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Prancheta do Gustavinho - DRAGÃO VS ÁGUIA, QUEM VOA MAIS ALTO?

17-04-2023 | 04:41
Por Gustavinho Lima

Chegou a hora da verdade, os Playoffs do NBB vão começar. O momento mais esperado do ano tem início hoje. Vença ou vá pra casa!

Foi uma luta feroz entre as 17 equipes participantes, demonstrando o equilíbrio do campeonato nacional, com muitas mudanças na tabela de classificação até a última rodada. Depois de turno e returno e 32 rodadas, agora os 12 melhores times do país se enfrentam mirando a tão cobiçada taça da Liga Nacional de Basquete. 

Os 4 primeiros colocados já avançaram para as quartas de final, enquanto de 5° à 12° jogam em séries melhor de três jogos. Nas oitavas de final quem tem o mando de quadra joga a 1ª fora e tem a possibilidade de definir o confronto em casa com duas partidas (caso uma terceira seja necessária). 

A Prancheta do Gustavinho trará uma análise de cada confronto deste mata-mata, começando pela série entre Bauru (7° – 19V – 13D) x Oscar São José dos Campos (10° – 15V – 17D). 

Será um duelo que sem dúvidas vai sacudir as arquibancadas. Duas equipes que tradicionalmente lotam seus ginásios no interior de São Paulo.

A sensação de ter o São José de volta ao NBB é extraordinária. Para quem pensou que o tradicional time, que já foi vice campeão do NBB, perderia o fator pressão ao se mudar do Ginásio Linneu de Moura estava equivocado. A atmosfera do “Teatrão” é das mais barulhentas do NBB e vem ajudando a Águia do Vale a conseguir seus resultados positivos. 

Em quadra, um time que tem energia e vem entregando o que o público espera. Por muitos momentos impõe um ritmo frenético, com um dos melhores ataques do NBB 81 ppj (108,9 pontos a cada 100 posses de bola, 6° melhor do NBB) e ótimo jogo coletivo. É o melhor no índice assistências por erros 1,7 (IA), sendo líder de passes para cestas com 20,5 e somente 12,2 bolas perdidas. 

O treinador argentino, Sebastian Figueredo depois de passar pelas categorias de base do Boca Juniors, vem encarando seu primeiro trabalho no profissional no Brasil com maestria. Tem um time disciplinado em quadra, que joga bem em transição e sabe explorar a meia quadra com boas saídas de bloqueio para os chutadores.

Eddy é exímio chutador, tem 735 bolas de 3 pontos convertidas (8° maior da história) e essa temporada tem 62 bolas com 35% de aproveitamento. Dimitri também vem aparecendo bem com 48 % de aproveitamento nos arremessos de quadra e 9,1 ppj. 

O armador Diego Figueredo está em casa literalmente. Em sua segunda passagem por São José, desta vez tem seu irmão como treinador. O fator família tem deixado o “hermano” muito à vontade em quadra. Excelente na produção ofensiva, tem a 7ª eficiência da Liga, já matou 73 bolas triplas e soma 14,3 ppj, 6,3 assistências. 

Figueredo, do São José


Vindo do banco, o suplente Arthur Pecos sempre bota fogo no jogo. Anota 8,5 ppj e 4,5 assistências sempre com muita velocidade. Na defesa, Pecos e Pedro, outro bom jogador e aposta das categorias de base do clube, trazem intensidade e dificultam as ações dos adversários. 

No garrafão, uma temporada muito consistente para o experiente Renato Carbonari. Raça, disposição e ótimos corta-luzes não faltam ao pivô de 38 anos. São 11,7 pontos e 5,9 rebotes de média para Renatão.

Renato Carbonari, de São José

Arrancar uma vitória jogando no Vale do Paraíba é fundamental para o São José ter chances reais de avançar. Tarefa complicada pois o Bauru venceu 12 dos 16 jogos fora de casa essa temporada. 

Aposta nos jogadores “cascudos”

Quando se joga Playoffs, um diferencial é ter veteranos no plantel para ajudar a guiar os mais jovens. Há uma dupla que credencia o Bauru Basquete ao topo no quesito experiência: Alex Garcia e Larry Taylor. Os dois estão no top 10 da história do NBB em quase todos os fundamentos. Pontos, rebotes, assistências e bolas recuperadas. E na temporada 22/23 vêm novamente mostrando boas atuações. 

Aos 43 anos, o Brabo é o cestinha do Bauru. Ostenta médias de 13 pontos, 4,7 rebotes e 3,9 assistências. É praticamente o “Lebron do NBB”, tamanha a sua capacidade de evoluir a cada ano.

Rodrigo Silva e Alex Brabo na partida entre Bauru Basket X Flamengo


Com os mesmos 43, Larry teve menos minutos de quadra, porém continua agregando boas coisas dos dois lados da quadra. Já matou 41 bolas de três e somou mais 20 bolas recuperadas para se isolar como o maior “ladrão” de todos os tempos do NBB com 761. 

O fator experiência se estende ao banco de reservas, já que no comando da equipe está o vitorioso treinador Guerrinha. Na montagem, o comandante optou por um elenco homogêneo, que dificulta os desequilíbrios pois pode trocar em todos os bloqueios defensivamente. 


No ataque é o time que literalmente “joga na bola de segurança”. Tem o último pace (ritmo) do campeonato, sendo o time que tem menos posses de bola por jogo na Liga (70,5). Em compensação, tem o 4° melhor aproveitamento de arremessos. Em pontos a cada 100 posses de bola um conceito das chamadas “estatísticas avançadas” tem 109,7 pontos (5° melhor da Liga). Como joga com menos posses, têm pontuação mais baixa 78 ppj (11°) mas não menos eficiente.

Bauru joga bastante meia quadra e constantemente consegue criar vantagens e mantê-las através de jogadores bens espaçados e boas trocas de passes. Duas peças são fundamentais para esse sistema dar certo. Gemerson e Fuzaro vêm tendo uma temporada muito sólida e são o termômetro do Dragão. 

O ala/pivô Gemerson tem 11,9 ppj, 5,9 rebotes e afiado nos tiros, já matou 58 de longa distância. Danilo Fuzaro é intenso dos dois lados da quadra. Tem 10,9 pontos e 1,5 bolas recuperadas por jogo. Além da dupla, o argentino Jonny Machuca vem calibrado nas bolas de 3, já guardou 58 com 39 % de aproveitamento.

Gemerson, do Bauru

A defesa do Dragão é a 3ª menos vazada do NBB. A facilidade para trocar sem levar desvantagem pode ser o fator chave em uma série contra um São José que joga com muitos bloqueios indiretos. O armador Brite é um dos jogadores que mais pressiona a bola “quadra toda” e deve ser uma pedra no sapato de Diego Figueiredo. 

A torcida bauruense é uma das cinco únicas que já comemorou um título do NBB. Mesmo sem chegar a uma final desde 2016/17, costuma lotar o Ginásio Panela de Pressão e empurrar o seu time independente do resultado. 

O embate entre duas torcidas fanáticas promete ser um dos grandes atrativos dessa série mata-mata que tem início hoje. Quem joga sabe que o apoio das arquibancadas muitas vezes pode ser o melhor sexto homem de uma equipe!


Série melhor de três é um perigo, ainda mais jogando o primeiro na casa de quem não tem o mando de quadra. Faça as suas apostas!