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Mundial de Clubes

Papel crucial

11-09-2015 | 06:34
Por Liga Nacional de Basquete

Técnico com mais vitórias na história do NBB, Guerrinha vive expectativa pela disputa do Mundial Interclubes; treinador disputou competição três vezes como jogador

Dono de grande história no basquete brasileiro, Guerrinha tem nos dias de hoje sua imagem totalmente ligada a só um clube, o Paschoalotto/Bauru. Peça presente desde o começo do projeto da equipe bauruense, Guerrinha foi fundamental para o time do interior do Estado de São Paulo crescer ao longo dos anos, não só dentro de quadra, e alcançar o patamar mundial.

Técnico da equipe desde meados de 2007, Guerrinha nas próximas semanas, nos dias 25 e 27 de setembro, comandará o Bauru nas duas partidas mais importantes da história do clube, na disputa da Copa Intercontinental 2015 contra o Real Madrid (ESP), que será disputada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP).

“A minha expectativa é do tamanho do sonho que estamos realizando, a disputa de um mundial. Minha expectativa também é do tamanho da responsabilidade que temos de representar o basquete brasileiro. Sabemos que isso é fruto de tudo que plantamos temporada passada e estamos colhendo agora”, comentou Guerrinha, técnico da equipe bauruense.

Guerrinha, técnico do Bauru

Nos dias 25 e 27 de setembro, Guerrinha comandará o Bauru na disputa das duas partidas mais importantes da história do clube (João Pires/LNB)

Um dos temas mais debatidos, seja qual for o esporte, é da paciência e da confiança dos clubes em deixar os treinadores ter um trabalho a longo prazo, mesmo com possíveis resultados ruins no início. É quase impossível tocar nesse assunto de longevidade no trabalho dos técnicos e não lembrar de exemplos como Gregg Popovich, técnico do San Antonio Spurs, na NBA, e de Sir Alex Ferguson, técnico de futebol do Manchester United interruptamente de 1986 a 2013.

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É certo que os dois exemplos possuem histórias brilhantes em seus respectivos clubes e mais de 20 anos dedicados a esses times, mas o tempo que Guerrinha está à frente do Bauru é o exemplo do basquete brasileiro que melhor se encaixa nessa situação. Guerrinha teve uma passagem pela equipe bauruense no início dos anos 2000 e antes de voltar a comandar o Dragão da Cidade Sem Limites, o treinador passou por Campos (RJ) e Rio Claro (SP).

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Guerrinha é o único treinador que está no comando da mesma equipe desde a primeira edição do NBB (Gaspar Nobrega/Inovafoto)

No comando do Bauru desde 2007, Guerrinha é o único técnico que atuou em todas as temporadas do NBB pela mesma equipe. Durante todo esse tempo, o técnico sempre teve todo o aval e a confiança da diretoria do Bauru no trabalho feito.

“Nossa história é muito bonita. É uma história construída por muitas pessoas que a fizeram com muita dedicação, dificuldade, mas sempre com muito pé no chão. Sempre sonhamos e acreditamos que poderíamos melhorar o projeto. Fico muito feliz de fazer parte disso, que hoje é uma família para mim, e que está fazendo um basquete dentro e fora da quadra ser referência para muitos outros times. Estou desde o início e é uma verdadeira jornada para mim”, disse o técnico do Bauru.

O Bauru do técnico Guerrinha sempre se manteve entre os melhores colocados da fase de classificação do NBB e nunca ficou de fora dos playoffs do campeonato nacional. Porém, nas fases finais do NBB a equipe bauruense não conseguia ter o mesmo sucesso e durante as primeiras seis edições o time da cidade sem limites não conseguiu passar das quartas de final.

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Tamanha confiança na filosofia imposta por Guerrinha fazem dele o dono da marca de técnico com mais vitórias na história do NBB e do treinador que conquistou dois títulos estaduais (2013, 2014), um título da Liga Sul-Americana (2014) e um troféu da Liga das Américas (2015) à frente da equipe bauruense. Além disso, o Bauru jogará contra o New York Knicks e o Washington Wizards, nos dias 07 e 11 de outubro, e com certeza esse fato está entre as conquistas de Guerrinha com a equipe bauruense.

“Acho que estou todo em função da minha qualidade também. Lógico que fomos crescendo em conjunto aos poucos, tenho uma experiência grande após 17 temporadas como técnico. Tenho uma vivência com equipes que sempre participaram em um nível altíssimo e isso faz com nós possamos nos fortalecer para ter um trabalho bom. Nada é dado, nada vem por acaso. Todas essas conquistas são frutos de muito trabalho”, analisou o técnico que comandará o Bauru na decisão da Copa Intercontinental.

Guerrinha, técnico do Bauru

Após oito anos tendo Guerrinha como técnico, a equipe bauruense começou a colher os frutos do trabalho a longo prazo do treinador (João Pires/LNB)

Nascido na cidade de Franca, no interior do Estado de São Paulo, Guerrinha deu seus primeiros passos no esporte da bola laranja quando tinha apenas dez anos, atuou por mais de trinta anos e teve uma carreira para lá de vencedora.

Como jogador, Guerrinha venceu cinco títulos brasileiros, cinco troféus sul-americanos e mais cinco estaduais em clubes. Pela Seleção, o ex-jogador e agora treinador tem participação em dois Jogos Olímpicos (88 e 92), dois Campeonatos Mundiais (86 e 90) e conquistou a inesquecível medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos de 1987 com a camisa da Seleção Brasileira.

Além disso, em mais de seus 25 anos de carreira como atleta, Guerrinha teve o prazer de disputar três edições da Copa Intercontinental (1980, 1981 e 1984), com direito à conquista do vice-campeonato mundial em 1980, pelo Franca.

Apesar do segundo lugar da Copa Intercontinental de 1981, Guerrinha não se tornou campeão mundial por muito pouco. O título daquela edição da competição foi decidido apenas no critério de desempate no confronto direto e só ficou com o Maccabi Tel-Aviv, pois a equipe israelense bateu o Franca pelo placar de 88 a 74.

Agora, pela primeira vez como treinador, Guerrinha terá a quarta chance de se sagrar campeão do mundo. Com um elenco para lá de talentoso nas mãos, o técnico bauruense sabe que tem totais chances para isso, apesar da força do Real Madrid.

“Naquele ano de 1980 eu era o décimo primeiro, décimo segundo jogador do time. Era o juvenil que ficava de fora observando e aprendendo. Agora como técnico, estou em uma função de decisão mesmo não entrando em quadra. Nossa comissão técnica é muito atuante, todos participam bastante e contribuem muito para o desenvolvimento do time e do jogo. Espero desfrutar bastante, me divertir, mas sabendo que é o Mundial e nós podemos tornar o sonho realidade de ser campeão mundial. A tarefa é dura pela qualidade do adversário, mas é sim possível”, concluiu o comandante bauruense.

Guerrinha é o único técnico que comandou a mesma equipe em todas as edições do NBB (Luiz Pires/LNB)

Dono de um vice-campeonato mundial, Guerrinha terá a oportunidade de agora vencer a Copa Intercontinental como técnico (Luiz Pires/LNB)