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Liga Ouro

Um giganteentre gigantes

23-06-2018 | 02:59
Por Douglas Carraretto

Bicampeão da Liga Ouro, pivô Abner é eleito MVP das Finais e vira símbolo do exímio trabalho coletivo do Corinthians

Abner recebeu o troféu de MVP das mãos do ex-jogador Cadum Guimarães (João Pires/LNB)

O título do Corinthians na Liga Ouro 2018 foi conquistado através de um exímio trabalho coletivo. Em uma equipe em que todos podem ser protagonistas, um atleta pouco “badalado” recebeu o reconhecimento pelo serviço de excelência prestado na decisão contra o São José Basketball: o pivô Abner.

Responsável pelo “trabalho sujo” de brigar pelos rebotes, defender e tomar conta dos garrafões, o camisa 33 do Timão foi um verdadeiro gigante durante a série contra o time joseense, acumulou sólidas médias de 7,5 pontos, 8,5 rebotes e 14,0 de eficiência (líder da equipe na série) e foi eleito o MVP das Finais da Liga Ouro.

“Primeiramente me senti surpreso, pois sinceramente eu não esperava esse prêmio (risos). Mas depois me senti muito feliz. É como se eu tivesse realizado aquilo que pretendia. Não que eu quisesse ser MVP, mas tenho como objetivo sempre fazer meu melhor e acredito que esse troféu coroe todo o trabalho duro que tive na temporada”, disse Abner.


Aos 29 anos, Abner é nascido e revelado em Santo André (SP) e tem no currículo uma passagem pelo basquete universitário norte-americano. Depois, retornou ao Brasil para tentar se firmar no cenário nacional. Disputou três edições do NBB CAIXA, sendo uma pelo Joinville (2012/2013) e duas pelo Brasília (2013/2014 e 2014/2015).

No entanto, os últimos anos foram de dificuldade para o jogador se consolidar no mercado da elite. Foram dois anos fora dos principais holofotes. Em 2017, ele retornou à cena para defender o Botafogo e foi campeão da Liga Ouro pelo clube, mas não fez parte do elenco que subiu ao NBB CAIXA.

Abner foi campeão da Liga Ouro 2017 pelo Botafogo, mas não subiu para o NBB CAIXA com o clube (Satiro Sodré/SSPress/Botafogo)

Agora, Abner trocou de alvinegro, percorreu o mesmo caminho e venceu a Divisão de Acesso novamente. Mas desta vez, com a camisa do Corinthians, o brioso pivô de 2,03m de altura espera que o destino final seja diferente.

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“Esse troféu significa muito para mim. Fui campeão da Liga Ouro com o Botafogo ano passado e esperava jogar o NBB por eles, mas não aconteceu. A vida é assim, carreira de atleta é assim. Não se pode parar, tem que continuar lutando, treinando, por isso vim para o Corinthians. Esse troféu é uma recompensa meu pelo trabalho. Agora espero finalmente voltar para o NBB”, concluiu Abner.

Um prêmio do coletivo

O troféu de MVP das Finais geralmente é dado para aquele cara que chamou a responsabilidade, matou a pau e foi “o cara” do time na decisão. Mas, neste caso, o prêmio dado a Abner simboliza o incrível trabalho coletivo do time do Corinthians.

Não há um protagonista único na equipe. São vários. Reggie, Gustavinho, Schneider, Gemadinha, Humberto, Brandon… pode escolher. Qualquer um é capaz de decidir nessa equipe. Cada um aparece em uma hora diferente.

A prova disso é que o prêmio de Jogador Mais Valioso da decisão foi para um atleta que não aparece tanto, não é pontuador e nem criador de jogadas, mas ainda assim foi o mais eficiente da série – média de 14,0 de eficiência. Na Liga Ouro, ele teve médias de “apenas” 6,0 pontos, 6,8 rebotes e 10,6 de valorização.

Isso mostra que o time do técnico Bruno Savignani é coeso, coletivo, cheio de “gigantes”. Cada um tem sua função definida, e o “trabalho sujo”, feito com máxima excelência pelo “gigante” Abner, foi fundamental para o título da Liga Ouro 2018 e ganhou o reconhecimento que merecia.

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“O Bruno (Savignani, técnico) é um cara perfeccionista, destinou uma função para cada um no grupo e todos encarnaram esse espírito. Todos queriam fazer tudo perfeitamente, as jogadas, as defesas, tudo. Conseguimos executar muito bem o plano dele e saímos com esse título”, falou Abner, que completou:

“Treinamos muito, muito mesmo. Tenho certeza que nenhum time trabalhou mais do que a gente nessa Liga Ouro. Era quadra, físico, academia, muita correria. Isso fez com que fossemos melhorando muito ao longo da temporada e por isso esse título significa muito para nós”, finalizou o MVP das Finais.

Diante de todo esse trabalho de união do Corinthians, pode se dizer que Abner é um “Gigante entre os gigantes” no Timão (João Pires/LNB)