HOJE
Alto nível
Por Marcius Azevedo
Após anos de preparação, Pablo Costa recebe primeira chance como treinador principal ma Unifacisa e sonha com voos mais altos nos playoffs
A temporada 2024/25 da Unifacisa pode ser dividida em duas partes: antes e depois da chegada de Pablo Costa. O treinador, então auxiliar de Helinho Garcia no Sesi Franca, foi contratado para ocupar o lugar de Rodrigo Galego, que precisou se afastar do cargo por causa de um problema de saúde. Era o momento certo para aceitar o desafio.
Pablo Costa se preparou durante muitos anos para se tornar treinador principal de uma equipe. A bagagem adquirida ainda como jogador e depois trabalhando com diversos técnicos forjou sua visão do basquete. “Falo que eu me sinto uma pessoa privilegiada. Tive oportunidade de trabalhar com muitos treinadores de qualidade, esse processo todo na minha carreira, tanto como jogador e agora como treinador, me ajudou. Como assistente fui sete anos assistente do Helio Rubens pai, dois anos do Lula, depois tive uma experiência espetacular e fantástica com o meu irmão Léo Costa em Macaé por quatro anos e agora esses seis anos com o Helinho. É todo um processo que você vem. Lógico que você se capacita por fora também, com experiências na seleção brasileira que eu tive, com NBA, isso tudo vai te preparando, vai te dando esse norte e agora apareceu essa oportunidade”, afirmou Pablo Costa.
“Foi um momento muito bacana da minha vida. Estava esperando uma oportunidade há algum tempo, alguém que acreditasse no meu trabalho, e sou muito grato ao Dudu (o supervisor Eduardo Schafer), ao Diego (Gadelha, diretor) por terem me dado essa oportunidade. Espero retribuir com muito trabalho, muita dedicação e empenho para que possamos atingir os objetivos da entidade e não só da cidade, da Paraíba em relação a ter essa equipe na primeira divisão do basquete nacional”, completou.
O começo, admite Pablo Costa, foi complicado. Rodrigo Galego tinha uma boa relação com o elenco e estava fazendo um bom trabalho também em sua primeira oportunidade como treinador. A saída foi motivada por uma questão de saúde. “A recepção foi fantástica desde que cheguei em Campina Grande. Alguns profissionais eu já conhecia, havia trabalhado com o Gabriel (auxiliar) e o Igor (fisioterapeuta) na seleção brasileira sub-15 e o Dudu já conheço há muito tempo. É um trabalho de recuperação em vários sentidos porque foi uma troca de comando por uma situação é de saúde do Galego, e nesse caso, tivemos de enfrentar algumas situações, como falta de confiança da equipe pelo falta de resultados como também o sentimento de todos pelo Galego por ele ser um cara muito querido. Começamos um processo lento nesse sentido, mas foi muito prazeroso e, ao mesmo tempo, é ter uma uma equipe multidisciplinar de uma qualidade fantástica, em uma estrutura de primeiro mundo, ajuda no processo. Acredito muito nesse trabalho, o que facilitou também para que pudessemos reestruturar e colocar o time com uma cara de vitória e voltar para umas posições mais altas da tabela”, explicou o treinador.
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Desde que Pablo Costa chegou em Campina Grande o aproveitamento da Unifacisa no NBB CAIXA 2024/25 subiu de 25% (duas vitórias e seis derrotas) para 66,6% (oito vitórias e quatro derrotas), com o time paraibano subindo da penúltima colocação para o décimo lugar na tabela. A mudança, explicou o treinador, não passou apenas pelo aspecto extra-quadra para dar confiança novamente ao elenco. “Estamos fazendo um trabalho de evolução gradativa. Lógico que teve muita coisa que tivemos de mudar, até porque o basquete tem várias formas de se pensar e de se enxergar, não tem nenhuma certa nem errada, mas eu tenho uma visão. Tivemos de fazer uma adaptação. A equipe vem evoluindo, estamos ajustando algumas posições de alguns jogadores, algumas formas de jogar, a forma da equipe jogar, e eu espero continuar nessa evolução. Estavámos em penúltimo lugar quando cheguei e espero que possamos atingir voos altos”, afirmou.
O objetivo do treinador é alcançar o melhor posicionamento possível na classificação para os playoffs, quando, na opinião de Pablo Costa, é um outro campeonato, mesmo para aqueles em posições altas na tabela. “Estamos se preparando para chegarmos nos playoffs na melhor posição possível. Já subimos bastante na tabela, mas queremos mais para chegarmos bem nos playoffs, onde o campeonato realmente começa do zero. A partir desse momento, o time tem de estar bem para esse olhar que nós estamos trabalhando diariamente”
Questionado sobre se o time da Unifacisa já tem sua cara, o treinador dá uma resposta interessante, comprovando que ele já entendeu como é comandar a equipe de Campina Grande. “O projeto é muito grande, com uma estrutura fantástica. A Unifacisa tem que ter a cara da Unifacisa. Tenho de colocar a minha visão de jogo, a minha pitada ali como treinador e meus conceitos, mas, mais do que isso, todo mundo tem de entender que representamos uma entidade muito séria, uma cidade muito apaixonada pelo basquete, um Estado que tem uma paixão pela equipe. Ainda temos muito o que evoluir, mas já tem bastante coisa em quadra do que nós implementamos e que estamos executando. Os resultados vieram e isso automaticamente dá confiança tanto para o meu trabalho quanto para os jogadores para seguissemos nesse processo de evolução para tentar surpreender e chegar nos lugares mais altos na hora mais importante da competição que são os playoffs”, finalizou.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.