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Confiança e superação

28-05-2014 | 08:43
Por Liga Nacional de Basquete

Do vice-campeonato estadual à decisão do NBB: confira a trajetória da histórica caminhada do Paulistano na temporada 2013/2014

Sem dúvida alguma, o basquete do Club Athletico Paulistano vive sua melhor fase em toda a história. Depois da inédita vice-liderança na primeira fase, o time da capital paulista continuou não tomando conhecimento dos obstáculos, seguiu ganhando confiança durante a competição e alcançou a histórica vaga na Final do NBB, e de quebra, garantiu um lugar na Liga das Américas, a “Libertadores do Basquete”.

Muitos podem achar que a equipe passa apenas por uma grande uma fase ou está numa maré boa no campeonato, mas enorme a ascensão começou a aparecer já no início da temporada 2013/2014, no Campeonato Paulista 2013, em que o Paulistano/Unimed já deu grandes mostras de que o ano seria diferente.

Depois de encerrar a fase de classificação na terceira colocação, o time de Gustavo De Conti foi aos playoffs e “varreu” a Liga Sorocabana nas quartas, por 3 a 0, e chegou à semifinal para enfrentar seu maior rival, o Pinheiros/SKY. Em série digna de um clássico, decidida apenas no quinto jogo, o alvirrubro da capital paulista levou a melhor, mesmo fora de casa, e voltou a disputar uma decisão de Estadual depois de quatro anos longe.

“O resultado no Paulista nos deu muita confiança. Além de chegarmos à decisão, nós jogamos muito bem o campeonato. Nos sentimos muito bem, sempre jogando junto, formamos um grupo muito bom, uma equipe de verdade. Acredito que o Campeonato Paulista serviu muito para valorizar as afinidades do grupo. Com isso, começamos o NBB com muita confiança no jogo, e isso certamente foi fundamental para a nossa campanha”, contou o técnico Gustavo De Conti, do Paulistano.

Comemoração do Paulistano

Temporada 2013/2014 certamente ficará marcada na história do basquete do Paulistano (João Pires/LNB)

Já com o NBB em andamento, a série final do Paulista foi realizada e o clube do bairro de Jardins foi derrotado por 3 a 0 pelo campeão Paschoalotto/Bauru. Mesmo poupando alguns jogadores nos sete primeiros jogos do campeonato nacional devido às finais do Estadual, o Paulistano mostrou a força de seu elenco e, mesmo sem suas principais peças do elenco, como Holloway, Dawkins, Pilar e Renato, conseguiu quatro vitórias.

“Fizemos algumas reuniões com a diretoria e decidimos priorizar a disputa de um título. É claro que o NBB é muito mais importante que o Paulista, mas era um título que estava em jogo. O início do NBB foi uma demonstração de força de todo o elenco, não só de cinco ou seis jogadores, mas o time todo fez seu papel, desde os que não jogavam tanto até os juvenis. Esses resultados positivos deram muita confiança para todos os jogadores”, disse Gustavinho.

No decorrer da temporada, a principal marca da equipe do técnico Gustavo De Conti foi a regularidade. Com poucos deslizes, fazendo uma campanha sólida e consistente, os paulistas foram batendo duros adversários no desenrolar da fase de classificação, como o tricampeão UniCEUB/BRB/Brasília, o então atual campeão da Liga das Américas e maior rival, Pinheiros, o embalado Limeira, o forte Bauru, fora de casa, entre muitos outros.

A vitória nos últimos segundos contra Franca, fora e casa, ficou marcada na campanha do Paulistano (Newton Nogueira/Divulgação)

A vitória nos últimos segundos contra Franca, fora e casa, ficou marcada na campanha do Paulistano (Newton Nogueira/Divulgação)

“Não sei dizer o segredo. O time foi remontado para essa temporada, pois perdemos muitos jogadores que estavam no ano passado, como Elinho, Toyloy, Eddy, Alex. Essa regularidade toda nós mostramos desde o Paulista. Confesso que fiquei surpreso, eu nunca tinha dirigido um time tão regular, nunca tive tanta confiança em um time como tenho nesse. Sei que eles vão entrar em quadra e me dar pelo menos o mínimo, e o mínimo é fazer jogo duro com todo mundo”, falou o técnico do Paulistano.

O resultado de toda essa frequência de boas atuações foi a histórica vice-liderança na primeira fase, melhor colocação do clube alvirrubro em toda sua trajetória no NBB, com campanha de 23 vitórias nas 32 partidas iniciais, (71,9% de aproveitamento), atrás apenas do líder Flamengo, dono do rendimento de 26 triunfos em 32 oportunidades (81,3% de aproveitamento). Por ficar entre os quatro primeiros, algo também inédito, o Paulistano descansou durante as oitavas e se classificou direto às quartas de final.

“Muito disso acontece pela qualidade dos jogadores. Acho que o maior segredo do time é a qualidade dos jogadores, porque sem jogadores bons você não chega onde chegamos. Não adianta ter um técnico bom,  um dirigente bom, um médico bom se você não tem jogadores bons. A segunda coisa é a fome de ganhar que eles têm. É impressionante. Isso é nítidos nas falas, nas atitudes, nos treinos, em todo lugar e com todo mundo, desde o que joga mais ao que joga menos”, declarou De Conti, eleito o Melhor Técnico do NBB6.

Mas quem pensa que o caminho dos comandados de Gustavo De Conti seria mais fácil por entrarem nas quartas parcialmente mais inteiros se enganou redondamente. Diante do Vivo/Franca, o clube da cidade de São Paulo fez valer o mando de quadra e venceu uma série melhor de cinco extremamente acirrada, decidida apenas no quinto e derradeiro jogo, por 3 a 2. Ao conseguir a classificação para a semi, o Paulistano já fez história no NBB, pois nunca havia passado das quartas de final e chegado tão longe no campeonato nacional.

Holloway, do Paulistano

Para chegar à Final do NBB, o Paulistano teve que vencer duas séries de playoff no Jogo 5, contra Franca e São José (João Pires/LNB)

Ficar satisfeito com a inédita ida às semifinais? Que nada. O Paulistano queria mais. Desta vez, o adversário era o experiente São José/Unimed, que disputava a fase que antecede a decisão do NBB pela quarta vez. Mas a bagagem joseense não foi obstáculo para os alvirrubros da capital, que mais uma vez no Jogo 5, mostraram toda sua força e competência para fazer valer o mando de quadra e conquistar a histórica e magnífica vaga na Final da sexta edição do NBB.

“Tivemos dois deslizes em casa nas duas séries, em que o time não estava com a maturidade que a gente esperava. Mas tivemos muita gana para reverter a situação fora de casa, creio que isso foi o mais difícil. Estamos acostumados com Jogo 5. Nos playoffs do Paulista jogamos duas séries de cinco jogos antes da final, contra Liga Sorocabana e Pinheiros. Sabemos que precisamos começar bem os jogos. Nos preparamos muito, estudamos muito os adversários, sabíamos cada coisa que Franca e São José fariam, e felizmente deu tudo certo”, analisou Gustavinho.

Fazendo um levantamento geral desde o início da temporada 2013/2014, o esquadrão alvirrubro conseguiu ao todo quatro feitos históricos: a volta à decisão do Estadual após quatro anos, a vice-liderança na fase de classificação, a inédita ida à semi do NBB e a vaga na Final do nacional pela primeira vez. Portanto, o que impede os comandados de Gustavo De Conti de conseguirem outra façanha?

“O caminho que percorremos até aqui nos deu muita confiança. Você vai ultrapassando as fases e vai se sentindo melhor, mais importante, com condições de brigar lá em cima. Mas agora isso passou, ficou para trás. Tudo que fizemos a temporada inteira, todo o caminho até aqui, não importa mais. Com o Flamengo será diferente. Perdemos dois jogos feios para eles na fase de classificação. Precisamos pensar só no Flamengo. Vamos estudar os jogos que fizemos com eles, analisar os erros que cometemos e acertar tudo. Vamos virar especialistas em Flamengo agora”, finalizou o técnico do finalista Paulistano, Gustavo De Conti.

Comemoração da torcida do Paulistano

Depois de superar barreiras e chegar à Final, confiante Paulistano pode fechar temporada com inédito título do NBB (João Pires/LNB)