tivesse esse projeto, com certeza eu não estaria jogando a LDB. Estaria jogando algum campeonato regional lá mesmo, ou teria que sair do Estado para jogar, o que não estava nos meus planos”, explicou o garoto, que nas seis primeiras partidas da LDB 2013 somou média de 9,3 pontos por jogo.

Quem também foi beneficiado pelo projeto do Brasília nas categorias de base foi o ala Paulo. Nascido no Mato Grosso, o garoto entrou em contato com a equipe no começo de 2012, realizou um teste e foi aprovado. Como possui um parente que reside no Distrito Federal, o jogador foi morar na capital federal, passou a fazer parte da equipe Sub-17 em 2012 e agora, no time Sub-22, é o quarto maior pontuador de toda a terceira edição do maior campeonato de base do basquete brasileiro, com média de 16,5 tentos por partida.

“Antes de eu chegar lá em Brasília, eu não dominava todos os fundamentos. Essa minha ida para lá foi fundamental para que eu conseguisse evoluir. Agora, tenho a oportunidade de jogar a LDB e isso é muito importante”, disse Paulo, único atleta do atual elenco da equipe que não é nascido no Distrito Federal.