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29-01-2013 | 03:50
Por Liga Nacional de Basquete

No comando de Bauru e São José desde a primeira temporada do NBB, Guerrinha e Régis falam sobre relação duradouras e únicas com suas equipes

O Bauru, de Guerrinha, e o São José, de Régis Marrelli, são os únicos times do NBB que não trocaram de técnico desde a primeira edição (Montagem/LNB)

No mundo do esporte, é comum ver equipes não obterem o resultado desejado e logo trocarem de treinador para tentarem alcançar o sucesso. No NBB, não é diferente, e até agora, todos os times já mudaram de técnico durante as cinco edições da competição. A exceção a essa regra fica por conta de Paschoalotto/Bauru e São José/Unimed, que mantêm os técnicos Guerrinha e Régis Marrelli, respectivamente, desde a primeira temporada da maior competição do basquete nacional.

Jorge Guerra, o “Guerrinha”, possui uma sequência desde 2007 na equipe bauruense, e destacou seu comprometimento na equipe, que gerou a confiança não só do clube em si, mas da torcida também.

“No basquete, diferente do futebol, quanto mais tempo você fica, acaba criando um conceito, uma filosofia, uma estabilidade. Uma confiança na equipe é muito importante, não só o técnico, mas os jogadores também. Precisamos manter uma base, lógico que entrando um ou outro, renovando sempre. Esse comprometimento que você mantém com a equipe, com a cidade e isso é um diferencial muito grande no resultado”, afirmou Guerrinha.

Já o técnico Régis Marrelli está no comando do São José desde 2006. O treinador lembrou do início de sua trajetória na equipe joseense, em que não obteve bons resultados, mas contou com a confiança da diretoria. Graças a isso, deu continuidade ao trabalho que até hoje é muito bem feito.

“No primeiro NBB eu tive 15 derrotas seguidas, mas acreditaram em mim e no projeto. Me passaram muita confiança e mostraram a seriedade no trabalho. Sou muito grato a São José, por toda essa situação, e isso é fundamental. Você estar num lugar estando feliz, ser respeitado, sentir a torcida junto com o time, e o sucesso vem disso”, disse o treinador joseense.

Tanto Guerrinha como Régis Marrelli, adotam o mesmo conceito de que o envolvimento e a confiança para com o time é, sem dúvidas, uma das fórmulas para o sucesso de um conjunto.

“O basquete depende muito de confiança, como por exemplo, um jogador com moral é imarcável. Todos precisam disso e o Guerrinha se sente assim em Bauru, eu me sinto assim em São José e isso facilita muito o trabalho”, comentou Régis Marrelli.

“Ninguém está no time só profissionalmente para receber seu salário e jogar bem, ele tem um envolvimento maior. Esse tempo de trabalho é importante, pois se você tem mudanças toda hora não cria raízes. O tempo é necessário para se obter sucesso”, falou o técnico do Bauru.

No histórico do confronto entre os dois no NBB, Guerrinha levou a melhor em 7 partidas, contra duas de Régis Marrelli (Montagem/LNB)

Adversários no próximo compromisso do NBB, no dia 31/01, no Ginásio Panela de Pressão, Bauru (SP) às 20h00, Guerrinha e Régis Marrelli não pouparam elogios ao falar de um ao outro, e destacaram o merecimento de manterem-se em suas equipes desde o início do NBB.

“O Régis é um adversário muito interessante no sentido de troca de informações. Isso evoluiu muito no basquete, esse compartilhamento entre nós. É claro que na hora do jogo, cada um tem suas estratégias cada um faz vai fazer o melhor para vencer. Ele estuda, se mantém atualizado e sempre tem equipes vencedoras e merece estar desde o início na mesma equipe”, disse Guerrinha.

“Hoje, dos técnicos brasileiros, ele é um dos mais preparados para assumir a Seleção Brasileira. Ele é um excelente técnico, faz um ótimo trabalho. A gente sempre sabe que pode ter alguma surpresa, ele sempre está inovando”, comentou Régis Marrelli.

Régis Marrelli ainda lembrou-se de uma partida marcante dele contra Guerrinha, mas sempre relevando o respeito que os dois mantém entre si.

“Eu lembro de um jogo, fora de casa, no playoff. Nunca tínhamos ganhado em Bauru e estávamos perdendo por dois pontos e o Jefferson acertou uma bola quase do meio da quadra. Vencemos o jogo e avançamos para as quartas de final e isso marcou para mim. Queremos ganhar dentro da quadra, mas fora de quadra nos respeitamos, temos um ótimo relacionamento”, contou o treinador do São José.

Já Guerrinha preferiu destacar a lealdade e respeito de seus confrontos com Régis Marrelli, dizendo que seu relacionamento com seu companheiro de profissão vale mais que um jogo.

“São tantos jogos, eu não me prendo a um só, eu me prendo a série de jogos muito leal. Sempre conversamos nos jogos, tomamos um café, esse relacionamento é muito mais especial do que o jogo em si. Eu acho que isso que mudou nos basquete brasileiro. Estudar, passar pro outro o conhecimento, sempre trocamos informações, isso só fortalece um ao outro. Esse relacionamento para mim é mais marcante que um jogo”, finalizou Guerrinha.