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Lendas do NBB celebram os 15 anos da Liga

07-08-2023 | 12:33
Por Gustavinho Lima

Gustavinho Lima conversou com craques que fizeram história no basquete brasileiro e vivenciaram a evolução da modalidade após a criação da LNB

A Liga Nacional de Basquete completa 15 anos de vida. Uma grande conquista para o basquete brasileiro. A comemoração pode até ser apelidada de “bodas de cristal”, mas durante esses 15 anos a caminhada está longe de ser frágil. 

Procurando se renovar durante todo esse período, o basquete jogado em território nacional buscou novas tendências para manter o frescor, subiu de nível e criou novos ídolos. Com representantes de diferentes regiões do país, o NBB se renova mantendo o apreço em ser uma liga jovem, mas com a responsabilidade de manter o compromisso com sua constante renovação, levando em conta o caminho trilhado para organizar um campeonato forte e competitivo.  

Nezinho – Escrevendo a história desde o princípio 

Um dos maiores armadores de todos os tempos do NBB, Nezinho conta como foram os primeiros passos dentro do “novo campeonato” inaugurado em 2009.  “Para todos que vivem de basquete, o NBB foi se tornando um campeonato seguro bem sedimentado, possibilitando a atletas, treinadores, patrocinadores terem mais confiança na modalidade”.

Nezinho fez parte do projeto tricampeão em Brasília que pode manter uma base muito sólida durante muito tempo: “Lá em 2010 e 2011 começaram a surgir os contratos mais longos, de dois, três anos, o que sem dúvida dá uma segurança maior para os jogadores e comissão técnica trabalharem”.

Nezinho fez parte do lendário projeto tricampeão em Brasília. Foto: Divulgação/LNB

Grandes duelos foram realizados nesse período, lotando ginásios e fazendo com que o basquete voltasse ao seu lugar de destaque: “Ginásio Nilson Nelson lotado, muitas cadeiras dentro da quadra, os fãs estavam alucinados naquela época, já tínhamos sido campeões, mas essa final contra Franca no NBB 2010/2011 foi um jogo super nervoso e tenso mas acabamos nos consagrando tri campeões do NBB. Foi uma emoção muito grande por poder compartilhar com toda a cidade de Brasília amante do basquete”, disse Nezinho se emocionando ao relembrar daquela conquista. 

Guilherme Giovannoni – O Multicampeão 

Outra lenda do basquete nacional, Guilherme Giovannoni fez parte desse time multicampeão de Brasília e tem como momento mais marcante do NBB justamente a mesma série contra Franca, em 2011. “Os títulos são muitos importantes e ficam muito marcados na memória, mas pessoalmente o jogo 2 da final contra Franca, em 2011, com o Pedrocão lotado, foi o momento mais emblemático que sempre lembro com muito carinho”. Realmente uma lembrança muito simbólica, vestindo a camisa 12 de Brasília, Guilherme Giovannoni não sentiu a pressão do torcedor francano que lotou as arquibancadas com recorde de público (6.254 torcedores) do ginásio Pedrocão, anotando 34 e ainda sendo eleito MVP das finais. 

Giovannoni teve uma carreira de sucesso na Europa e, retornando ao Brasil, criou raízes importantes e pode observar o crescimento no campeonato e desenvolvimento dos clubes. “Acho que os clubes estão cada vez mais se profissionalizando, dando o devido valor a cargos muito importantes em uma estrutura”, enfatizou o craque que, aposentado das quadras, se tornou comentarista de basquete dos canais ESPN. 

Giovannoni em seu último ano atuando dentro das quadras do NBB pela equipe do Corinthians. Foto: Divulgação/LNB

Falando em estrutura e comunicação, durante os 15 anos de NBB, também se viu o basquete nacional entrando, cada vez mais, dentro dos lares da família brasileira, por meio de um conceito original de transmissões em multiplataformas, capaz até mesmo de concluir temporadas com 100% dos jogos transmitidos. 

Olivinha – O Deus da Raça 

Inúmeros foram os ídolos que surgiram e conseguiram cravar o seu nome na história do basquete nacional. Um dos maiores, estando presente em todas as edições, se tornou símbolo de entrega e amor à camisa. Olivinha é o maior reboteiro da história da competição. “Eu me sinto um privilegiado por ter jogado todas as edições do NBB.

Olivinha em uma de suas atuações históricas nas finais do NBB da temporada 2022/2023. Foto: Divulgação/LNB

“Foi exatamente no ano de criação da Liga que eu comecei a me destacar no cenário nacional e comecei a ter os melhores anos da minha carreira jogando pelo Pinheiros e pelo Flamengo. Graças ao trabalho que eu fiz, comecei a ser lembrado para a seleção brasileira também” comentou o “Deus da raça”.

Jogador que cai bem em qualquer time, Olivinha é xodó da torcida rubro-negra. No Flamengo formou uma dupla de sucesso com Marquinhos e juntos venceram incríveis 6 títulos, se tornando os maiores campeões de todos os tempos do NBB.  

“O fato de ser o maior vencedor do NBB ao lado do Marquinhos é uma coisa que me orgulha muito. Estar entre os maiores vencedores não é fácil, porém é muito satisfatório quando olho pra trás e vejo que consegui 6 títulos do NBB jogando pelo Flamengo e vou lutar junto com meus companheiros para tentar buscar mais um nessa próxima temporada”, completou o experiente Olivinha, que aos 40 anos continua sedento por levantar troféus vestindo a camisa do Flamengo. 

Marquinhos – Um desfile de basquete 

Marquinhos, um dos jogadores mais talentosos a pisar em quadras do NBB, oferece um real privilégio ao público que assiste o ala de 2,08m de altura desfilar toda a sua categoria durante todos estes anos. Depois de passagens pela Europa e pelo New Orleans Hornets, Marquinhos pôde vivenciar todo o processo de criação da Liga, incluindo viver presencialmente as finais da última temporada. “Eu lembro no primeiro encontro dos times antes do campeonato, que foi em um momento em que o basquete brasileiro ‘estava na UTI’ e o NBB veio pra resgatar isso. Os 15 anos demonstram o quanto o basquete brasileiro cresceu junto”, destacou Marquinhos.

Além de ser o maior vencedor de títulos, com 6 conquistas ao lado de Olivinha, o ala é também o jogador que mais vezes foi escolhido como MVP, sendo 3 vezes o melhor jogador da temporada. E não para por aí! Marquinhos é também o segundo maior pontuador de todos os tempos. “Ser parte dessa história é muito legal, porque eu também cresci junto com o NBB. Fico feliz porque é um campeonato no qual eu acreditei muito, até tive a oportunidade de sair do país, mas preferi ficar tentando fazer história no clube em que eu estava, o Flamengo. Eu sou só elogios para o que o NBB construiu nesse período para o basquete brasileiro”. 

Alex Garcia – O Brabo 

Com contratos mais duradouros, comissões técnicas amplas e mais visibilidade, as equipes também foram se fortalecendo e o nível do campeonato foi evoluindo e se equilibrando. Com sete finais e quatro títulos conquistados, Alex Garcia, hoje vestindo a camisa do Bauru, sabe a importância de se aumentar o nível de competitividade do campeonato nacional. “É muito legal ver o NBB hoje. Se a gente voltar no tempo e pegar as duas primeiras edições, todo mundo sabia quem ia chegar na final. Brasília e Flamengo dominavam todo ano, mas ao longo do tempo deu pra ver as equipes se reforçando e fortalecendo para poder chegar e tentar ser campeão”.

Atualmente, Alex consegue o incrível recorde de figurar no top 10 de todas as estatísticas de fundamentos (pontos, rebotes, assistências, tocos e bolas recuperadas). Não à toa, o Brabo recebeu a homenagem da Liga Nacional de Basquete se tornando o logo do campeonato, o qual Alex aderiu com reverência, levando o símbolo tatuado no corpo.

Mais disputas de alto nível e um campeonato de maior credibilidade ao longo dos anos, também acabaram atraindo mais investimentos para que novas personalidades pudessem surgir. É o caso do feito histórico da equipe do Paulistano que sempre revelou jovens jogadores, realizando um trabalho primoroso, participando de finais desde 2013 e chegando ao seu primeiro título do NBB em 2016/2017. Com equipes surgindo de diferentes regiões e, aos poucos, conquistando seu espaço em buscas por títulos, podemos dizer que tudo isso compõe a beleza do esporte. Já há algumas temporadas o Minas chega entre os quatro primeiros; o jovem time do São Paulo, em quatro anos de existência, já chegou em duas grandes finais… O tradicionalíssimo Franca, que nunca havia sido campeão do NBB, venceu as últimas duas edições. 

A competitividade que dá o tom do esporte e faz do NBB um campeonato que continua sua caminhada em franca ascensão. Aproximando pessoas e com a certeza de que o basquete é um esporte coletivo, a Liga é uma competição na qual se joga junto.

Parabéns pelos seus 15 anos, LNB! Que venham mais 15! Segue o jogo!