HOJE
#BrasilÉHistória – 1948
Por Marcius Azevedo
Dando início ao nosso novo quadro, confira como foi a trajetória da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres em 1948, quando conquistou sua primeira medalha
Após tentativa pífia de adaptar o basquete para o campo, Seleção Brasileira demonstrou que pode estar na elite do basquete mundial jogado dentro de quadra. Com elenco reestruturado após a Segunda Grande Guerra, Brasil vence sete partidas das oito jogadas, desbanca México, e termina na terceira colocação das Olimpíadas realizadas em Londres no ano de 1948.
Em 1936, em plena Alemanha Nazista, o basquete foi incorporado como esporte olímpico, todavia, era jogado no campo e não em ginásio fechado. Após os eventos mundiais e o hiato de longos anos sem este campeonato, o esporte passou a ser feito dentro da quadra e algumas regras foram mudadas para que houvesse um maior número de jogos.
Com mudanças nas formas de disputa, nesta edição das Olimpíadas de Verão as 23 equipes foram dividas em quatro grupos e cada um com seis equipes, sendo um com apenas cinco participantes. Os dois primeiros colocados avançavam para as quartas de final e o restante disputou alguns jogos classificatórios para defender a colocação de cada equipe que participou do torneio. O Brasil ficou no Grupo A, composto por Uruguai, Canadá, Itália, Grã-Bretanha e Hungria, triunfou em todas as partidas e avançou à próxima fase, junto com o Uruguai, desbancando o vice-campeão da outra Olimpíada, Canadá.
Confira os resultados dos jogos no Grupo A da Seleção Brasileira:
– Grupo A
Brasil 45 x 41 Hungria – 30 de Julho – “Algodão” 15 pontos
Brasil 36 x 32 Uruguai – 31 de Julho – Alfredo da Motta 14 pontos
Brasil 76 x 11 Grã-Bretanha – 2 de Agosto – Alfredo da Motta 16 pontos
Brasil 57 x 35 Canadá – 4 de Agosto – Alfredo da Motta 23 pontos
Brasil 47 x 31 Itália – 5 de Agosto – Nilton Pacheco 13 pontos
Depois da brilhante atuação da equipe nos cinco primeiros jogos, a equipe comandada pelo técnico Sr. Moacyr Brondi Daiuto enfrentou a Tchecoslováquia, seleção que venceu quatro jogos no Grupo C, que possuia Estados Unidos da América, Argentina, Peru, Egito e Suíça. A equipe do leste europeu perdeu apenas para o EUA, por 53 a 28, e desbancou os “hermanos”, por 45 a 41, na última partida pelo grupo. Nas quartas de final, com um jogo em equipe muito forte e dificuldades, o Brasil passou de fase, com “Tio Ruy” sendo o cestinha da partida, anotando apenas 5 pontos.
Confira os resultados das quartas de final:
Brasil 28 x 23 Tchecoslováquia – 9 de Agosto – “Tio Ruy” 5 pontos
Estados Unidos 63 x 28 Uruguai
México 43 x 32 Coréia do Sul
França 53 x 52 Chile
Nas semifinais, o Brasil encontrou a França, única seleção a derrotar a nossa Seleção. Os franceses iniciaram a competição no Grupo D e fizeram apenas quatro jogos na primeira fase, vencendo três partidas e perdendo apenas para o México, equipe que conquistou o bronze na edição passada. Em segundo lugar, a equipe enfrentou o Chile pelas quartas de final e venceu o jogo apertado por apenas um ponto.
Confira os resultados das semifinais:
Brasil 33 x 43 França – 11 de Agosto – Alfredo da Motta 12 pontos
EUA 71 x 40 México
Com este resultado, a equipe brasileira enfrentou o México na disputa pelo bronze, no dia 13 de Agosto. Alfredo da Motta fez sua melhor partida nesta edição da olimpíada e vestindo a camisa da seleção, ao anotar 26 ponto diante da difícil equipe mexicana. Desta maneira, o Brasil conquistava sua primeira medalha no basquete olímpico e seu primeiro bronze pela seleção masculina. Além disso, o time dos Estados Unidos da América consagrou seu segundo ouro diante da França.
Confira os resultados do último dia de competição:
Brasil 52 x 47 México
EUA 65 x 21 França
Ao fim da competição, Alfredo da Motta foi o segundo atleta com o maior número de pontos nesta edição das Olimpíadas, terceiro cestinha da competição, com média de 14,4 pontos por partida, e um dos três únicos atletas a anotar mais de 100 pontos no torneio. Tio Ruy (A.A. Grajaú), Alfredo da Motta (Vasco da Gama), Algodão (Flamengo), Affonso Évora (Flamengo), Nilton Pacheco (Fluminense), Marcus Vinicius Dias (Fluminense), João Bráz (Corinthians), Alberto Mason (Tênis Clube São José – SP), Alexandre Gemignani (Espéria – SP), Massinet Sorcinelli (Espéria – SP) e o Sr. Moacyr Daiuto (Corinthians) se imortalizaram na história do basquete nacional.