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LNB

Primeira casa

28-09-2017 | 06:35
Por Douglas Carraretto

Ex-atletas relembram histórias do Mackenzie durante evento de lançamento da bola Crossover e se emocionam com reencontro com a “casa do basquetebol no Brasil”

O evento de lançamento da parceria entre LNB e Penalty foi realizado em um local para lá de especial: a Universidade Mackenzie, primeira casa do basquetebol no Brasil. A cerimônia contou com presença de personalidades e ex-atletas, como Amaury Pasos, Cadum Guimarães, Dodi, Pelezinho, Urbano Sidney e Cláudio Mortari, todos eles formados no próprio Mackenzie, dono de uma rica história no esporte da bola laranja.

Em 1894, o professor americano Augusto Shaw veio ao Brasil e emplacou a modalidade na grade do “Mackenzie College”, como era chamada a instituição na época. Dois anos depois, Shaw formou o primeiro time de basquete da história do país – mesmo diante de uma enorme resistência causada pelo machismo da maioria, que achava o novo esporte um jogo para mulheres.

A tradição do basquete permaneceu enraizada no Mackenzie, que nas décadas seguintes abrigou diversas estrelas da modalidade no Brasil como alunos. Inclusive, vários atletas faziam questão de estudar na universidade por conta da tal força no esporte da bola laranja, além é claro, pela tamanha qualidade no ensino, que permanece firme até os dias de hoje.

Emoção não faltou no reencontro dos ex-atletas e personalidades convidados para o evento de lançamento realizado no Centro Histórico do Mackenzie. Um dos maiores atletas de todos os tempos do esporte brasileiro, Amaury Pasos foi às lágrimas ao ver fotos e troféus de sua época como “mackenzista” na pequena exposição montada no local.

Quem também não conteve a emoção ao falar sobre o Mack foi Cláudio Mortari. O ex-jogador e técnico estudou na instituição desde os 15 anos e viveu grandes histórias por lá. Ao invés de destacar as conquistas dentro das quatro linhas, Mortari preferiu enaltecer a formação como pessoa que adquiriu no Mackenzie.

“Foram muitos anos da minha vida aqui, jogando pela escola, jogando pela faculdade. O que é gozado é que você entra no Mackenzie depois de tanto tempo e tudo permanece igual. Isso traz grandes recordações. Entrei aqui aos 15 anos e foi uma das grandes coisas que o esporte me proporcionou. Trocar o jogo por uma boa escola, esse era o benefício por ser um atleta. Isso foi o que traçou meu perfil como gente, o que sou hoje, devo muito a essa instituição e àquelas pessoas que me apoiaram em poder me dar essa condição”, declarou o emocionado Cláudio Mortari.

Cadum Guimarães foi um dos “mackenzistas” presentes no evento do lançamento da bola Crossover (Alex Tavares/LNB)

Campeão do inesquecível Pan de 1987 em Indianápolis, o ex-jogador Cadum Guimarães é um dos ex-atletas formados no Mackenzie e parte de toda essa linda tradição da universidade. Presente em cinco Jogos Olímpicos como atleta, o atual comentarista do #NBBnaWeb elogiou LNB e da Penalty pela escolha do local.

“Foi sensacional a escolha do local. Fiquei muito feliz por voltar a este espaço, estudei aqui e mais do que isso, joguei basquete aqui no Mackenzie. Fiz vestibular em economia por causa do time de basquete, acabei me formando em administração de empresas. Sensacional voltar aqui (Mackenzie), andar pelas alamedas, entrar no prédio que entrava diariamente. Fiquei muito feliz por voltar”, disse Cadum.

Outro símbolo de comprometimento e fidelidade ao Mackenzie atende pelo nome de Washington Joseph, o “Dodi”. Capitão do memorável título Mundial do EC Sírio em 1979, o ex-armador foi aluno da universidade localizada no bairro da Consolação. Uma das referências entre os atletas da instituição durante cinco anos, Dodi dedicou décadas de sua carreira à Seleção Brasileira e ao Sírio, mas nem mesmo assim deixou o Mack de lado.

“O Mackenzie é a casa do basquetebol no Brasil, foi o primeiro local onde se praticou o basquetebol no país. Tive o orgulho e a honra de estudar aqui entre 72 a 76 e realizar um sonho meu de me formar em engenharia. Na minha época tinham as competições da ‘Mack-Med’, jogos entre Mackenzie e Medicina de Pinheiros. Naquela época eu servia a Seleção Brasileira, mas ficava mais apreensivo em jogar um jogo do Mack-Med. Eu estava em evidência, então eu ficava mais preocupado em não perder um jogo do Mack-Med do que um do Sírio ou da Seleção. Mas nos cinco anos que estudei aqui nunca perdi um jogo do Mack-Med, então pelo menos esse trauma eu não tive (risos)”, finalizou Dodi, chamado de o Capitão dos Capitães no discurso do presidente da LNB, João Fernando Rossi.

Chamado de “Capitão dos Capitães” no discurso do presidente Rossi, Dodi tem grande história de fidelidade ao Mackenzie (Alex Tavares/LNB)