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Mundial de Clubes

De volta ao topo

28-09-2014 | 03:34
Por Liga Nacional de Basquete

Com título da Copa Intercontinental 2014, Flamengo se iguala ao E.C. Sírio de 1979, e basquete brasileiro volta a ser campeão mundial depois de 35 anos

Campeão mundial de 2014, Flamengo iguala feito alcançado pelo Sírio em 1979 (Gilvan de Souza/Flamengo)

Campeão mundial de 2014, Flamengo, de Olivinha, iguala feito alcançado pelo lendário Sírio em 1979 (Gilvan de Souza/Flamengo)

O basquete brasileiro está de volta ao topo do mundo. Depois de 35 anos, quando o E.C. Sírio conquistou o primeiro e até então único título mundial da história dos clubes brasileiros, em 1979, as cores verde-amarelas estão novamente em evidência no planeta do esporte da bola laranja, ou melhor, as cores vermelha e preta.

Após perder o primeiro jogo da Copa Intercontinental para o Maccabi Tel-Aviv (ISR), por 69 a 66, o Flamengo mostrou toda sua força no Jogo 2, levou a melhor por 13 pontos de diferença, placar de 90 a 77, superou o saldo negativo da primeira partida e se sagrou campeão mundial pela primeira vez na história, diante de uma linda e lotada HSBC Arena.

Estado de São Paulo deu várias glórias ao basquete brasileiro, como o Sírio, campeão mundial em 1979 (Divulgação)

Com Oscar, Marcel e Cia., Sírio, até então, era o único campeão mundial (Divulgação)

Em 1979, o Sírio deu o primeiro título mundial de clubes ao basquete brasileiro com um elenco rechegado de craques. Comandado por Cláudio Mortari, a equipe era formada por Oscar Schmidt, Marcel de Souza, Marquinhos Abdalla, Marcelo Vido – hoje diretor de esportes olímpicos do Flamengo – Eduardo Agra, Mike, Dodi, Larry, Saiani, Renato, Russo e Luisão.

Hoje, no ano de 2014, os nomes de Marcelinho Machado, Marquinhos, Walter Herrmann, Laprovittola, Meyinsse, Olivinha, Benite, Gegê, Cristiano Felício, Chupeta, Daniel e Derrick Caracter levaram o Flamengo ao lugar mais alto do planeta e escreveram seus nomes não só na história do clube, mas na do basquete brasileiro.

“Todos eles eram grandes craques. Agora colocamos nosso nome na história, não só do Flamengo, mas do basquete brasileiro. É mais uma equipe a conquistar um campeonato mundial. Me sinto muito orgulhoso em ter sido campeão mundial agora. A ficha ainda não caiu, ainda não temos a dimensão do que isso significou para todos nós, mas estou muito feliz”, comentou Olivinha.

Mas existem algumas coisas em comum entre os títulos do Sírio em 79 e a do Flamengo do 2014. Uma delas é que ambas as conquistas aconteceram em solo brasileiro, a do clube paulista no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP), e a dos cariocas na HSBC Arena, as duas diante de suas fanáticas torcidas.

Quadra da HSBC Arena foi tomada por torcedores rubro-negros ao final da histórica da partida do título (Gaspar Nóbrega/FIBA Américas)

Quadra da HSBC Arena foi tomada por torcedores rubro-negros ao final da histórica da partida do título (Gaspar Nóbrega/FIBA Américas)

Outro fator, e talvez o mais emblemático, foram as invasões de quadra que as respectivas torcidas promoveram ao final das partidas. Em 79, o cronômetro mal havia zerado e as milhares de pessoas já estavam dentro de quadra louvando os atletas do Sírio. Já agora, após o término da vitória do Flamengo sobre o Maccabi, a nação rubro-negra tomou a quadra da HSBC Arena e provocou uma espécie de “De Ja Vu”.

Presente na conquista do Sírio, o ex-jogador e atual diretor de esportes olímpicos do Flamengo, Marcelo Vido, único bicampeão mundial de clubes, lembrou da histórica e marcante invasão de quadra no Ibirapuera em 1979 e afirmou que a sensação e alegria foi a mesma.

“Sem dúvidas que me lembrei na hora. Na hora. Foi igual a do Sírio. Eu lembro que em 1979 tivemos muitas dificuldades de sair da quadra por causa da torcida. Naquela época tivemos muito apoio da torcida do Corinthians, pois era em São Paulo, e as torcidas de Flamengo e Corinthians têm muita relevância em seus respectivos Estados. Acredito que tive a mesma sensação e as situações foram muito parecidas”, contou Marcelo Vido.

“Hoje eu vi a segurança da Arena tentando fazer um cordão de isolamento na quadra, tentando conter os torcedores antes de terminar o jogo, mas não tem jeito. O torcedor quer entrar, quer participar. Acho que o momento é deles também. Eles fizeram por merecer, foram fantásticos. Foi espetacular mesmo a participação de toda a torcida rubro-negra”, completou o diretor de esportes olímpicos do Flamengo.