HOJE
Análise:Paulistano
Por Douglas Carraretto e Marcel Pedroza
Nova cara, características antigas e um toque de Marrelli: veja a análise sobre o Paulistano que lutará pelo bicampeonato do NBB CAIXA

Atual campeão, o Paulistano trocou metade de seu elenco e segue firme como um dos favoritos ao título (João Pires/LNB)
É difícil imaginar como um time campeão perde praticamente metade de seu elenco de uma temporada para a outra. Pois é, no caso do Paulistano/Corpore, somente seis atletas presentes na campanha do título do último NBB CAIXA ficaram no grupo – Yago, Guilherme Hubner, Du Sommer, Eddy, Victão e Alex Dória.
Parecia um daqueles “desmanches” que compromete a capacidade do clube de brigar por títulos, certo? Não. A diretoria do CAP foi ao mercado, fez reposições à altura e credenciou o clube a lutar pelo topo do basquete brasileiro novamente.
Foram contratados cinco atletas: os armadores Georginho (ex-Rio Grande Valley Vipers, da NBA G-League), e Evan Roquemore (ex-Minas), os alas Léo Meindl e Antonio (ex-Sesi Franca), e o ala/pivô Renan Lenz (ex-Sendi/Bauru), além, é claro, do renomado técnico Régis Marrelli, que estava no Universo/Vitória.
Quem ficou com a imagem daquele Paulistano de Gustavo De Conti jogando no popular “Run and Gun”, com Elinho como maestro e Deryk, Fuller, Jhonatan e Lucas Dias arremessando sem dó no melhor estilo Golden State Warriors, já está se acostumando uma equipe diferente, mas que carrega alguns resquícios do time campeão – o principal deles, a versatilidade.
Provável quinteto titular:
Yago Mateus – armador
Georginho – armador
Léo Meindl – ala
Renan Lenz – ala/pivô
Guiherme Hubner – pivô
Suplentes:
Roquemore – armador
Antonio – ala
Eddy – ala
Alex Dória – ala
Victão – ala/pivô
Du Sommer – pivô
Dikembe (Sub-20) – pivô
Beto Fagundes (Sub-20) – armador
A versatilidade, sem dúvidas, é a principal característica herdada do elenco da temporada passada. Mesmo com as perdas, o CAP trouxe atletas chave, capazes de atuar em mais de uma posição, que dão ao seu treinador variadas opções táticas, tanto no ataque quanto na defesa – essa virtude, de fato, não é todo clube que tem.
Versatilidade
Essa tal de versatilidade é uma realidade no grupo alvirrubro graças a alguns atletas chave, os chamados “polivalentes”, que podem jogar em mais de uma posição. Um deles é Georginho De Paula. Dono de uma capacidade física fora dos padrões para um armador, o esguio atleta de 1,97m de altura voltou de sua curta jornada na NBA mais forte, atlético e explosivo, além de ter agregado diversos recursos técnicos ao seu jogo.
Com Georginho no elenco, Régis Marrelli consegue promover uma alta rotação na armação – o garoto pode atuar ao lado tanto de Yago quanto de Roquemore, e se precisar, ao lado dos dois, fazendo as vezes de um ala “3” sem problema algum. Além disso, na defesa, o armador de 22 anos é capaz de marcar atletas de qualquer posição, sejam eles armadores, alas e até alguns pivôs – o que dificulta o adversário de levar vantagem nas trocas defensivas.
Outro polivalente de tamanha importância no grupo do CAP é Renan Lenz. O ala/pivô de 2,08m de altura é leve, atlético, e possui um ótimo arremesso de 3 pontos – teve aproveitamento de 36,5% nas bolas de 3 pontos somando suas três últimas temporadas do NBB CAIXA.
Desta forma, Renan pode ser utilizado tanto como ala/pivô “4”, mais aberto para arremessos, ou como pivozão “5”, jogando de costas para a cesta, em uma possível formação mais leve do CAP em quadra – bastante usada no Campeonato Paulista, por sinal. Na defesa, sua capacidade física o permite marcar tanto pivôs mais leves quanto mais pesados, e até mesmo segurar alguns atletas mais baixos nas trocas de corta-luzes.
Quem também é capaz de se encaixar em outras funções de acordo com as formações propostas por Marrelli são Antonio (ala “3” de 2,00m, forte, que pode atuar como ala/pivô “4”), Victão (ala/pivô “4” de 2,04m, de bom chute de fora, que se vira também como pivô “5”), e Du Sommer (pivô “5” mais leve, de pouco arremesso longo, mas incrível na defesa, o que o possibilita atuar como “4”).
Velocidade e mão quente
Outras características herdadas do time campeão do Paulista e do NBB CAIXA são a velocidade e a precisão nos arremessos de fora. Falando sobre a velocidade da equipe, praticamente todos os atletas do time são leves e capazes de correr a quadra com facilidade, inclusive os pivôs – Renan Lenz, Du Sommer, Victão e o garoto Dikembe, de 19 anos.
Somente Guilherme Hubner, que é um pivô “5” mais pesado, não ocupa a ala dos gigantes velozes, mas tem tamanha importância no grupo, principalmente na hora de defender um pivô da mesma estatura física. No ataque, seu arremesso de fora o credencia a ser um “cincão” diferente dos demais, capaz de abrir qualquer defesa e ser um fator surpresa no setor ofensivo – teve 40,6% de aproveitamento nas bolas de 3 no último NBB CAIXA.
E por falar nisso, o arremesso de 3 segue sendo uma das grandes armas do CAP, mas de um jeito diferente. Se antes a tônica era o “Run and Gun”, com saída rápida e open bar de chute no contra-ataque, agora o time de Régis Marrelli arremessa de forma um pouco mais cadenciada, mas sem abandonar tanto a antiga volúpia.
O time de Régis Marrelli acertou 10,8 bolas de 3 em 30,5 tentativas por jogo (36% de aproveitamento) no Campeonato Paulista 2018. Enquanto isso, no último NBB CAIXA, o Paulistano de Gustavo De Conti teve uma média de 12,1 arremessos certos em 33,9 tentativas por partida (35,8% de aproveitamento). É claro que são competições de proporções diferentes, mas deu para sentir que a herança da bola de 3 segue viva no CAP, mas com um toque mais cerebral do novo treinador.
Novos cestinhas
O Paulistano da temporada passada tinha um poder de fogo absurdo. Não à toa, foi campeão com o melhor ataque do NBB CAIXA (84,0 pontos por jogo), maior média de bolas de 3 pontos (12,0 por jogo). Essa artilharia era comandada por Elinho, Fuller, Deryk, Lucas Dias, Jhonatan, Nesbitt e Cia – todos saíram. Mas agora, o CAP tem novas referências ofensivas, que atendem pelos nomes de Yago Mateus, Evan Roquemore e Léo Meindl.
Yago, aos 19 anos, parece estar mais maduro a cada temporada e pronto para assumir um papel de liderança no grupo. Ele é titular absoluto e o grande motor do ataque alvirrubro. Sua habilidade e assustadora velocidade fazem dele o grande fator de desequilíbrio sobre as defesas adversárias. É praticamente impossível pará-lo no 1×1. Quando há situações de trocas na defesa adversária, então, nem se fala.
Portanto, quando ele está em quadra, é difícil demais marcar o ataque do Paulistano, pois mesmo que hajam as ajudas defensivas nele, quase sempre sobrará alguém livre. Com essa liderança nas mãos, Yago foi o cestinha e líder em assistências do CAP no Estadual, com respectivas médias de 16,0 pontos e 2,7 servidas por jogo, com incríveis 48% de aproveitamento nas bolas de 3.
Já Evan Roquemore chegou ao Brasil no ano passado, atuando pelo Minas Tênis Clube, e já pousou no time campeão do país. O norte-americano, que é recordista de assistências na Universidade de Santa Clara, onde atuou ninguém menos que a lenda Steve Nash, teve seu lado “garçom” deixado de lado no NBB CAIXA e tem atuado diretamente como cestinha.
Na temporada passada pelo Minas, Roquemore somou médias de 13,2 pontos e 3,2 assistências por partida e foi o maior anotador do time no ano. Agora, com a camisa do Paulistano, ele funciona como um desafogo no ataque da equipe. No Paulista 2018, somou médias de 9,7 pontos e 38% de aproveitamento nas bolas de 3, além de algumas aparições decisivas, como no vídeo abaixo.
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E por fim, o ala Léo Meindl é outro que chegou com a função de colocar a bola no barbante e ser uma referência do time alvirrubro. O jogador, titular de Aleksandar Petrovic na Seleção Brasileira, tem vários recursos ofensivos que o credenciam a ser um líder no ataque do CAP, como o excelente arremesso de fora, infiltrações precisas e um timing infalível nos rebotes ofensivos.
No Campeonato Paulista 2018, o ala de 2,00m foi importantíssimo na campanha do título e colaborou com médias de 13,3 pontos e 4,8 rebotes, com direito a 35% de aproveitamento nas bolas de 3. Ele é uma das peças chave no setor ofensivo do time do técnico Régis Marrelli e, assim como Yago e Roquemore, promete dar trabalho às defesas adversárias no NBB CAIXA.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e o apoio do Açúcar Guarani.
Calendário do mês
13/10 (Sábado)
13h35 – Paulistano/Corpore x Mogi das Cruzes/Helbor – ao vivo na Band e na ESPN
19/10 (Sexta-feira)
21h10 – Corinthians x Paulistano/Corpore – ao vivo no Fox Sports
22/10 (Segunda-feira)
20h – Paulistano/Corpore x Basquete Cearense – ao vivo no Facebook
24/10 (Quarta-feira)
19h – Paulistano/Corpore x Minas Tênis Clube – ao vivo no Facebook
30/10 (Terça-feira)
20h – Botafogo x Paulistano/Corpore
+Tabela completa de jogos do Paulistano no NBB CAIXA
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e o apoio do Açúcar Guarani.
Bauru Basket
Botafogo
CAIXA/Brasília Basquete
Caxias do Sul Basquete
Corinthians
Flamengo
Fortaleza B. C. / CFO
Sesi Franca
KTO Minas
Desk Manager Mogi Basquete
Pato Basquete
Paulistano/CORPe
Pinheiros
Farma Conde/São José Basketball
São Paulo
Ceisc/União Corinthians
UNIFACISA
R10 Score Vasco da Gama
Basket Osasco
Cruzeiro
E.C. Pinheiros (B)
Vitória (BA)
L. Sorocabana
Minas Tênis Clube (B)
ADRM
B.Cearense
Botafogo
Caixa Brasília Basquete
Campo Mourão
Caxias
IVV/CETAF
Flamengo
Minas
Paulistano
Pinheiros
São José Basketball
Thalia/PH.D Esportes
Vasco/Tijuca