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Muito mais que um time!

15-05-2014 | 05:30
Por Liga Nacional de Basquete

Duas temporadas no NBB e dois playoffs: Basquete Cearense atrai novos adeptos à modalidade e transforma capital cearense em centro basqueteiro

Alberto Bial e a equipe do Basquete Cearense possuem grande importância no desenvolvimento do basquete no Nordeste (Divulgação)

Alberto Bial e a equipe do Basquete Cearense possuem grande importância no desenvolvimento do basquete no Nordeste (Divulgação)

Praia, sol e basquete. Fortaleza, capital do Ceará, é, há duas temporadas, a sede do NBB no Nordeste. O Basquete Cearense entrou na competição nacional na temporada 2012/2013 e começou alçando grandes voos. Nas duas edições que disputou do maior campeonato de basquete do país, a equipe chegou às Finais. E não é para menos. O projeto, encabeçado pelo técnico Alberto Bial, tem como objetivo muito mais do que conseguir bons resultados dentro de quadra.

Trabalho social do Basquete Cearense na comunidade é altamente ativo (Luiz Pires/LNB)

Trabalho social do Basquete Cearense na comunidade é altamente ativo (Luiz Pires/LNB)

Visando a propagação do basquete no cenário nacional, a equipe nordestina tem como um de seus focos atrair o público daquela região. Por isso, atua com intensidade em sua comunidade local. Durante o ano, o time tem contato direto com o público de Fortaleza, principalmente em eventos realizados em escolas. Uma dessas ações especiais aconteceu em uma praça pública quando alguns jogadores ensinaram regras do basquete 3×3 para crianças de uma instituição de ensino.

A visibilidade do esporte por lá também é reflexo do Jogo das Estrelas de 2014, que aconteceu na capital cearense. O ginásio Paulo Sarasate recebeu todas as atrações do fim de semana de celebração do basquete, desde os desafios individuais ao confronto entre NBB Brasil e NBB Mundo. A arena foi palco de uma festa com milhares de espectadores que participavam efusivamente da torcida, principalmente pelos seus ídolos.

Durante o período em que os jogadores de todos os times do NBB estiveram em Fortaleza muitas ações foram realizadas na cidade. Visitas a hospitais, instituições de recuperação física e centros de educação para a comunidade receberam os atletas do torneio, sempre recebidos com entusiasmo. O entrosamento da cidade com os diversos profissionais do esporte da bola laranja era claro, e já se contemplava um futuro em que a modalidade seria muito admirada.

“Eu acho muito legal tudo que alcançamos através do Basquete Cearense. Pudemos ver milhares de pessoas e crianças que foram atingidas pelo basquete. O resultado dentro de quadra não me deixou contente. Eu queria ter ido mais longe, até uma semifinal. Sei que não é só do resultado esportivo que o nosso time vive. Quebramos alguns paradigmas da região e ampliamos a geografia do basquete. Então isso é muito importante para o nosso projeto”, disse Bial.

Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, recebeu as atividades do Jogo das Estrelas do NBB neste ano (João Pires/LNB)

Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, recebeu as atividades do Jogo das Estrelas do NBB neste ano (João Pires/LNB)

Ao mesmo tempo, dentro de quadra, desenvolve-se o jogo da única equipe do Nordeste no NBB. E até o momento o time tem representado bem a região no NBB. Em sua primeira temporada (2012/2013), ficou na oitava colocação, assegurando vaga nas oitavas de final. Na edição seguinte também se classificou para os playoffs.

Para o NBB6, a equipe manteve a sua base de jogadores do campeonato anterior. André Góes, Drudi, Felipe e Jimmy continuaram como líderes e tiveram, ainda, o acréscimo dos norte-americanos DeVon Hardin, que se sagrou campeão do Torneio de Enterradas durante o Jogo das Estrelas para delírio do público local, Brandon Brown e Nick Willians. Felipe, inclusive, acabou o NBB6 como o quinto maior reboteiro, com média de 8,12 bolas retomadas após arremessos por partida.

Apesar de não ter conseguido melhorar seu desempenho em relação à temporada anterior, o Basquete Cearense teve importantes vitórias durante a fase de classificação do NBB 6. Logo em sua segunda partida na temporada se impôs e venceu o Vivo/Franca, por 80 a 65. Mais para a frente, venceu o Palmeiras/Meltex nas duas oportunidades em que se encontraram, assim como fez com o São José/Unimed. Ainda teve vitórias contra o Winner/Kabum/Limeira e o Paschoalotto/Bauru.

Felipe Ribeiro é um dos ídolos da torcida cearense (LC Moreira/Divulgação)

Felipe Ribeiro é um dos ídolos da torcida cearense (LC Moreira/Divulgação)

O último foi o seu adversário nas oitavas de final. A equipe nordestina tentou impor o seu ritmo, mas devido ao mando de quadra, impulsionado por sua torcida fervorosa, o time do interior saiu na frente garantindo vitórias em casa, no Panela de Pressão, e fechou a série em 3 jogos a 0.

Na última partida do confronto, em Fortaleza, o Basquete Cearense mostrou toda a sua força. O placar de apenas um ponto de diferença (Bauru 79 X 78 Basquete Cearense) teve final emocionante, com uma demonstração de garra por parte do elenco nordestino que não se permitiu sair dos playoffs sem dificultar o caminho para o seu adversário.

“A gente conseguiu manter o time do Basquete Cearende na elite do basquete brasileiro. Foram dois anos seguidos que chegamos aos playoffs. Sempre queremos mais, mas sabemos que estamos fazendo um bom trabalho não só dentro, mas também fora de quadra. Isso de ter trazido uma força do basquete para o Nordeste foi muito importante. Ainda não chegamos ao nosso objetivo principal, mas estamos trabalhando nisso”, capitão e um dos símbolos da curta e produtiva trajetória do Basquete Cearense no NBB.