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NBB Caixa

O bom evelho CAP

26-04-2018 | 02:07
Por Douglas Carraretto

Defesa, velocidade e mão quente: Paulistano “reencontra” basquete da fase de classificação e avança à semi com vitória mais larga da história dos playoffs

Os sorrisos de quem venceu e convenceu: “máquina” Paulistano venceu por 41 pontos de diferença e garantiu vaga na semi (Stephan Eilert/Solar Cearense)

O Paulistano/Corpore, enfim, voltou a ser “aquele” Paulistano/Corpore da fase de classificação do NBB CAIXA. Depois de uma sequência de partidas duras, incluindo derrotas para Caxias na última rodada da primeira fase e Solar Cearense no Jogo 1 da quartas, a equipe alvirrubra voltou a mostrar o basquete encantador que lhe rendeu o recorde de 22 vitórias consecutivas e conquistou um resultado histórico na noite desta quarta-feira.

Na partida que definiu sua ida à semifinal, o clube paulista foi simplesmente arrasador em pleno Paulo Sarasate lotado e fechou a série quartas de final contra o Solar Cearense (3 a 1) com a vitória mais larga da história dos playoffs do NBB CAIXA: 98 a 57 – 41 pontos de diferença.

“Desde o primeiro jogo da série estávamos tentando buscar o que fizemos na fase de classificação. Não é fácil ficar 20, 25 dias sem jogar. Sentimos de uma maneira normal. Mas hoje viemos com uma cabeça diferente. Entramos determinados em executar uma defesa muito forte, anular as principais peças deles e jogar com intensidade desde o início. O time todo está de parabéns por retomar o basquete que vinha apresentando”, disse Deryk Ramos.

Aquela máquina

Durante a fase de classificação, o Paulistano encantou a todos com um estilo de jogo inovador em quadras brasileiras, baseado em defesa forte, correria e alto volume nas bolas de 3 pontos mesmo com pouco tempo de posse de bola, o famoso “Run and Gun”, como faz, por exemplo, o Houston Rockets na NBA. Ninguém segurava. Foi assim que a equipe conquistou 22 vitórias seguidas (recorde da temporada) e ficou grande parte da fase de classificação na liderança.

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E não foi só isso. Das 22 vitórias seguidas, 12 foram por 17 ou mais pontos de diferença, sendo as três últimas com vantagem superior a 40 pontos – 48 contra Botafogo (112 a 64), 43 contra o Vasco (102 a 59) e 45 contra Campo Mourão (111 a 66).

“Durante toda a temporada apresentamos um time de defesa forte e contra-ataque mais rápido ainda. Esse foi o nosso segredo. A partir do momento que focamos na defesa, nosso ataque flui e com muita qualidade”, completou Deryk, cestinha da equipe, com média de 12,3 pontos por jogo.

Era realmente impressionante o que vinha fazendo o time do técnico Gustavo De Conti. No entanto, a máquina chegou a falhar. No jogo que definiria a liderança da equipe na fase de classificação, na última rodada, dolorida derrota fora de casa para Caxias, por 81 a 80. Mais de 20 dias depois, no Jogo 1 das quartas de final, outro revés como visitante: 72 a 67 para um embalado Solar Cearense.

Não chegou a haver pânico nem crise no clube do Jardim América, mas o sinal de alerta foi ligado e a dúvida instalada: cadê aquele Paulistano?

A equipe se recuperou e até venceu os dois seguintes em casa contra o Solar Cearense, por 93 a 89 e 79 a 68, mas ainda não era “aquele” basquete envolvente da primeira fase. Só que agora, na noite desta quarta-feira, a máquina voltou a funcionar. E como voltou.


Com defesa sufocante, intensidade na saída dos contra-ataques e mão fervendo nas bolas de 3, a equipe foi avassaladora no primeiro tempo e caminhou para o intervalo com incríveis 30 pontos de frente em cima do Solar Cearense mesmo diante de 9 mil pessoas no Paulo Sarasate (47 a 17).

Na volta do vestiário, o ritmo seguiu lá em cima, e o CAP finalizou a partida com expressivos 41 pontos de vantagem (98 a 57), a vitória mais larga da história dos playoffs. E o melhor: classificado às semifinais.

Ao todo, foram 18 bolas de 3 pontos convertidas em 36 tentativas (50% de aproveitamento). Além disso, o conjunto voltou a funcionar, e seis atletas pontuaram em dígitos duplos: Yago (15), Jhonatan (14), Victão (12), Elinho (11), Lucas (11) e Deryk (11). Na defesa, foram apenas 57 pontos sofridos e apenas 30% de aproveitamento ofensivo para o Solar Cearense. É, aquele CAP voltou…

“Sempre procuramos ter um basquete de muito volume. Fizemos 98 pontos, mas tudo começou a partir da defesa, a partir do que o Gustavo (De Conti) pediu. Fizemos 47 a 17 no primeiro tempo, isso nos deu uma confiança enorme”, disse o armador Yago Mateus.

“É um passe e chute, esse é o basquete que apresentamos na fase de classificação. Não que a gente tenha deixado de fazer isso nos três primeiros jogos, mas não estava dando certo. Hoje felizmente deu certo e conseguimos essa grande vitória”, concluiu o camisa 3 do Paulistano.

É pura festa: jogadores invadiram entrevista de Yago no fim do jogo para comemorar a classificação (Stephan Eilert/Solar Cearense)

Que venha o Bauru

Ao fechar a série quartas de final contra o Solar Cearense em 3 a 1, o atual vice-campeão Paulistano confirmou a vaga nas semifinais do NBB CAIXA e se garantiu entre as quatro melhores equipes do país pela terceira vez na história, a segunda seguida.

Agora, o adversário na briga por uma vaga nas Finais será justamente o rival da última decisão: o Sendi/Bauru Basket.

Naquela ocasião, o CAP chegou a abrir 2 a 0 na série e colocar uma mão na taça, mas acabou levando a virada épica (3 a 2) e ficou com o vice-campeonato.

+Lista completa de transmissões ao vivo dos playoffs

Apesar do reencontro com o rival que tirou o título de suas mãos, o sentimento não é de revanche por parte do Paulistano.

“Acredito que não tem clima de revanche. Mudaram muitos jogadores aqui (Paulistano) e lá (Bauru). Certamente será um grande espetáculo. Temos que analisar o que fizemos de bom e estudar a equipe deles para anularmos o que eles vêm fazendo. Assim conseguiremos as vitórias necessárias para irmos à final”, afirmou Yago, presente na decisão do último NBB CAIXA contra o Bauru.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.

Calendário da série

– Paulistano/Corpore (2º) x Sendi/Bauru Basket (6º)

Jogo 1 – 30/04 (Segunda-feira), às 20 horas, no Ginásio Panela de Pressão, em Bauru (ao vivo no SporTV)

Jogo 2 – 05/05 (Sábado), às 14 horas, no Ginásio Antonio Prado Jr, em São Paulo (ao vivo na Band e no SporTV)

Jogo 3 – 07/05 (Segunda-feira), às 20 horas, no Ginásio Antonio Prado Jr, em São Paulo (ao vivo no SporTV)

Jogo 4* – data e horário a definir, no Ginásio Panela de Pressão, em Bauru

Jogo 5* – data e horário a definir, no Ginásio Antonio Prado Jr, em São Paulo

*Se necessário