HOJE
Prancheta do Gustavinho: Juventude x Experiência
Por Liga Nacional de Basquete
Pinheiros e Caxias do Sul protagonizam uma das séries das oitavas de final do NBB
6° Pinheiros (20 V – 12 D) x Caxias do Sul 11° (12 V – 20 D)
Em 2023 o Pinheiros literalmente colhe o que plantou. A aposta na juventude e crias da casa rendeu ótima regularidade ao elenco. A equipe dirigida por David Pelosini joga um basquete solto e criativo no ataque.
Tem o 3° melhor pace (‘ritmo’, o 1° entre os classificados com 76,8 posses de bola por jogo) e com muita pegada na “zaga”.Sofre 100,5 pontos a cada 100 posses de bolas (5ª melhor eficiência defensiva da Liga).
Agressivo na tábua, o “azul e preto” leva à sério o fundamento do rebote. É o time que mais apanha rebotes ofensivos (13,7 ro, totalizando 33,4 % dos rebotes disputados) e o 3° que menos cede segundas chances (9,7) aos oponentes.
Duas pratas da casa Rafael Munford e Felipe Ruivo vem jogando com muita liberdade com o treinador Pelosini. Cresceram de produção e são decisivos na boa campanha pinheirense. Munford é forte candidato ao prêmio de melhor evolução e acumulando expressivas médias de 16,2 ppj, 7,1 reb e 16,6 eficiência (8° melhor na Liga) também deve concorrer a melhor ala da temporada.
Ruivo é um armador classudo do tipo que joga de cabeça erguida. Organiza muito bem o jogo sem deixar de ter volume nos tiros de longa distância. Fazendo bastante uso do pick and roll (jogadas de dupla), o maestro distribui 7,1 assistências por partida (2° do NBB) e já matou 65 bolas de três com 38% de aproveitamento.
Na criação das jogadas o Ruivo tem a companhia do versátil Jonas Buffat. O Bahia costuma contribuir dos dois lados da quadra. Tem capacidade para pontuar (10,8 ppj) e também é capaz de defender múltiplas posições (1,3 br).
David confia no processo de lançar garotos promissores. Constantemente faz uso do seu banco recheado de jovens. Muitos tiveram a primeira oportunidade no profissional sob o comando do treinador.
Alguns conseguiram bons minutos de quadra, caso de Danilo Penteado, Yan Djalo e Eugeniusz que tem 15 minutos de média por jogo na temporada.
Para contrabalancear tamanha juventude tem um garrafão experiente, formado bi campeão do NBB Jefferson Willian (11,6 pts, 3,9 reb) e Dikembe (10,1 pts, 7,9 reb) que apesar de novo (23 anos) também já levantou o troféu do NBB.
O desafiante do Sul do país tem uma equipe bem articulada e dirigida com muita competência por Rodrigo Barbosa.
O Caxias do Sul demonstrou consistência e garantiu sem sustos e com três rodadas de antecipação a vaga entre os 11 melhores do país.
A defesa é o grande trunfo do time. Tem a 4ª melhor retaguarda com 76,5 pontos sofridos por jogo (101,5 pontos cada 100 posses de bola), além de ser a 2ª que mais força bolas perdidas de seus oponentes (15,2).
Thiago Mathias é o xerife da zona pintada. O pivozão de 2,08 é o 3° em tocos na história da Liga. Essa temporada continua fechando as portas lá no alto com média de 1 “block” por jogo (4° da Liga) além de apanhar 7,9 rebotes (6° da Liga).
Tem um ataque homogêneo com pontuação bastante dividida, formado por atletas que podem atuar em mais de uma posição. Pedro Mendonça tem esse perfil e, em sua 4ª temporada no Caxias, obteve seu melhor desempenho da carreira somando 10,2 pontos, 3,6 rebotes e 1,6 roubadas (3° do NBB).
Diego e Arthur são dois “pivôs 4” imprescindíveis no esquema do time gaúcho. São bons nas viradas de jogo e constantemente brigam no rebote ofensivo. A dupla será fundamental na série para tentar diminuir a volúpia dos rebotes pinheirense.
O destaque do time na temporada é o multifuncional Humberto. Sob o comando de Rodrigo Barbosa repete pelo segundo ano seus melhores números da carreira (12.9 ppj e 4,4 rpj).
Bom defensor deve ser encarregado de trombar com o voluntarioso Munford.
Humberto é o principal pontuador do Caxias Basquete, com 12,6 pontos por jogo (Matheus Magnani)Depois de alguns anos sem protagonismo, Deryk também vem recuperando um bom basquete jogando pelo “Gambá” (9,1 ppj com 44% de aproveitamento nos chutes). O bi campeão do NBB (17/18 e 18/19) conhece bem a filosofia de David Pelosini pois vestiu a camisa do Pinheiros no último ano e pode ser uma peça importante para tentar frear Felipe Ruivo.
Duas vitórias do Pinheiros na temporada regular por três posses de bola (ambas por 7 pontos de diferença), sendo a última na prorrogação demonstra o equilíbrio do confronto, que promete ser a tônica da série.
O Pinheiros é favorito, mas o fato do mata-mata começar no Rio Grande do Sul traz um vento de possibilidade para os gaúchos.