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Promissor

15-02-2013 | 03:15
Por Liga Nacional de Basquete

Em sua primeira temporada no NBB, Victor Correia, de 20 anos, já é um dos destaques do Joinville e um dos fortes candidatos a revelação do torneio

Mesmo em sua primeira temporada no NBB, o jogador de apenas 1,80 de altura já faz ótimas atuações (Jackson Nessler/Divulgação)

Pular etapas. É desta maneira que podemos definir o início da trajetória do jovem Victor Correia no NBB. Em sua primeira temporada na maior competição de basquete do país, o ala/armador conquistou boas atuações com a camisa do Cia. do Terno/Romaço/Joinville no primeiro turno e já é um dos destaques da equipe de Santa Catarina no campeonato.

Com apenas 20 anos, o garoto vive apenas seu segundo ano como profissional. Depois de brilhar nas categorias de base do basquete paulista, Victor atua pela primeira vez na elite do esporte da bola laranja no Brasil, mas já mostra um desempenho de “gente grande”.

Até o momento, o camisa 5 do time catarinense soma média de 11,5 pontos por jogo e é o segundo maior pontuador da equipe na competição, atrás somente do armador Thyago Aleo. Além disso, na última quinta-feira, diante do Mogi das Cruzes/Helbor, o jogador estabeleceu sua melhor marca na competição nacional, ao registrar expressivos 32 pontos na derrota do time catarinense.

“O Victor é um jogador de grande potencial e tem muito a desenvolver ainda. Muito disciplinado e tem um objetivo muito claro, que é envolver o time. Eu o acompanho desde o juvenil. É jovem,  procura sempre fazer o que lhe é pedido, seguir as orientações, aceita bem o que falam e isso resulta no bom campeonato que ele vem fazendo”, disse o técnico Ênio Vecchi.

Honrado em disputar o NBB, o jovem ala/armador falou sobre essa experiência que veio logo em seu primeiro ano como jogador profissional. “É o melhor campeonato nacional que temos. Estar nesse campeonato jogando com os melhores jogadores do Brasil, no meu primeiro ano de adulto, não tem nada melhor. Eu me sinto muito lisonjeado.”, afirmou Victor.

Como a maioria dos jogadores, Victor Correia veio do futebol. O atleta contou como foi a transição para o basquete, que veio graças a uma contusão, que resultou  no gosto pelo esporte da bola laranja, sua principal atividade, que se tornou seu maior dom.

“Eu jogava futebol em uma escolinha em São Paulo, mas eu sempre assistia os jogos do meu irmão, que jogava basquete, no Clube Atlético Monte Líbano. E aí com uns 11 anos, jogando futebol, eu tive uma lesão em um tendão perto da virilha, que fez com que eu não pudesse fazer a alavanca do chute por 6 meses. Fui me recuperando, e com uns 4 meses eu já poderia fazer exercícios físicos, mas não futebol, então resolvi jogar basquete esses 2 meses que não podia jogar. Nesse meio tempo eu comecei a jogar basquete, fui jogando bem e gostei. Aí me inscreveram para ser federado, e como eu estava jogando bem, resolvi continuar pelo menos até o fim daquele ano. E aqui estou até hoje”, contou o jovem atleta.

A versatilidade é uma das características do armador de extrema habilidade (Jackson Nessler/Divulgação)

Natural de São Paulo (SP), o jovem armador está pela primeira vez longe de sua família, que sempre o apoiou calorosamente em todos os jogos de sua carreira nas categorias de base. Em compensação, Victor destacou a boa recepção que teve na cidade catarinense, fator essencial para ele se sentir praticamente em casa.

“Fui muito bem recebido aqui em Joinville por todos, desde diretores, comissão técnica até os torcedores. Eles me deixam muito tranquilo para pensar somente no basquete e me dedicar ao máximo dentro de quadra. A adaptação na cidade também foi muito tranquila. Joinville é uma cidade muito receptiva, muito calma, mas ao mesmo tempo com bastante entretenimento. Por isso a facilidade de morar aqui”, comentou a promessa.

Boa parte da evolução do jogador na liga se deve à sua mudança de posição em quadra imposta pelo técnico Ênio Vecchi. No início da temporada, o camisa 5 era armador, reserva de Thyago Aleo. Agora, os dois jogam juntos na equipe titular, o que ocasionou em mais oportunidade que Victor teve para mostrar seu jogo e se destacar nas partidas.

Não se abater com os erros também é uma das táticas de Victor Correia para obter sucesso (João Pires/LNB)

“Eu fiz isso com vários jogadores e o Victor se adaptou rapidamente. Ele tem a cabeça aberta, aceitou a mudança de posição, e se beneficiou com isso. Mas o mais importante de tudo, é que ele ajudou o time a fluir melhor em quadra”, disse o treinador do esquadrão catarinense.

Personalidade e atitude sempre foram umas das maiores características do camisa 5, o que lhe rendeu prêmios de melhor atleta e convocações para seleções paulista e brasileira nas categorias de base. Para o treinador do time de Santa Catarina, essa é uma característica marcante no atleta, que faz total diferença em quadra.

“Ele tem um diferencial, que é a personalidade, fator muito importante no basquete. Ele não se abate se errar um ou outro arremesso, ele sabe que treina para isso, o erro faz parte do jogo. O Victor tem essa personalidade de continuar buscando o arremesso certo. Independente da altura dele, ele acredita muito no que ele faz, e esse conjunto faz com q ele obtenha sucesso, ele não se abate, mantém o foco e está sempre preparado”, comentou Ênio Vecchi.

Apesar de ainda estar começando sua carreira profissional no basquete, Victor Correia já faz planos para o futuro, mas mantém os pés no chão e diz estar focado no NBB por enquanto. “Primeiramente eu gostaria de me firmar no NBB como um bom jogador. Mas quem sabe um dia poder chegar a defender a seleção brasileira e chegar ao nível de excelentes jogadores”, finalizou Victor Correia.

“O Victor tem um futuro promissor, ele vem se destacando em função da ajuda do time também. Ele vem entendendo o jogo coletivo, eu acredito que ele vai evoluir mais, se ele continuar treinando concentrado como ele treina. Ele procura sempre a perfeição no que faz, ele tem um potencial para ser observado mais pra frente, até para uma seleção brasileira”, completou o treinador.