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GuerreiroJhonatan

02-06-2018 | 07:10
Por Liga Nacional de Basquete

Das dificuldades para treinar até o título do NBB CAIXA; conheça um pouco da trajetória de vida do capitão do Paulistano

Emoção de Jhonatan ao fim de jogo, coroado com o título inédito do NBB CAIXA (Fotojump/LNB)

O título do NBB CAIXA foi a coroação de uma carreira de muita luta e perseverança de Jhonatan. Com dificuldades para treinar desde muito cedo, o capitão do Paulistano/Corpore nesta temporada deu uma verdadeira prova de garra ao longo da vida para se tornar jogador profissional e chegar até o topo do basquete nacional, com vitória por 82 a 76 sobre o Mogi das Cruzes/Helbor, neste sábado (02/06), pelo Jogo 4 das Finais da competição.

+Veja como foi a vitória do título do Paulistano sobre o Mogi 

Quando pequeno, Jhonatan recebia conselhos de sua mãe para não seguir no basquete, ir estudar para ter um ‘futuro’. Porém, o ainda jovem atleta ‘felizmente’ a desobedeceu. Hoje capitão do Paulistano, o ala saia de casa escondido para ir aos treinos e seguir buscando uma carreira de jogador profissional.

“Minha mãe está de parabéns. Guerreira demais. Criar três filhos não é fácil e ter que me deixar sozinho desde os dez anos, quando eu comecei a jogar e saí de casa, não é fácil, naquela época era muito perigoso. Foi uma corrida muito forte para me tornar jogador. Eu acreditei, ela me deu força e eu só tenho a agradecer. Rose, você é minha vida”, explicou.

Segundo ele, apesar dos conselhos contrários de sua mãe, todo o resto da família sempre o apoio muito. Seu irmão mais novo, inclusive, ainda segue no sonho de se tornar um jogador de basquete profissional como o Jhonatan.

“O Edson (primo) me deu um presente, que eu ainda estou colhendo. Estou abrindo de pouquinho em pouquinho e está saindo para mim. Esse título é um dos maiores presentes que eu tenho na minha vida. Meu irmão está sempre comigo, quer virar jogador igual eu. Meu outro irmão, que trabalha bastante, estudou muito. Minha avó, toda minha família lutou para eu estar aqui. Eu não tinha condições de ir em nenhum treino, mas eles fizeram de tudo para eu estar aqui. Só tenho a agradecer minha família”, comentou.

Emocionado, o camisa 7 alvirrubro contou causos incríveis, até então desconhecidos do grande público, de como buscou crescer na sua carreira, até se tornar profissional.

“Eu morava em uma favela em Osasco e eu não tinha como ir para o treino, tinha vezes que eu ia andando. Uma vez eu cheguei a ir de Carapicuíba até a Armênia (bairro de São Paulo) andando para ir em um jogo, cerca de duas horas, quando eu tinha 12 anos de idade, sozinho. Minha mãe nem sabia disso. Eu fui para o jogo, cheguei lá com as pernas todas doloridas, acabei jogando, nós ganhamos o jogo e tiveram que me levar de carro para casa, porque eu não tinha condição de andar. Gostaria de agradecer o Clube Esperia também, à Elizabeth que me apresentou o basquete também”, disse.

“Eu nunca desisti. Minha mãe me ensinou, se você quer ir a algum lugar, percorra o caminho e vai até ele. Imagine na sua cabeça, fecha os olhos e corre atrás”, exaltou.

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A extrema identificação de Jhonatan com o Paulistano não vem de hoje. Na época de juvenil, o atual capitão passou pelo clube da capital paulista e, segundo ele, teve que provar que se tratava de um jogador com futuro. A prova disso, veio bons anos depois, quando voltou ao CAP, no NBB CAIXA 15/16.

“O Paulistano me levou para lá, e algumas pessoas não acreditavam, pensavam que eu era um menino que não sabia muito do basquete. Foi legal que eu fui mostrando para eles que eu tinha capacidade de jogar. Meu objetivo era jogar profissional, eu não queria jogar categoria de base. O José Neto (ex-técnico do Flamengo) falava para eu ter calma, mas eu não queria ter calma. Eu quero minha vida ao máximo, estou aqui para fazer o máximo na minha carreira, o máximo na minha vida. Eu quero ser uma pessoa lembrada pela minha família. Eu dedico este título a todos os torcedores do Paulistano, todos os sócios e minha família. Não tem como explicar, é uma sensação muito boa, é a essência do seu trabalho, o máximo que a gente pode chegar”, lembrou.

Após ver o título escapar pelas mãos na temporada 16/17, Jhonatan comemora a conquista do NBB CAIXA 17/18 (Fotojump/LNB)

Desde que chegou ao time profissional do CAP, Jhonatan foi titular absoluto do elenco comandado por Gustavo De Conti. Na primeira temporada, queda nas quartas de final para o Brasília, por 3 a 1. No NBB CAIXA 16/17, incrível campanha nos playoffs, chegada até a decisão e por um triz o título não veio, perdendo para o Sendi/Bauru Basket por 3 a 2, após abrir 2 a 0 na série. Neste ano, depois do título paulista, 22 vitórias consecutivas na fase de classificação do NBB CAIXA, enfim o tão sonhado troféu veio, com o camisa 7 sendo um dos protagonistas da conquista.

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“Eu não sou o único capitão. Todo mundo tem uma parte a ser dada, desde os mais jovens, até eu que sou o mais velho. Todo mundo tem um compromisso. Só me deram a posição de capitão, mas todos são capitães neste time. Todo mundo tem liberdade para falar o que quiser dentro do time e isso que fez nosso time se tornar tão forte e chegar ao título”, conclui, Jhonatan.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.

Veja o que Jhonatan falou ao #NBBnaWeb depois do jogo: