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LDB

Pequenos gigantes

30-12-2012 | 09:22
Por Liga Nacional de Basquete

Numa modalidade em que os gigantes prevalecem, armadores se destacam na LDB pela intensidade, velocidade e muita ousadia

O armador do Palmeiras, Arthur Pecos, é rápido nos dois lados da quadra (Bruno Spada/LNB)

“Basquete é esporte de gente grande”. Isso é quase que uma regra para quem enxerga de fora a modalidade. Mas como toda regra sempre tem exceções, os baixinhos tem espaço, sim, nas equipes e, inclusive, fazem a diferença na maioria dos casos. Mas para se dar bem nas quadras com pouca altura é preciso se destacar em outros fundamentos, como velocidade, habilidade e muita ousadia.

A Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) em parceria com o Ministério do Esporte, teve na sua primeira fase uma série de exemplos de baixinhos notáveis.

Rápidos como uma flecha, alguns armadores se destacaram pela intensidade tanto no ataque quanto na defesa, como é o caso do armador do Palmeiras, Arthur Pecos, 18 anos e 1,83m de altura. O jogador parece não se cansar nunca.

“Desde o infantil para cá, eu venho desenvolvendo essa característica de correr muito e ir rápido para cima dos grandões. A gente não pode ter medo”, afirmou Pecos.

Outro que também se destacou na etapa de Brasília da LDB foi o armador do Winner/Kabum/Limeira, Lucas Henrique, de 18 anos e 1,81m de altura. Além de veloz, Luquinhas, como é cariosamente chamado pelos companheiros, é dono de uma impulsão de gente grande e encara os pivôs nas bandejas sem medo algum de tomar toco.

“Na hora, eu não me intimido. Eu até vejo que os caras são maiores, mas eu vou para cima mesmo. Não são todas as bolas que eles vão conseguir me pegar no toco. Essa é uma das minhas principais características”, comentou.

O armador do Uniceub/BRB/Brasília, Raphael, de 19 anos e 1,82m de altura, comenta que as características explosivas dessa nova geração de armadores é necessária para que eles possam se sobressair no meio dos gigantes.

“Tive que me adaptar para tentar ganhar sempre dos adversários na corrida. Para nós, os baixinhos, a bola tem que ser rápida para a gente tentar definir livre”, disse Raphael. “Tem que ser ousado também. É sempre um desafio para a gente tentar fazer as bolas em cima do Ronald, do Jordan Burger, que são caras mais altos e saltam bem”, completou.

Raphael, do Brasília, se destacou na LDB com seu jogo intenso (Bruno Spada/LNB)

Um bom arremesso também é fundamental para o bom desempenho de um baixinho, como comenta o armador da Liga Sorocabana, Diego Gomes, de 21 anos e 1,83m de altura.

“O cara de estatura baixa que quer jogar basquete tem que ter algo diferenciado, um bom chute ou ser muito veloz. Hoje em dia tem muito cara muito grande jogando, mas acho que também tem espaço pros pequenos”, garantiu.

Mas não basta ter todos esses fundamentos para ter sucesso. De acordo com o armador do Minas Tênis Clube, Wilsinho, de 18 anos e 1,72m de altura, a dedicação e força de vontade de um baixinho tem de ser enorme.

Com um estilo mais "cerebral", Gegê é um dos grandes nomes da LDB (Bruno Spada/LNB)

“Para mim é muito difícil porque a diferença de tamanho é muito grande. Então tenho que fazer tudo mais, tenho que treinar mais, me dedicar mais. Meu empenho tem que ser dobrado para compensar a grande diferença de estatura”, admitiu o jogador.

Um dos grandes armadores dessa nova geração, o armador do Flamengo, Gegê, não é tão veloz nem salta tanto quanto seus companheiros de posição. Porém, usa e abusa da velocidade de raciocínio e na habilidade para se destacar em quadra.

“A nossa desvantagem na altura tem de ser compensada de outra forma. Se a gente não for para cima deles, a gente se omite do jogo”, analisou o armador de 21 anos e 1,88m de altura.

E nessa luta eterna contra os gigantes do basquete, todos os baixinhos tiveram que admitir que usam da mesma tática: mentir um pouquinho a altura para parecer que são mais altos.