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Carta ao basqueteiro

16-08-2016 | 02:01
Por Liga Nacional de Basquete

Antes de acharmos que está tudo errado, que devemos repensar toda e qualquer atividade que envolva basquete no nosso país, vale refletirmos um pouco

Caro basqueteiro,

Claro que queríamos medalha. Claro que queríamos jogar pelo menos mais um jogo diante da nossa torcida, na nossa casa. Essa Seleção merecia. Essa geração merecia. Antes de acharmos que está tudo errado, que devemos repensar toda e qualquer atividade que envolva basquete no nosso país, vale refletirmos um pouco.

Quando não classificávamos para as Olimpíadas, sofríamos mas entendíamos. Em Londres 2012, perdemos da mesma Argentina mas aceitamos. No Mundial de 2014 também, quando exorcizamos nosso “fantasma hermano”, mas paramos nas quartas para a Sérvia. Dessa vez não. Dessa vez podia ser nossa vez. Deveria ter sido nossa vez. Se a sensação amarga de que dava para ir mais longe existe é porque hoje podemos bater no peito e dizer que estamos entre os melhores. Não somos mais coadjuvantes. Somos protagonistas do disputadíssimo mundo do basquete.

Como fãs de basquete, só nos resta aproveitar o maior campeonato da bola laranja em pleno quintal de casa e aprender mais, observar mais, avaliar mais, aceitar mais. A derrota na fase de grupos nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 nunca será esquecida. Pelo contrário. Ela deve ser eternamente lembrada para que a gente não tenha mais que sentir esse gosto de frustração novamente.

Uma Olimpíada em casa nos deu uma oportunidade gigante de mostrar o nosso basquete a todo Brasil. Esperamos realmente que a memória que fique não seja apenas de uma equipe que poderia ir longe e não foi. Tomara que a lembrança que fique seja da vitória dramática contra a Espanha. Que fique a memória de um dos maiores jogos da história das Olimpíadas, um clássico de duas prorrogações contra a Argentina. Que lembremos da entrega dos nossos atletas; das perfomances memoráveis do Nenê; da vibração do Guilherme Giovannoni; da equipe que buscou mais de 30 pontos contra a Lituânia no segundo tempo.

Sim, perdemos. Estamos fora. Mas o basquete brasileiro cresceu nos últimos anos sem conquista de medalha, sem alcançar semifinais olímpicas, sem os tais “resultados expressivos” em competições internacionais. Hoje, o basquete no Brasil é muito forte. Possui a maior liga nacional da América Latina. Tem a terceira maior representatividade na NBA. E conta com mais de nove milhões de super fãs apaixonados, que consomem tudo sobre a modalidade. Isso ninguém tira. É nosso.

Estamos crescendo, junto com nosso basquete, e aos que chegaram agora, sejam bem-vindos ao mais apaixonante esporte do planeta. Precisamos jogar junto nesta jornada que é fortalecer o basquete nacional. Os jogadores precisam de incentivo, não só de crítica destrutiva e sim construtiva, de quem vê, compreende, está dentro e joga junto realmente com o esporte. Mesmo perdendo, batemos de frente com seleções mundiais que possuem jogadores na melhor liga do mundo.

Temos times na elite do basquete nacional em quase todas as regiões do país e não há mais desculpa para não nos acompanhar. Nos quatro últimos anos de Liga das Américas, um time do NBB CAIXA foi campeão três vezes.

Portanto, basqueteiros. Hora de limpar as lágrimas do rosto e curtir o que a gente mais gosta de fazer: ver bons jogos de basquete na TV ou no ginásio, aqui em casa. Nossa Seleção está fora, mas a bola laranja vai continuar quicando forte no nosso país.

Saudações basqueteiras,

Equipe da Liga Nacional de Basquete