HOJE
Jovensvoadores
Por Vicente Machado
Companheiros de base no Bauru, Gabriel Jaú e Gui Bento prometem voar alto no Torneio de Enterradas do Jogo das Estrelas
Juventude e ousadia são termos que combinam, e os garotos Gabriel Jaú e Guilherme Bento precisarão de uma boa dose desses elementos se quiserem conquistar o título do Torneio de Enterradas. Ex-companheiros da base do Sendi/Bauru Basket e campeões do Campeonato Paulista Sub 19, os dois entrarão na disputa que, assim como ano passado, ocorrerá no Ginásio do Ibirapuera, no próximo domingo (18/03).
Além dos dois, o Torneio de Enterradas contará com os brasileiros Cipolini (Sesi/Franca Basquete) e Wesley (Minas Tênis Clube) e os ‘gringos’ Bennett (EC Pinheiros), Greg Brown (Campo Mourão Basquete), MJ Rhett (Flamengo) e Nesbitt (Paulistano/Corpore). Neste ano, a disputa acontecerá através de confrontos eliminatórias, até uma decisão entre um brasileiro e um estrangeiro.
“Eu vejo como uma diversão disputar esse Torneio ao lado do Gui. É um cara muito parceiro e torço muito para ele. Espero que ele se saia bem nas disputa, mas se for preciso enfrentá-lo, vou querer ganhar”, declarou Jaú.
“Disputar ao lado do Jaú é muito legal. Recentemente eu fui jogar lá em Bauru com o Pinheiros e nós conversamos sobre isso. Quem sabe a gente se enfrenta na semifinal brasileira”, afirmou Gui Bento.
Os cruzamentos serão: Bennett x Greg Brown (confronto 1), MJ Rhett x Nesbitt (confronto 2), Gui Bento x Wesley (confronto 3) e Gabriel Jaú x Cipolini (confronto 4).
O Jogo das Estrelas 2018 é um evento organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB) e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty, Cartões CAIXA Elo e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani, NBA e Ministério do Esporte.
Gabriel Jaú: cada vez mais alto
Nascido em Jaú, interior do Estado de São Paulo, Gabriel Crepaldi Volpato Galvanini deu demonstrações desde cedo de que iria voar alto. Ainda muito novo, foi chamado para jogar no Palmeiras, um dos clubes de maior destaque da base nacional. Com notável destaque na equipe alviverde, foi convocado diversas vezes para seleções brasileiras de base.
Rapidamente, Jaú gerou interesse de diversos times e acabou sendo contratado pelo Bauru. Na equipe do interior paulista, o ala/pivô evoluiu mais e mais a cada dia, entrando em quadra pela primeira vez no NBB CAIXA aos 17 anos de idade, na temporada 2015/2016.
No ano seguinte, bem mais pronto para o basquete adulto, Jaú foi ganhando espaço a cada jogo e encerrou o NBB CAIXA 2016/2017 como um dos principais nomes do elenco bauruense, que conquistou o título inédito da competição. Nos playoffs, o ala/pivô acumulou médias de 5,1 pontos e 2,8 rebotes em 17 atuações.
Com grande participação no Campeonato Paulista 2017, logo Jaú já estava pronto para iniciar o NBB CAIXA 2017/2018 como nome de peso no elenco comandado por Demétrius Ferracciú. Em 25 partidas até agora, o camisa 25 acumula médias de 17,6 minutos, 6,7 pontos, 4,2 rebotes e 1,2 assistências, com direito a atuações de destaque, como contra a LSB/Uniso (17pts, 8reb e 3ast) e o EC Pinheiros (17pts, 9reb e 4ast).
“Nesta temporada estou conseguindo ser mais importante para o time em relação à anterior. A cada jogo eu busca acrescentar algo novo, aprendendo com os jogadores mais experientes, para ajudar cada vez mais o time”, disse o ala/pivô bauruense.
Os torcedores bauruenses que costumam frequentar o Ginásio Panela de Pressão já cansaram de ver o camisa 25 decolar nos aquecimentos e demonstrar seu repertório até mesmo em algumas partidas. Explosão, atleticismo e carisma são algumas das características do jovem ala/pivô que podem pesar muito no julgamento neste domingo.
“Minha expectativa é de que eu consiga ir bem. Estou treinando bastante nestes últimos dias para sair do Ibirapuera com o título. Tenho uma enterrada programada com meu parceiro de equipe, Duda Machado, que é algo bem criativo”, completou o camisa 25 do Dragão.
Gui Bento: a volta por cima
A trajetória de Gui Bento não foi tão diferente da de seu amigo pessoal e rival neste domingo. Também nascido no interior, em Lençóis Paulista (SP), o ala pinheirense iniciou no basquete aos nove anos de idade e, tanto pela grande envergadura quanto pela habilidade que demonstrava desde cedo, não demorou a se destacar, sendo contratado pelo Bauru ainda adolescente.
Na base do Dragão, Gui despontou logo cedo e conquistou o título do Campeonato Paulista Sub-19 logo em seu segundo ano no time, ao lado de Jaú. Com 17 anos, o ala fez sua estreia na LDB, na edição de 2014. No ano seguinte, aos 18, ganhou mais espaço no elenco bauruense que disputou a competição Sub 22, com médias de 14,7 minutos, 3,5 pontos e 2,1 rebotes por jogo.
Antes do início do NBB CAIXA 2016/2017, temporada em que provavelmente teria oportunidades de rodar no elenco adulto bauruense, Gui machucou gravemente seu tornozelo e acabou participando de apenas uma partida na edição, em que anotou três pontos em três minutos de atuação.
Dispensado do Dragão, Gui assinou contrato com o América de Rio Preto para disputa do Campeonato Paulista 2017, mas acabou eliminado pelo futuro campeão Paulistano/Corpore, nas quartas de final. Logo após o término do estadual, foi a vez do ala embarcar para capital paulista para uma de suas maiores oportunidades na carreira, para defender o Pinheiros.
Neste NBB CAIXA, Gui participou até o momento de 22 das 26 disputadas pelos pinheirenses e, apesar dos números discretos (2,2 PPJ e 1,1 RPJ), ganhou a atenção do técnico da Seleção Brasileira, Aleksandar Petrovic, que o convocou para os dois últimos jogos das Eliminatórias para o Mundial de 2019. Diante da Colômbia, na Goiânia Arena, o camisa 7 do Pinheiros fez sua estreia com o uniforme da Seleção, com três minutos de atuação, na vitória verde a amarela, por 84 a 49.
“Tem sido uma ótima temporada para mim. O César Guidetti confiou em mim, me deu a oportunidade de rodar bastante no time adulto e tudo foi acontecendo de repente, Seleção Brasileira, agora o Torneio de Enterradas. Então para mim está sendo uma temporada incrível”, comentou Gui.
Envergadura e impulsão são características marcantes no jogo do ala pinheirense. Neste NBB CAIXA, Gui já frequentou duas vezes o Top 10 enterradas (dezembro e janeiro). Para o desafio das cravadas, o jovem jogador afirmou que não preparou nada especial, mas que pode surpreender.
“Eu não tive tempo para pensar em muita coisa para o Torneio de Enterradas. Estamos treinando muito no Pinheiros, precisando ganhar alguns jogos, então eu estou trabalhando mais pensando no NBB CAIXA do que especificamente em alguma enterrada. Mas eu quando a competição começar eu espero surpreender”, finalizou o ala pinheirense.