HOJE
A arte de pegar rebote
Por Liga Nacional de Basquete
Líder do ranking de rebotes da LDB 2013, ala/pivô Durval revela segredos do seu bom desempenho no fundamento; atleta do Sport já tem nove duplos-duplos na competição
Quando o Sport Club do Recife entra em quadra pela LDB 2013, todos os olhares estão voltados para Durval. Com experiência de ter atuado nas duas últimas temporadas do NBB pelo Cia. do Terno/Romaço/Joinville, além de acumular passagens por Seleções Brasileiras de base, o ala/pivô é a referência do clube pernambucano na competição Sub-22 e isso é justificado por seu ótimo rendimento dentro de quadra, principalmente em um fundamento específico: o rebote.
Líder do ranking de rebotes do maior campeonato de base do basquete brasileiro, com uma incrível média de 13,8 sobras por partida, o jogador é o dono dos garrafões da atual temporada da LDB. Prova disso é que dos 13 jogos que disputou na competição, Durval registrou a expressiva marca de nove duplos-duplos.
Além disso, o camisa 8 do time pernambucano colecionou 24 rebotes no duelo diante do Vila Velha, na última sexta-feira, e igualou a melhor marca do fundamento em uma só partida da competição Sub-22, pertencente a Andrezão, do Paschoalotto/Bauru, que conseguiu o recorde em confronto da última temporada, contra o São Luís (MA).
“No último NBB eu estava jogando mais na posição 3 (ala) e agora no Sport estou atuando como ala/pivô. Querendo ou não isso já facilita um pouco. Nos rebotes de defesa, tenho muita ajuda dos meus companheiros também, que fazem um trabalho muito bom de bloqueio, e eu acabo me posicionando melhor para pegar os rebotes. No ataque, tento ir em toda bola e acreditar que eu posso pegar os rebotes. Fico atento a qualquer vacilo que o defensor possa dar e tento aproveitar para brigar por todos os rebotes. Pode tacar a bola para cima que eu vou estar sempre pulando e disputando os rebotes (risos)”, disse o jogador, de 21 anos.
Com 2,01m de altura, Durval não é um dos jogadores mais altos da competição. Além disso, seu porte físico, como o próprio jogador define como principal ponto a evoluir dentro de seu jogo, não é dos mais avantajados. Então, qual é o segredo para acumular tantos e tantos rebotes durante a partida? O posicionamento.
“O posicionamento é fundamental. Tento ver de onde o jogador está arremessando e me posicionar na trajetória da bola. Na época em que atuei por Limeira, tinha um treinador lá, o Camargo, que foi pivô e sempre me deu muitas dicas. Durante o NBB4, atuei com o Shilton em Joinville e ele é um especialista em rebotes. Também aprendi muito com ele, sobre como me posicionar e qual a melhor maneira para pegar os rebotes”, explicou Durval, nascido no Estado de Minas Gerais.
Dentro de seus 13,8 rebotes por jogo, o ala/pivô divide sua média entre 8,3 rebotes defensivos e 5,5 ofensivos. Além do bom posicionamento, Durval conta com outro trunfo para obter sucesso no fundamento. Segundo o técnico do esquadrão de Recife, Ricardo de Oliveira, o jogador é muito inteligente e isso favorece o camisa 8 do Sport na briga pelas sobras dentro do garrafão.
“O cognitivo dele é muito rápido e ele é muito inteligente para jogar. Ele calcula o timing da bola no rebote, onde a bola vai cair e onde ele tem que pular. Isso às vezes passa despercebido, mas existe. Ele tem uma ótima noção de tempo e espaço. Mesmo ele não sendo um cara musculoso, com o perfil de norte-americano, ele consegue se sobressair nos rebotes por conta da sua inteligência em quadra. Isso se dá por conta da intuição e do conhecimento que ele adquiriu do jogo”, disse o treinador do clube pernambucano.
Com sua característica de jogo focada nos rebotes, Durval tem dois jogadores em que se espelha. Um deles é o ala/pivô Olivinha, do Flamengo, líder de toda a história do NBB no fundamento, com 1573 rebotes em 178 jogos disputados (média de 8,8 por jogo). O outro é o argentino Federico Kammerichs, que disputou a quarta edição do campeonato nacional pelo time carioca e deixou a competição com a expressiva média de 8,9 sobras por partida.
“Meu estilo de jogo se assemelha muito com o do Olivinha. No Sport faço um trabalho parecido com o que ele faz no Flamengo e nas equipes que passou, que é ser um ala/pivô que também consegue abrir para jogar de frente. Gosto muito do Kammerichs e é um jogador que eu vi bastante jogar quando passou pelo Flamengo. Fico sempre de olho nesses dois jogadores e tento me espelhar no estilo de jogo deles”, afirmou o atleta do Sport.
Líder em rebotes de toda a LDB 2013, Durval também se destaca em outros fundamentos. Passadas 13 rodadas, o jogador é o cestinha do time pernambucano na competição, com média de 15,7 pontos por jogo. Além disso, o atleta é o segundo mais eficiente do campeonato, com 22,7 pontos de eficiência por jogo.
“Ele é uma referência para o nosso time, um jogador muito regular. Nesse tipo de competição sub-22, por incrível que pareça, os jogadores ainda oscilam muito durante os jogos, mas o Durval não. Hoje, ele está fazendo a mais do que ele fez nos outros times que passou. Na base, ele sempre foi um jogador importante, enquanto que no adulto ele era uma peça de composição da equipe de Joinville. Ele é o melhor reboteiro do campeonato, o cestinha do time e ainda é um líder dentro e fora de quadra”, elogiou o técnico Ricardo de Oliveira.
A Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) em parceria com o Ministério do Esporte e tem a chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB).