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14-07-2017 | 03:00
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Caminho até o título, segredo da longevidade, “fome” de Seleção e sossego nas férias: Alex Garcia abre o jogo em entrevista exclusiva

Capitão do título inédito do Bauru, Alex foi o responsável por levar o troféu de campeão e ainda foi eleito o MVP das Finais (Fotojump/LNB)

O quadro #Offseason está “Brabo” em sua quinta edição. Campeão do NBB CAIXA pela quarta vez na carreira, o ala Alex Garcia, do Gocil/Bauru Basket, abriu o jogo em entrevista exclusiva para o site oficial da LNB (Liga Nacional de Basquete).

Aos 37 anos, Alex liderou o inédito título bauruense e acabou eleito o MVP das Finais do último NBB CAIXA. Com média de 21,4 pontos, o camisa 10 foi o cestinha da série contra o Paulistano/Corpore e ainda contribuiu com 6,6 rebotes e 4,0 assistências por partida no duelo decisivo.

Um dos maiores nomes do basquete brasileiro nas duas últimas décadas, o “Brabo” está de contrato renovado e irá para sua quarta temporada consecutiva vestindo as cores do Dragão. Capitão da equipe, Alex já levantou os troféus do NBB CAIXA, Liga das Américas e Liga Sul-Americana, sendo que em todas as conquistas acabou eleito o jogador mais valioso.

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Antes de chegar ao Bauru, Alex passou um longo tempo atuando pelo Brasília e também colecionou diversos títulos por lá – tricampeonato do NBB CAIXA, bi da Liga Sul-Americana e um da Liga das Américas. De quebra, acumula passagem pela NBA (San Antonio Spurs e New Orleans Hornets) e pela Europa (Maccabi Tel-Aviv).

Com a camisa da Seleção Brasileira, o currículo do paulista de Orlândia também é bastante vasto. Foram quatro Copas do Mundo (2002, 2006, 2010 e 2014) e duas Olimpíadas (Londres 2012 e Rio 2016), além de dois ouros nos Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007), dois títulos da Copa América (2005 e 2009) e o vice-campeonato no Pré-Olímpico de 2011 em Mar Del Plata, que colocou o Brasil de volta em uma Olimpíada depois de 16 anos de ausência.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, o patrocínio da SKY e os apoios do Ministério do Esporte e da Avianca.

Confira a entrevista exclusiva com Alex Garcia para o quadro #Offseason:

LNB – Qual a principal virtude que o Bauru precisou mostrar nessa temporada para enfim conquistar o tão sonhado título do NBB CAIXA?

Alex: A virtude do time foi nos momentos decisivos de cada série. Baseado na confiança que tínhamos em todos, a cada jogo o time tinha uma reação monstruosa e isso fez a diferença para conquistarmos esse grande título.

LNB– O título do NBB CAIXA sempre foi uma obsessão para vocês, até porque havia batido na trave duas vezes. Mas com todos os acontecimentos, perdas no elenco, vocês acreditavam nessa conquista?

Alex: Muitas pessoas não acreditavam mais, mas quem estava trabalhando todos os dias na quadra acreditava. Nos fechamos depois da saída do Rafael (Hettsheimeir) e mudamos um pouco a forma de jogar com o Shilton e deu no que deu.

Alex Garcia com troféu de MVP das Finais (Fotojump/LNB)

LNB – Onde entrou o seu papel individualmente nessa toada de superação do Bauru até o título? Como líder dentro e fora de quadra…

Alex: Não só eu, mas todos foram importantes nesse título. Conversávamos muito todos os dias nos treinos e fora também. Essas trocas de ideias foram fundamentais para o nosso sucesso esse ano.

LNB – Você foi eleito MVP das Finais de todos os títulos inéditos do Bauru (Liga Sul-Americana, Liga das Américas e agora do NBB CAIXA). Consegue dimensionar o tamanho da “dinastia” que está criando em Bauru?

Alex: Isso é resultado de muito trabalho, dedicação todos os dias nos treinamentos com o time e sozinho também. Mas esses títulos individuais só vêm depois de um trabalho coletivo muito bem feito. Por isso sou muito feliz aqui e agradeço a todos por esses três anos aqui em Bauru.

LNB – Como você analisa o cenário completamente improvável que ocorreu nos playoffs do NBB CAIXA. Todos os times do G-4 eliminados em casa nas quartas de final, algo raríssimo em qualquer liga esportiva do mundo…

Alex: O equilíbrio do campeonato foi do começo ao fim e os playoffs mostraram isso. Todos os jogos foram muito equilibrados e, independentemente de estar em casa ou não, tinha que jogar muito para ganhar. Tivemos vários favoritos caindo no Jogo 5 em casa e isso só comprova toda essa igualdade do campeonato.

Aos 37 anos, Alex tem físico privilegiado, mas admite sentir “falta da fase que todas as infiltrações eram enterradas” (Caio Casagrande/Bauru Basket)

LNB – Você chegou a esse momento de sua carreira, aos 37 anos, jogando em alto nível. No entanto, naturalmente, seu jogo sofreu algumas mudanças ao longo do tempo, até por uma adaptação à idade. Quais foram essas mudanças?

Alex: Acho que a maturidade e a experiência dentro das quadras te fazem a enxergar o jogo de uma forma mais fácil. Antes, eu corria o jogo todo, mas agora sei dosar o ritmo e acelero só na hora que precisa, assim sofro menos. Mas o que mais sinto falta é da fase que todas as infiltrações eram enterradas. Agora seguro um pouco mais (risos).

LNB – Qual é o segredo para chegar aos 37 anos e ainda com físico extremamente privilegiado que você tem?

Alex: Tem que trabalhar muito. Lógico que a genética ajuda muito, mas procuro me policiar e trabalhar na prevenção de lesões junto com o Bruno Camargo (Preparador físico) e o Rogerinho (Rogério Lourenço), nosso fisioterapeuta. Tenho que me cuidar para ficar mais dentro das quadras do que fora dela com lesões.

LNB – Como você projeta a próxima temporada com o Bauru? Acha que carregarão o rótulo de “time a ser batido”? Como será?

Alex: O objetivo é esse, de entrar na próxima temporada como um dos favoritos. Mas para isso temos que ter uma equipe competitiva, assim podemos sonhar com títulos novamente.

LNB – Te surpreendeu não ganhar o troféu de Melhor Defensor da temporada? Como você encarou o fim dessa dinastia?

Alex: Em relação a isso não tenho o controle, o escolhido é por votação. Sei que trabalho muito para ser o melhor e sou o melhor. O Jimmy, do Mogi, vem fazendo um grande trabalho, mas continuo sendo o melhor nesse quesito.

LNB – Vindo de uma temporada como MVP das Finais e Melhor Ala de novo, como você projeta a sua temporada no aspecto individualmente?

Alex: Vou continuar trabalhando duro. Sou competitivo, gosto de ganhar e estar na vitrine. Para isso a cada treino tenho que estar evoluindo, e a minha dedicação nos treinos são sempre maiores a cada dia.

Mesmo com 4 Mundiais e 2 Olimpíadas na bagagem, Alex Garcia quer continuar defendendo a Seleção Brasileira (Divulgação/FIBA)

LNB – Em 2018 acontecerão as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019 e os atletas que jogam Euroliga e NBA não poderão jogar por conta do calendário. Espera defender a Seleção de novo e ainda assumir um papel de protagonista mesmo aos 38 anos?

Alex: Gostaria sim, mas isso vai depender de quem assumir a Seleção e se vai querer me convocar. Em relação a idade, sei que não terei problema, continuo jogando em alto nível e vou poder ajudar muito a Seleção ainda.

LNB – Você e o Marcelinho Machado sempre foram ícones da Seleção Brasileira durante muitos anos. O Marcelinho já não defende mais a Seleção e seu ciclo também está próximo de se encerrar. Quem você aponta como possíveis protagonistas da nova geração para o Brasil?

Alex: Temos alguns jogadores que são jovens, mas que já são realidade na seleção e que vão comandar os próximos anos, casos do Raulzinho , Benite e Cristiano Felicio. Ainda temos o Lucas Bebe, Caboclo e muitos outros atletas surgindo. Não tenho dúvidas de que a seleção vai estar bem servida nos próximos anos.

LNB – Sua imagem para muitos é de um xerifão, firme e “Brabo”. Mas como é o Brabo fora das quadras, com a família, em casa…?

Alex: Fora das quadras sou um cara muito família. Gosto de ficar em casa, ver filmes, brincar com as minhas mulheres (esposa e duas filhas). De brabo não tenho nada (risos).

LNB – O que gosta de fazer nas horas vagas durante a temporada, em que vocês tem pouquíssimas horas vagas…?

Alex: Gosto muito de brincar com as minhas filhas, com os cachorros e ver filmes. Sair para jantar com a família também é algo que gosto muito, além, é claro, de descansar.

LNB – O que tem feito nessas férias e o que fará até voltar aos treinos no Bauru?

Alex: Não tenho feito nada de especial, e pretendo já ir começando aos pouco a preparação física para me apresentar em boas condições.