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LDB / NBB Caixa

De olho na molecada

10-09-2013 | 05:02
Por Liga Nacional de Basquete

Novo técnico do Minas, Carlos Romano acompanha de perto desempenho do time Sub-22 na LDB 2013 e revela plano para utilizar garotos no NBB

Contratado pelo Minas para o NBB 2013/2014, Romano está atento aos jovens talentos das categorias de base do clube (FMB/Divulgação)

Ao que tudo indica, a temporada 2013/2014 do NBB será de muitas caras novas  para o Minas Tênis Clube. Depois de ficar com o décimo lugar na última edição do maior campeonato de basquete do país, a equipe de Belo Horizonte apostará em um elenco jovem e promissor para voltar às primeiras posições da competição nacional.

Até o momento, a equipe acertou as permanências do ala Betinho e do pivô Ralfi Ansaloni, ambos de 25 anos, e do ala/pivô Douglas Nunes, um ano mais velho que a dupla. Enquanto isso, o jovem armador Elinho, de 23 anos e que brilhou nas duas últimas temporada do NBB pelo Paulistano/Unimed, foi contratado. A exceção a faixa etária entre 23 e 26 anos fica por conta do ala/pivô Wanderson, de 32 anos, ex-Tijuca e que retornou ao time de Minas Gerais.

Para o comando da equipe, a diretoria do clube mineiro contratou o argentino Carlos Romano. E o novo técnico não perdeu tempo. Já com residência fixa no Brasil, o treinador, que dirigiu o La Unión de Formosa (ARG) na última temporada, iniciou os trabalhos junto ao time e ainda mostrou estar atento às opções que terá para a montagem do plantel do Minas.

Entre os dias 28 de agosto e 01 de setembro, Romano foi ao Rio de Janeiro acompanhar de perto o desempenho do Minas na terceira etapa da LDB 2013. Dono da terceira melhor campanha da competição Sub-22 até o momento, com 16 vitórias em 19 jogos realizados, o esquadrão dirigido pelo técnico Cristiano Grama está no radar do comandante argentino e nomes como Danilo Fuzaro, Léo Demétrio, Rafa Moreira e Henrique Coelho estão nos planos do treinador para a disputa do próximo NBB.

Bola na mão: Romano terá a responsabilidade de comandar o Minas no próximo NBB (FMB/Divulgação)

“Eu treinei essa molecada por mais de 20 dias antes deles viajarem para o Rio de Janeiro. Quando eu assumi o comando do time, já acertei com a diretoria que, a princípio, no mínimo cinco garotos do time Sub-22 irão fazer parte da equipe profissional. Mas eu treinarei com todos. Por conta da pré-temporada do adulto, não tinha tido chance de ver os jogos deles nas etapas anteriores. Consegui encaixar essa viagem na programação e fui ao Rio de Janeiro para avaliar os garotos no jogo mesmo. É tudo muito diferente do treino. Consigo ver como cada jogador reage às situações de jogo”, disse Romano.

Com somente cinco jogadores confirmados no plantel do Minas para a disputa do NBB 2013/2014 por enquanto, Romano sabe da importância que os garotos que disputam a LDB 2013 terão no elenco que representará o clube de Belo Horizonte na sexta temporada do campeonato nacional. Então, o técnico está disposto a auxiliar os jovens jogadores durante essa transição das categorias de base para o basquete profissional.

“(Durante os jogos) Deu para avaliar muita coisa para o futuro deles e já para eles poderem disputar o NBB, que está a cada temporada mais forte. No adulto eles vão encontrar um jogo mais tático e com mais força física. Então, agora, vou saber o que preciso corrigir em cada um e vamos trabalhar muito. Tenho que assumir que existem muitas situações no adulto que são muito diferentes do que eles estão acostumados no Sub-22. Mas tenho certeza de que a adaptação deles será boa e é um momento bom para eles aparecerem”, explicou o argentino.

Experiente treinador, Romano dirigirá a terceira equipe brasileira em sua carreira. Em 2007, o treinador esteve à frente do Uberlândia, enquanto que no ano seguinte comandou o extinto Ulbra/Rio Claro. Em solo verde-amarelo, o técnico teve a oportunidade de dirigir alguns jogadores até então tratados como promessas, casos de Olivinha, na época com 23 anos, no esquadrão do triângulo mineiro, e Vitor Benite, lançado pelo argentino no time paulista.

“Quando eu dirigi Uberlândia, passei por uma situação bastante parecida com o projeto que me foi apresentado pelo Minas e consegui lançar alguns jovens jogadores na época, como o Olivinha. E mesmo em Rio Claro pude lançar o Vitor (Benite). Eu gosto disso. Depois da pré-temporada do adulto, depois que esses meninos já estiverem jogando bastante, já que tenho a intenção de marcar o maior número de amistosos possíveis, poderemos ter uma noção melhor do que vai acontecer nesta temporada com o Minas”, afirmou Romano.

Romano acertou um contrato de duas temporadas com o Minas: promessa de muito trabalho (FMB/Divulgação)

Além de auxiliar na transição da dupla que hoje brilha com a camisa do Flamengo, atual campeão do NBB, Romano também teve boa parcela de contribuição na carreira de três atletas que atualmente fazem parte da seleção argentina na disputa da Copa América 2013.

Em sua segunda passagem como técnico do tradicional Peñarol de Mar Del Plata (ARG), entre os anos de 2006 e 2007, o treinador promoveu dois garotos ao time principal: o armador Facundo Campazzo e o ala Marcos Mata, que poucos anos depois, entre 2009 e 2012, se tornariam peças-chave para a equipe se sagrar tricampeã da Liga Argentina.

“Tive a oportunidade de dirigir nomes importantes do basquete da Argentina hoje, mas que na época ainda eram garotos, como o (Facundo) Campazzo e (Marcos) Mata, além do (Selem) Safar. Às vezes, o técnico não tem a chance de pegar um time com os melhores do país e ainda dois ou três norte-americanos de alto nível. Então, eu gosto e me sinto bem para trabalhar com times jovens e lançar garotos. Trabalhei por seis anos em categorias de base na Argentina e eu gosto muito de ensinar. Eu fui jogador, e na minha época, não tínhamos tantas chances iguais às que esses meninos têm nos dias de hoje”, completou o treinador.

Mas agora para obter o mesmo sucesso das equipes em que já trabalhou e revelar novos jogadores, Romano conta com o trunfo de que os garotos do Minas chegarão ao time principal depois de terem disputado a LDB 2013. E o treinador fez questão de enaltecer a importância da maior competição de base do basquete brasileiro na carreira dos jovens jogadores que ainda buscam espaço na elite da modalidade da bola laranja.

“A LDB está demais. Não existe nenhum país do mundo que tenha algo como a LDB. Então, não são somente os jogadores que se beneficiam, mas os clubes também. Com a criação da LDB, as equipes conseguem apostar em meninos e isso não é tão fácil de se ver. Na Argentina, por exemplo, não existe nada parecido com a LDB, e se existisse a LDB por lá, seria algo muito positivo”, exaltou o argentino.

“Tomara que a LDB dure por mais 20 anos e continue evoluindo. É uma competição mais do que interessante e fundamental para o futuro do NBB e também da Seleção Brasileira. Agora, nós (os técnicos) temos mais de cinco meses para avaliar esses garotos e isso é fantástico”, concluiu Romano.

A Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) em parceria com o Ministério do Esporte e tem a chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB).