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26-12-2015 | 12:01
Por Liga Nacional de Basquete

Com cinco ex-auxiliares efetivados ao cargo de técnico principal, temporada 2015/2016 do NBB é marcada pelo surgimento de novos treinadores no cenário nacional

O surgimento de jovens e promissores atletas vem sendo cada vez mais frequente e notório no cenário nacional do basquete ao longo dos anos, ainda mais com o advento da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB). Mas nesta temporada, novos técnicos também estão dando as caras. Na atual edição do NBB, cinco ex-auxiliares foram promovidos ao comando principal de seus clubes e estão tendo suas primeiras experiências no cargo:

César Guidetti (EC Pinheiros), Chris Ahmed (São José Basketball), Cristiano Grama (Decisão Engenharia/Minas), Danilo Padovani (Mogi das Cruzes/Helbor), todos com experiências na LDB, e agora Bruno Savignani (UniCEUB/Cartão BRB/Brasília), receberam votos de confiança das diretorias de suas respectivas equipes e estão tendo a responsabilidade de encarar este inédito desafio nas carreiras.

Assim como eles, outros renomados treinadores também iniciaram suas trajetórias no NBB como assistentes e inclusive conquistaram resultados pra lá de expressivos: Gustavo De Conti, do Paulistano/Corpore, que assumiu o comando do adulto em 2011/2012, e Dedé Barbosa, do Rio Claro Basquete, promovido ao cargo de treinador principal da Winner/Limeira após duas temporadas como assistente de Demétrius, hoje do Paschoalotto/Bauru, que também começou como assistente da equipe limeirense em 2008/2009 do NBB e foi promovido dois anos depois.

Ambos os treinadores fizeram valer a chance dadas por seus clubes e, além das campanhas históricas pelos mesmos, conquistaram o Troféu Ary Vidal de Melhor Técnico do NBB em sequência: “Gustavinho” em 2013/2014, em que foi até a Final contra o Flamengo e sagrou-se vice-campeão, e Dedé em 2014/2015, em que liderou o Limeira a inédita chegada até as semifinais e ao bronze geral da competição.

Confira mais informações sobre os “novos” técnicos do NBB:

– César Guidetti – EC Pinheiros

Depois de quase cinco anos como assistente do adulto do Pinheiros, em que trabalhou ao lado de grandes técnicos como Cláudio Mortari, João Marcelo Leite e Marcel de Souza, César Guidetti, também conhecido como Cesinha, participou de todas as grandes conquistas recentes do clube, como os títulos do Campeonato Paulista 2011 e da Liga das Américas 2013, e do vice da Copa Intercontinental, também em 2013.

No início da temporada 2015/2016, César foi promovido ao cargo de treinador principal do Pinheiros após a saída de Marcel de Souza do comando da equipe. Sua primeira experiência aconteceu no Campeonato Paulista, no qual o clube pinheirense foi até as quartas de final e foi eliminado pelo Rio Claro. Ainda nesta temporada, conquistou o título inédito da LDB ao bater o anfitrião Minas na decisão.

“Essa experiência está sendo muito boa. Ser técnico principal é uma responsabilidade muito maior, mas sinto que me preparei bastante para isso. Fui assistente por vários anos e trabalhei com diversos técnicos importantes no cenário do basquete brasileiro. Quando veio o convite me senti pronto e aceitei, e tudo isso está sendo muito bom pra mim”, contou o comandante pinheirense, César Guidetti.

César Guidetti, do Pinheiros

César Guidetti, ou “Cesinha”, atuou como assistente técnico do Pinheiros durante cinco anos e está tendo sua primeira oportunidade como treinador principal (João Pires/LNB)

Na atual temporada do NBB, César e o jovem time do Pinheiros se encontra na sétima colocação, com campanha de sete resultados positivos em 13 partidas (53,8% de aproveitamento). Um dos triunfos da equipe foi diante de ninguém menos que o Paschoalotto/Bauru, em pleno Panela de Pressão, quando a equipe da casa estava invicta na competição, por 79 a 71.

“Tudo está correndo dentro do esperado. Temos como principal objetivo chegar aos playoffs e atualmente estamos em uma boa posição dentro da zona de classificação. Somos uma equipe jovem, que ainda oscila muito de um jogo para o outro, mas estamos crescendo cada vez mais. Não gosto de colocar limites para a equipe, principalmente por ser um elenco muito jovem, mas ainda temos muito a crescer e temos demonstrado isso ao longo do campeonato. Sempre digo que não sabemos o limite do time e por isso temos que trabalhar muito para seguir evoluindo sempre”, concluiu Cesinha.

– Chris Ahmed – São José Basketball

Chris Ahmed, técnico do São José

Chris Ahmed atuou como assistente na temporada passada e assumiu o comando principal do São José para 15/16 (João Pires/LNB)

Nascido em Jacareí (SP), Chris Ahmed, está em São José dos Campos há 15 anos e, durante 13 deles, trabalhou apenas como treinador das categorias de base, com direito a participação na LDB 2013. Mesmo com tanto tempo de casa, o treinador exerceu o cargo de assistente somente na temporada passada, quando o comandante era Luiz Augusto Zanon.

Depois de seu primeiro ano como auxiliar, Christiano foi efetivado mais uma vez, desta vez à função de técnico principal do São José. Logo em sua primeira experiência à frente da Águia do Vale, conquistou o Campeonato Paulista 2015 e ganhou muita moral para a disputa da temporada 2015/2016 do NBB.

“A bagagem que eu ganhei com os bons técnicos que trabalhei em São José foram muito importantes. Aprendi muito com o Régis Marrelli, pois mesmo não sendo o assistente eu sempre estava na quadra, assistindo e acompanhando a todos os treinos e aprendendo muito sobre a forma dele e do Jaú (assistente) de trabalhar. Depois com o Zanon fui efetivado a auxiliar e também aprendi demais. Toda essa experiência agregou demais na maneira de trabalhar, minha filosofia e meus métodos técnicos e táticos que desenvolvi”, disse Chris Ahmed.

Em sua primeira temporada do NBB, Chris Ahmed e o São José venceram seis das 12 partidas que fizeram (50% de aproveitamento), uma delas diante do então invicto Paulistano/Corpore, e fecharam o ano de 2015 na oitava colocação.

“O NBB tem equipes muito fortes e técnicos mais experientes, mas estamos encarando da mesma maneira que no Campeonato Paulista. É claro que a dificuldade aumenta, pois é um campeonato longo e estamos tendo dificuldades com os desfalques. Só conseguimos disputar dois jogos com o time completo, contra Paulistano e Liga Sorocabana, então sentimos bastante as ausências, mas vamos lutar para fazer o melhor trabalho possível sempre”, finalizou o técnico do São José.

– Cristiano Grama – Decisão Engenharia/Minas

Quem também tem a LDB no currículo é Cristiano Grama, do Minas, que chegou a duas finais da competição nacional de base (2013 e 2015) pela equipe. Natural de Uberlândia (MG), o treinador trabalha há quatro temporadas no clube minastenista, todas elas como comandante do elenco Sub-22 e assistente do time adulto, no qual auxiliou técnicos como Raul Togni, Carlos Romano e Demétrius Ferraccíu.

Duas vezes finalista da LDB, Cristiano Grama foi promovido ao comando principal do Minas antes do início do NBB 15/16 (Orlando Bento/Minas TC)

Duas vezes finalista da LDB, Cristiano Grama foi promovido ao comando principal do Minas antes do início do NBB 15/16 (Orlando Bento/Minas TC)

Diferentemente dos mais, Grama não teve um Campeonato Estadual como primeira experiência como treinador principal, mas sim o NBB. O treinador foi promovido logo após o título do Mineiro 2015, o último ato do então técnico Demétrius Ferracciú, contratado pelo atual campeão da Liga das Américas e vice do NBB, Paschoalotto/Bauru.

“É uma experiência nova, é claro, mas é uma rotina antiga. Estamos nessa rotina há um bom tempo, tanto como assistente das equipes adultas quanto no comando do Sub-22. Fazíamos uma rotina muito parecida com essa do adulto. É uma experiência nova, mas acredito que veio no momento certo. Tive a sorte de conviver com grandes técnicos, tanto em Uberlândia, onde pude trabalhar com Hélio Rubens, Miguel Ângelo da Luz, Carlos Duro, e também no Minas, onde trabalhei com Raul Togni, Demétrius, então pude implementar coisas em cima do que acredito”, disse Cristiano Grama.

O balanço de sua primeira experiência como treinador principal é positivo, e o Minas fechou o ano de 2015 bem próximo do G-4, na sexta colocação, com campanha de sete vitórias em 13 partidas (53,9% de aproveitamento), mesmo desempenho de Solar Cearense, EC Pinheiros e Franca Basquete.

“As expectativas para a sequência do trabalho são as melhores possíveis. É uma equipe com vários jogadores que jogam comigo há bastante tempo, então fica mais fácil de implantar uma filosofia que quero. Temos objetivos para essa temporada e como eles já conhecem fica mais fácil de tentar alcançá-los. Queremos levar essa equipe jovem e ambiciosa a uma boa posição na classificação do NBB”, finalizou o comandante do Minas.

– Danilo Padovani – Mogi das Cruzes/Helbor

Outro técnico com passagem pela LDB a assumir uma equipe do NBB é Danilo Padovani, do Mogi, que comandou o elenco Sub-22 mogiano na edição 2014 da competição nacional de base. Natural da própria Mogi das Cruzes (SP), o treinador foi efetivado após a saída do técnico espanhol Paco García, que deixou o comando da equipe após três temporadas de sucesso na equipe.

Ao lado de Paco, Padovani participou das chegadas a duas semifinais de NBB consecutivas (2013/2014 e 2014/2015) e dos vice-campeonatos da Liga Sul-Americana 2014 e do Campeonato Paulista 2015, último ato do europeu à frente do esquadrão do Alto Tietê. Desta forma, assim como Cristiano Grama, Danilo fez sua estreia como treinador principal direto no NBB.

“É uma experiência fantástica, uma oportunidade que eu sempre sonhei. Vinha trabalhando e tendo uma experiência muito boa com o Paco, a oportunidade apareceu e estamos trabalhando duro. É uma situação bem diferente de ser técnico principal e estou gostando bastante. Estamos apenas no começo de uma caminhada bem longa nesse NBB”, contou Danilo Padovani.

Danilo Padovani

Danilo Padovani atuou como assistente de Paco García por duas temporadas e assumiu o comando do Mogi antes do início do NBB (Bruno Lorenzo/LNB)

Dono da melhor campanha entre os técnicos estreantes no NBB, Danilo ganhou sete das 12 partidas que fez com o Mogi na atual temporada e está dentro do G-4, na quarta colocação, com 58,3% de aproveitamento.

“Toda mudança te põe em uma situação diferente. Tem os dois lados. Ainda estou me adaptando a algumas situações que eu não estava acostumado, e em outras eu já estava acostumado estou indo bem. Então acho que é uma fase de transformação que é natural. Temos que nos adaptar o mais rápido possível para trabalhar e colher os frutos, porque resultado é pra ontem. Precisamos das vitórias, a torcida pega no pé, mas é isso aí, a equipe tem que seguir trabalhando, a diretoria apoiando e toda a cidade toda de Mogi se envolvendo”, concluiu Padovani.

– Bruno Savignani – UniCEUB/Cartão BRB/Brasília

O mais jovem entre todos os técnicos do NBB, Bruno Savignani, de 33 anos, foi promovido ao cargo de treinador principal do Brasília na última segunda-feira (21/12) e é o único que ainda não estreou no cargo. Com quatro anos atuando como assistente técnico da equipe no currículo, Bruno assumiu o posto que pertencia a José Carlos Vidal, que deixou o cargo após conquistar a Liga Sul-Americana 2015 e agora voltará a atuar na gestão do basquete em Brasília.

“Estou muito feliz e entusiasmado com essa oportunidade, mas também ciente de que será um grande desafio na minha vida profissional. Mas apesar da dificuldade já esperada acredito que estou pronto. Trabalhei cinco anos como assistente, quatro com o Vidal e um com o Sergio Hernandez e creio que essa experiência que peguei com esses dois grandes técnicos me ajudará muito nessas minha nova caminhada. É um sonho realizado. Apesar de eu achar que esse processo de efetivação é um processo natural da profissão, não deixa de ser um sonho realizado pra mim”, comemorou Savignani.

Ao lado de seu assistente Bruno Savignani e José Vidal, Hernandez acompanhou alguns jogos da segunda etapa da LDB 2013 (Brito Júnior/Divulgação)

Bruno Savignani (à esq) trabalhou ao lado de grandes feras como o medalhista olímpico Sergio Hernandez (centro) e José Vidal (à dir)(Brito Júnior/Divulgação)

Nos quatro anos em que trabalhou como auxiliar, Savignani atuou ao lado de ninguém menos que o argentino Sergio Hernandez, o “Oveja”, que tem no currículo um expressivo bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 e que hoje comanda o Peñarol de Mar del Plata (ARG) e também a seleção de seu país, e, é claro, do tricampeão sul-americano e bicampeão do NBB, José Carlos Vidal.

“A importância da convivência que tive com esses dois técnicos é enorme, pois são dois multicampeões. O Vidal é três vezes campeão nacional, dois no NBB e um no nacional da CBB, e bicampeão sul-americano também. O Hernandez é medalhista olímpico, então dispensa qualquer comentário. Pude aprender muito sobre a maneira de lidar com grupo, fora todo aprendizado tático e técnico. Isso tudo vai me ajudar demais nessa nova experiência”, concluiu Bruno.

Bruno, que disputou a temporada 2010/2011 pelo Brasília como jogador, assumirá o comando do Time de Lobos com com campanha de cinco triunfos em nove partidas (55,5% de aproveitamento), a equipe à beira do G-4, na quinta colocação. De quebra, logo em sua primeira temporada no cargo, o treinador comandará os candangos na disputa da Liga das Américas 2016.