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35 anos do Pan

23-08-2022 | 07:36
Por Gustavo Marinheiro

Há 35 anos, a Seleção Brasileira conquistava o Pan-Americano de Indianapolis; Cadum Guimarães nos contou parte desta história, confira:

Há 35 anos, a Seleção Brasileira vencia a quase imbatível seleção dos Estados Unidos no Pan-Americano de 1987. O triunfo histórico e inesquecível aconteceu em Indianápolis, na Market Square Arena, com o Brasil vencendo por 120 a 115, uma das maiores atuações ofensivas até hoje na história do basquete. Essa conquista foi tida por muitos como a maior da história do esporte nacional desde a Copa do Mundo de 1970, com recordes de audiência na TV e lembranças até hoje na mente de quem acompanhou a partida.

Entrega das medalhas no Pan-Americano de 1987 (Assessoria CBB/Divulgação)

“Eu gosto de falar que toda conquista tem três momentos especiais: quando o cronometro zera, quando você recebe a medalha e quando você volta pro vestiário e reencontra todos seus companheiros. É quando você entende o que conquistou”, afirma Cadum Guimarães. 

Hoje, competições organizadas pela Liga Nacional de Basquete contam com alguns personagens da icônica conquista brasileira, como Guerrinha, armador daquela equipe e atual técnico do Bauru Basket, Rolando Ferreira, ex-pivô da seleção e hoje coordenador técnico do Coritiba Monsters, que disputa a LDB, e Cadum Guimarães, também armador na vitória brasileira, hoje um dos comentaristas nas transmissões do NBB na TV Cultura e em jogos no YouTube.

A conquista brasileira não ficou marcada apenas pelo título conquistado, mas também ter sido a primeira em vez que a seleção norte-americana perdeu em sua casa; a primeira vez que em que os americanos foram derrotados em finais e a primeira vez que sofreram mais de cem pontos diante de seus torcedores. Essa derrota, inclusive, serviu como um dos motivos para a criação de uma seleção ainda mais forte, formada pelas principais atletas da NBA: o famoso “Dream Team”, que durante tantos anos dominou o basquete mundial.

“Não tivemos nenhuma preparação especifica para enfrentar os americanos. Estávamos muitos preparados mesmo. Chegamos na final já satisfeitos com a medalha de prata…Todo mundo achava inconcebível os EUA perderem um jogo daquele e então pensávamos o mesmo. Ficamos muito nervosos no período entre a semifinal e a final, com medo de passarmos vexame, mas no dia da final foi muito intenso, entramos muito bem e ai aconteceu o que aconteceu”, relembra Cadum. 

 

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A seleção brasileira utilizava muito bem um estilo de jogo moderno para a época, com fortes transições, contra-ataques rápidos e principalmente o uso das bolas de três pontos. Esse fator foi essencial, afinal, a regra do perímetro havia sido criada apenas 5 anos antes e os americanos ainda pouco utilizavam essa arma dentro do jogo. Oscar Schimidt, cestinha brasileiro com 46 pontos, conseguiu sete bolas de três naquela final.

“Já escutei que estávamos à frente do nosso tempo e sou obrigado a concordar. Já vi diversos documentários e filmes que mostram que a maneira que jogávamos em 87 tinha um mapa de arremessos muito parecido com o do Golden State, atual campeão da NBA. Realmente estávamos muito à frente. Tínhamos essa de arremessar rápido, de correr a quadra, pegar rebotes. Foi um diferencial para a época”, comenta Cadum. 

A conquista em Indianápolis ficará marcada para sempre, não só como uma das maiores da história do basquete nacional, mas do esporte brasileiro. Quem assistiu à final se lembra até hoje com muito carinho da magia brasileira dentro das quadras norte americanas. A bandeja de Marcel, seguida da comemoração de Oscar e segundos depois o barulho do cronometro zerando são imagens eternas para todo fã de basquete no Brasil.

“É indescritível. É algo muito vivo para mim. Sinto como se tivesse acontecido semana passada. Eu estava no banco, tinha saído com cinco faltas, mas estava eufórico pelos meus companheiros, quando acabou. Foi indescritível”, disse Cadum. 

O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, SKY, Penalty, EY, Betmotion, Centauro e apoio da IMG Arena, Genius Sports e Accor.