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LDB

Jovens experientes

30-12-2014 | 05:59
Por Liga Nacional de Basquete

Idade de garoto, bola de gente grande: Basquete Cearense faz da maturidade seu principal trunfo para se manter líder e invicto na LDB após três etapas

Três etapas, 17 jogos, 17 vitórias e uma maturidade fora do comum. Assim está sendo a quarta edição da Liga de Desenvolvimento (LDB) para a equipe do Basquete Cearense, que está se mostrando um time um tanto quanto “experiente” no meio dos garotos de até 22 anos e vem fazendo dessa virtude sua principal arma para seguir invicto no maior campeonato de base do país.

“Não foi fácil conseguir isso. Passamos por diversas situações difíceis. Ficamos muito felizes por isso estar acontecendo, por podermos estar aprendendo com as vitórias. Dizem que aprendemos mais na derrota do que na vitória, mas está sendo muito bom ver as coisas dando certo”, declarou o técnico do Basquete Cearense na LDB, Espiga.

“Eles são entrosados, se gostam, são amigos. Não sei dizer se a palavra é experiência, pois uns são experientes, mas outros nem tanto, já que estão se desenvolvendo através desse trabalho da LDB. Somos extremamente entrosados, somos fortes, um grupo muito forte”, completou Espiga, assistente do técnico Alberto Bial no NBB.

Três etapas se passaram e o Basquete Cearense segue sem saber o que é perder na LDB 2014 (Raphael Oliveira/LNB)

Três etapas se passaram e o Basquete Cearense segue sem saber o que é perder na LDB 2014 (Raphael Oliveira/LNB)

Mas como é possível uma equipe Sub-22 ser considerada experiente? Do atual plantel que disputa a LDB, cinco atletas fazem parte da equipe adulta que joga o NBB: Davi Rossetto, Erick Camilo, Rômulo, Victor Gusmão e Alexandre Paranhos, que não só fazem parte como participam efetivamente do time principal, sendo os três primeiros muitas vezes titulares de Alberto Bial.

Junto dos quatro citados acima, outros jogadores de até 22 anos também fazem parte da rotação do Basquete Cearense no NBB, além, é claro, de estarem sempre presentes nos treinamentos do adulto, como Sualisson, Luis Enrique, Taddei, Leal, Lucas, entre outros. Portanto, os garotos chegam para a LDB com uma pegada diferente dos demais participantes, com um entrosamento e um ritmo que os outros times não têm.

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“Ganhamos alguns jogos muito mais na experiência do que na técnica, nas jogadas, nos aproveitamentos. Estamos usando a cabeça, controlando os jogos. Isso tudo vem do que aprendemos no adulto, que é um nível muito mais alto, que exige muito mais de nós e com isso estamos conseguindo fazer nosso papel na LDB. Essa bagagem agora está refletindo aqui no Sub-22”, contou o ala/pivô Erick Camilo, de 22 anos, destaque do Cearense na LDB e muitas vezes titular também no NBB.

Davi Rossetto, do Basquete Cearense, e Ronald Ramon, do Limeira

Jovem Davi Rossetto, de 22 anos, em ação contra o dominicano Ronald Ramon, do Limeira, de 28 anos (LC Moreira/Divulgação)

Com a perda do patrocínio máster para esta temporada, a verba do Basquete Cearense foi reduzida, e com isso, o elenco que disputa o NBB foi totalmente reformulado, sendo agora é composto por apenas seis atletas adultos e o restante todo de jogadores Sub-22. Essa situação fez com que garotos como Davi, Erick, Rômulo, Paranhos e Victor ganhassem espaço, mostrassem seu valor e adquirissem um know-how de verdadeiros adultos.

“Com essa situação muitos jovens como eu, Davi, Victor, Rômulo, Alexandre, ganharam uma responsabilidade no adulto, alguns até com titularidade, coisa que não acontecia antes, quando a gente entrava bem menos. Com isso a gente ganhou uma maturidade maior, um entendimento maior do que deve ser feito. No adulto aprendemos coisas que estamos usando muito aqui (na LDB)”, falou Erick Camilo.

A experiência de jogar o NBB não deu apenas uma cancha maior aos jovens, mas também um entrosamento notório, nítido ao time da LDB, muito difícil de se enxergar em outras equipes. Sob o comando do também jovem Espiga – técnico há somente dois anos – o Basquete Cearense está sobrando na LDB, jogando um basquete redondo, como se fosse gente grande.

“Somos um time que joga muitos jogos e já esteve exposto a todo tipo de situação, seja ganhando de 20 e jogando duro até o final, seja perdendo de 20 e virando. Conseguimos escolher as bolas certas nas horas certas para fechar as partidas com vitória. Acho que essa é a virtude mais difícil de um time de basquete ter, mesmo nos momentos de adversidade continuar jogando com inteligência e achando as melhores bolas. Esse é nosso grande trunfo”, comentou o armador Davi Rossetto, de 22 anos, destaque na LDB e titular quase que absoluto do Basquete Cearense no NBB.

(Raphael Oliveira/LNB)

Com muita união, Basquete Cearense ainda não encontrou adversário capaz de o bater na LDB 2014 (Raphael Oliveira/LNB)

Todas as dificuldades encontradas no caminho do projeto do Basquete Cearense parecem estar sendo solucionadas da melhor maneira. Além do talento indiscutível, os jovens promissores do time de Fortaleza têm algo a mais, algo difícil de se encontrar nas equipes de basquete: o amor à camisa, o amor ao Ceará, o prazer em vencer as adversidades com uma Região Nordeste inteira carregada no peito.

“Ninguém sabe a história desse time, um time do NBB representando o Nordeste. Essa bandeira a gente defende muito e mesmo os meninos que não são de lá (do Nordeste) vestiram essa camisa também e têm orgulho disso, de defender um projeto novo, um empreendedorismo do Bial. É esse tipo de atleta que a gente quer formar, que queremos dar as oportunidades”, disse o treinador do Basquete Cearense na LDB.

Com 17 vitórias nos 17 jogos que fez até aqui na LDB, o Basquete Cearense está próximo de igualar a maior sequência invicta da história do maior campeonato de base do basquete brasileiro, pertencente ao Flamengo, que na edição passada ficou 20 jogos sem saber o que é perder, sequência curiosamente quebrada pelo próprio Basquete Cearense.

Selfie dos invictos da LDB 2014 (Reprodução/Instagram)

Basquete Cearense fez a selfie dos invictos da LDB 2014 (Reprodução/Instagram)

“Sinceramente eu não estava sabendo desse recorde. Estamos pensando mesmo em ganhar os jogos, um de cada vez. A nossa meta mesmo é ser campeão invicto. Se daqui três meses eu estiver comemorando o título com certeza será uma coroação, mas acho que a sequência de jogos invictos é uma consequência de todo o trabalho que estamos fazendo”, frisou Erick.

“Acredito que o que realmente vai coroar nosso trabalho será ver esses meninos jogando o NBB, tendo resultados expressivos. Essa sequência de vitórias é uma consequência, é um caminho a percorrer rumo a um futuro promissor para eles e para o projeto do Basquete Cearense. Dentro desse processo queremos vencer todos os jogos que pudermos. Se podemos entrar para vencer, por que não vencer?”, finalizou o técnico Espiga.