#JOGAJUNTO

Liga Ouro

Tem quesuar muito

21-06-2018 | 12:25
Por Liga Nacional de Basquete

Depois de duas partidas decidas por uma posse de bola, Jogo 3 tem quatro prorrogações e o equilíbrio reina nas Finais da Liga Ouro 2018

Em uma batalha de quase quatro horas de duração, São José e Corinthians fizeram história (Arthur Marega Filho/São José Basketball)

Não há como negar que a Liga Ouro vive suas Finais mais equilibradas em toda história. Depois do Jogo 1 e Jogo 2 serem decididos por apenas uma posse bola (três pontos e um ponto, respectivamente), a terceira partida desta decisão foi ainda mais emocionante e só decidida com incríveis quatro prorrogações. Com o time mais inteiro e aproveitamento melhor no quarto tempo extra, o Corinthians bateu o São José Basketball, por 118 a 112, em pleno Ginásio Linneu de Moura, e abriu 2 a 1 na série.

“Esse equilíbrio mostra como foi toda a temporada. As duas equipes brigaram no topo da tabela, nós conseguimos ter essa vantagem de decidir em casa, mas como se viu, no Jogo 1 eles ganharam fora de casa e hoje ganhamos aqui. É óbvio que o fator casa é importante, mas não é o que vai determinar o campeão”, comentou Bruno Savignani, técnico do Corinthians.

“As duas equipes foram montadas para chegar neste momento e acho que isso só tem abrilhantado esta Liga Ouro. Isso motiva outras equipes a investirem na competição, para que a próxima edição tenham ainda mais times”, enfatizou Paulo César Jaú, técnico do São José.

Apesar dos aproveitamentos bem distintos (58,6% para o São José e 40,2% para o Corinthians), o Jogo 1 das Finais da Liga Ouro deu uma mostra do que seria esta decisão. Prova disso foi a vitória joseense apenas na última posse de bola da partida. Com três pontos de desvantagem, o alvinegro paulista tentou levar o confronto para prorrogação nas mãos de Gustavinho, porém, o capitão e camisa 10 corinthiano não converteu tentativa de fora do perímetro e a vitória ficou para os visitantes, por 75 a 72.

+Confira a matéria completa do Jogo 1 das Finais da Liga Ouro

Se os aproveitamentos foram distintos na primeira partida a situação foi diferente no Jogo 2, em que os times se nivelaram na estatística. Depois de iniciar o confronto com um primeiro quarto muito abaixo do rival, o Corinthians se reergueu, reagiu e foi buscar o placar. Desta vez, quem cresceu no momento decisivo foi a equipe alvinegra, principalmente Gustavinho (10pts no 4º quarto), ajudando a tirar uma desvantagem de seis pontos nos dois minutos finais. Porém, que de fato decidiu o jogo foi Reggie. Ao receber passe na última posse de bola do jogo, o norte-americano infiltrou e sofreu falta. Após errar o primeiro lance livre, o camisa 22 converteu o segundo e deu números finais ao duelo, por 67 a 66.

+Confira a matéria completa do Jogo 2 das Finais da Liga Ouro

O início deste Jogo 3 foi exatamente o inverso do anterior. Inspirado nas bolas de 3 pontos (4/6) e com uma defesa sufocante, o Corinthians iniciou o primeiro quarto de maneira arrasadora e fez 24 a 13 sob os donos da casa. Nas duas parciais seguintes, o São José buscou reagir, mas sempre se via interrompido por cestas decisivas vindas da equipe alvinegra, que manteve boa vantagem até os dez minutos finais.

Foi aí que a partida mudou completamente. Com 65,9% de aproveitamento nos pontos tentados (29/44), o São José buscou o placar Depois de Reggie errar um lance livre, com dois pontos de frente, Douglas Nunes pegou o rebote, passou para Alexandre Pinheiro, que puxou o contra-ataque e achou Márcio Dornelles livre embaixo da cesta para empatar o jogo e iniciar a batalha mais épica da história da competição.

Não foi uma, duas ou três, mas sim quatro prorrogações para decidir o vencedor do Jogo 3. Lesões – Alexandre Pinheiro na coxa, Hélio e Brandon Davis com cortes na boca – jogadores eliminados com cinco faltas – Douglas Nunes, Feliz, Márcio Dornelles, Panunzio e Rafa Moreira (São José), Gustavinho, Humberto e Wagner (Corinthians). Uma verdadeira guerra dentro das quatro linhas para conhecer quem sairia do Ginásio Linneu de Moura com a vantagem na série.

“Foi um jogo épico, a série inteira tem demonstrado o equilíbrio das duas equipes, sempre decidido no final, em detalhes. Os dois times estão se mostrando prontos para jogar o NBB CAIXA. O São José um time com tradição enorme, e o Corinthians um clube gigantesco. Hoje foi um jogo insano, com diversos jogadores saindo com cinco faltas, demonstrando que é preciso ter um bom banco de reservas. O nosso elenco é mais encorpado e acho que esse pode ter sido o fator decisivo hoje”, disse Gustavinho, armador do Corinthians.

Na primeira prorrogação, o Corinthians tinha o jogo nas mãos. Com dois pontos de vantagem e a posse de bola, o alvinegro repôs o lateral de forma errada. Em um contra-ataque puxado por Hélio, Gustavinho o parou com falta. Ao cair, o armador do São José bateu o rosto na quadra e acabou cortando a boca. Com isso, Atílio foi o responsável por bater os dois lances livres. O pivô não decepcionou o público presente e empatou o jogo em 86 a 86.

No segundo tempo extra, foi a vez do São José desperdiçar a chance de ganhar o jogo. Com um ponto de desvantagem, Giano sofreu falta com um segundo restante. O uruguaio foi à linha de lance livre e, depois de converter o primeiro e empatar o jogo, desperdiçou o segundo e levou a partida para a terceira prorrogação, em 97 a 97.

Enterrada de Reggie que colocou o Corinthians em vantagem, pouco antes de Giano empatar o jogo nos lances livres:

Talvez a mais equilibrada de todas, na terceira prorrogação nenhum time teve mais de uma posse de bola de vantagem. Quando Léo Willians empatou o jogo em 104 a 104, o Corinthians teve a chance de decidir. Porém, Brandon Davis desperdiçou a bola, que voltou ao São José. Em mais uma oportunidade de vencer, Hélio levou a bola para zona morta, cortou o marcador, mas não foi feliz na tentativa de 2 pontos e mais uma vez a partida seguiu para outro tempo extra.

Desta vez, com o São José bem debilitado, sem cinco jogadores importantes de sua rotação desqualificados, contra três do rival, o Corinthians dominou os donos de casa. Foram oito pontos para Reggie, destaque do jogo com 38, e sete para Schneider, que ditaram o ritmo da quarta prorrogação e encaminharam o triunfo alvinegro, vencendo a oitava e última parcial da partida, por 18 a 11.

“Superação é a palavra. Nós sabíamos que não ia ser fácil. A equipe deles é muito qualificada, tanto que todos jogos contra eles foram muito apertados. Todo jogo aqui está lotado e a torcida deles apoia muito o time, só que a gente veio focado, com um grupo muito grande em todos os jogadores tem capacidade de entrar e ajudar o time, e isso fez diferença, porque eles cansaram e nós continuamos. Apesar da perna cansar, nossa cabeça continuou inteira, porque rodamos durante todo o jogo”, declarou Schneider, do Corinthians, dono de sete pontos na quarta e última prorrogação.

Os números são históricos. Até hoje o máximo de tempos extras em uma partida da Liga Ouro era de dois. Mesmo no NBB CAIXA, com um número bem maior de jogos em sua história, apenas uma partida havia chegado à quatro prorrogações.

“É a primeira vez que eu joguei uma partida de quatro prorrogações. É puxado, os principais jogadores foram desqualificados com cinco faltas, mas faz parte. Temos que colocar a cabeça no lugar. É muito curto o tempo para o Jogo 4”, afirmou Rafa Moreira, do São José, que cometeu sua quinta falta no segundo tempo extra.