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Psicologia em quadra

24-04-2024 | 03:55
Por Juvenal Dias

Com formação como psicólogo e o mais experiente do time, Crescenzi é um ponto de equilíbrio para o Paulistano e peça-chave na busca por uma vaga na semifinal

Todo esporte tem seu aspecto mental, principalmente em uma disputa direta contra o adversário, dentro de um confronto no mesmo ambiente e com as mesmas condições. Kevin Crescenzi tem um trunfo na manga para usar isso a favor do Paulistano nos momentos decisivos, formou-se em psicologia no Dartmouth College, integrante da prestigiosa e concorrida Ivy League, que não é tão comum ter atletas de elite.

Essa formação ajuda a entender o momento do time na quadra e a impulsionar o Tigre nos momentos de maior pressão nas tomadas de decisões. É um dos jogadores de confiança do treinador Demétrius Ferracciú e uma das peças-chave para o Paulistano retornar à semifinal dos playoffs do NBB CAIXA, algo que não ocorre desde a temporada 2020/21.

Kevin Crescenzi é o ponto de equilíbrio do Paulistano. Foto: Wilian Oliveira/Foto Atleta

O Paulistano é um dos cinco times com mais participações em playoffs no NBB CAIXA, sendo a edição 2023/24 sua 14ª aparição entre 15 realizadas, só não esteve no mata-mata na primeira edição, em que apenas oito times avançavam de fase. Além disso é um dos cinco clubes que já foram campeões, fato que ocorreu na temporada 2017/18.

Para retomar esses tempos de glória, a equipe conta com um elenco extremamente jovem, com média de idade de 22 anos. O “ponto fora da curva” é o norte-americano/brasileiro Kevin Crescenzi, de 31 anos. Nessa conta, se tirar ele do Tigre, a média baixa para 21,5 anos.

Com a ausência do armador argentino Santiago Ferreyra nas oitavas de final, por causa de uma cotovelada no nariz, Crescenzi ganhou um papel de dar maior fluidez ao jogo do Paulistano. Contra o Corinthians, os armadores Vitinho e Vinícius Mogi contaram com a experiência do ala-armador camisa número 2 para fechar a série em 2 a 0 e classificar o Tigre para sua nona quarta de final.

Kevin tem uma plena consciência de quando o time precisa acelerar o jogo, em sua característica física e de muita intensidade defensiva, e quando precisa cadenciar mais o ritmo para dosar o fôlego. Principalmente, não deixa o time se abalar emocionalmente se tem uma desvantagem grande no placar.

Por exemplo, no segundo jogo, o Tigre saiu atrás no placar, com oito pontos de desvantagem. Após a parada técnica, acertou a primeira cesta de três pontos para trazer a tranquilidade necessária para que o time encostasse no placar gradativamente ao final do primeiro quarto. No final da partida, terminou com 12 pontos e líder de assistências com seis bolas que deixaram os companheiros livres para finalizar com uma cesta.

Kevin Crescenzi cumprimentando seu companheiro de Paulistano, Gui Abreu. Foto: Wilian Oliveira/Foto Atleta

Nas quartas de final, o Paulistano vai enfrentar outro time do Estado de São Paulo, o Sesi Franca, que teve a segunda melhor campanha da temporada regular, enquanto o Paulistano foi o sétimo. A primeira partida será no Pedrocão, as duas seguintes na casa do Tigre e, havendo necessidade do quarto e quinto jogos, a série volta para Franca.

Crescenzi também deu o diagnóstico de como enxerga o próximo rival: “Franca é uma grande equipe, com um ataque muito potente. Vemos isso pela qualidade de jogadores que eles têm e o fato de que todos conseguem ‘matar’ a bola de três. Nosso desafio, apesar de termos uma das melhores defesas do campeonato, será não só segurar os jogadores deles individualmente, mas também ‘fechar’ os rebotes. Acredito que isso vai ser um ponto chave para nós. Estamos na expectativa para jogar contra a Franca e começar essa próxima fase do playoff”.

O time da capital paulista vai encarar o atual bicampeão do NBB CAIXA. Mas acha que isso intimida Crescenzi e a equipe do Paulistano? O ala-armador responde como vão atuar nessa fase. “Assim como fizemos contra o Corinthians, o que dá para esperar do Paulistano nas quartas é nossa disposição nossa energia, para termos uma defesa boa, como tivemos ao longo do campeonato. Se tivermos a mesma vontade de ganhar, a mesma garra, vamos nos dar bem contra qualquer adversário. Já fizemos isso contra Flamengo e Minas. Então, é o que vamos apresentar.”

Na atual temporada, Kevin tem seus melhores números em sete edições do NBB CAIXA, a segunda pelo Paulistano. São 12,3 pontos (3º no time), 3,8 rebotes (5º) e 3,3 assistências por partida (2º), com uma eficiência média de 12,1 (4º).

Crescenzi já venceu o NBB CAIXA com o Flamengo, na temporada 2018/19, única temporada que esteve no time carioca. O atleta não enxerga tantas semelhanças aquele elenco e o atual, mas consegue traçar um paralelo. “Quando ganhei o NBB CAIXA com o Flamengo, tínhamos muitos jogadores para rodar, tínhamos muito volume e disposição. Isso dá para traçar de paralelo com esse time atual, é alguém que entra do banco e traz algo a mais para dentro da quadra. Em estilos de jogo, é bem diferente, mas nosso time é muito bom.”

Assim, com a experiência de saber os caminhos das pedras, Crescenzi vai transmitir mais conhecimentos a seus companheiros, já que a maioria sequer era profissional quando o Paulistano foi campeão há seis temporadas, para continuar avançando nos Playoffs do NBB CAIXA.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.