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A reviravolta alviverde

17-04-2013 | 03:08
Por Liga Nacional de Basquete

Depois de um primeiro turno ruim, Palmeiras fechou sua temporada de estreia no NBB em alta e nos braços de sua torcida; relembre trajetória

Equipe viveu bons momentos no Ginásio Palestra Itália na reta final da fase de classificação (Fábio Menotti/Divulgação)

Com certeza, a temporada 2012/2013 vai ficar gravada na história do Palmeiras. O time de Palestra Itália voltou a disputar uma competição da elite do basquete brasileiro depois de 16 anos, fator de grande felicidade para toda a nação palmeirense. Todos já sabiam que seria um grande desafio, no entanto, não previam a delicada situação da equipe no primeiro turno, e menos ainda, acreditavam na espetacular reviravolta alviverde no NBB.

“O ano foi muito bom para nós, principalmente por causa da nossa reação. Não começamos bem o campeonato, ficamos 12 jogos sem vencer. Mas graças a Deus conseguimos trabalhar bastantes, conseguimos trazer o nosso torcedor conosco. A nossa reviravolta chegou até a surpreendente, foram 10 vitórias no segundo turno, nove em casa, acho que estamos de parabéns por tudo que apresentamos”, comentou o pivô Tiagão, principal líder do time.

Na primeira metade da fase de classificação, o time alviverde conquistou apenas duas vitórias em 17 partidas (11,7% de aproveitamento) e chegou a amargar a lanterna do campeonato por algumas rodadas. Mas quando tudo parecia estar perdido, o “alviverde imponente” ressurgiu das cinzas.

Além de uma drástica mudança de postura na equipe, a calorosa torcida palmeirense se mostrou disposta a ajudar o time nesta caminhada para sair da incômoda situação e transformou o Ginásio Palestra Itália em um verdadeiro “caldeirão” na reta final do campeonato. Todos estes fatores resultaram na incrível ressurreição alviverde, que não só reverteu o cenário do Palmeiras na competição, mas fez o esquadrão verde encerrar o campeonato na 13ª posição, com 12 triunfos em 34 compromissos (35,3% de aproveitamento), uma colocação abaixo do grupo dos classificados para os playoffs.

“Essa torcida do Palmeiras é impressionante. Eles não pararam de cantar um minuto, seja, apoiando, xingando, mas sempre jogando junto com o time. Uma enorme parte das vitórias foram devido a eles. Era impressionante, só quem estava em quadra sabia o que estava acontecendo”, falou Tiagão, que obteve médias de 10,7 pontos e 6,3 rebotes durante o NBB 2012/2013.

A torcida alviverde deu um show a parte nas arquibancadas do Ginásio Palestra Itália (Fábio Menotti/Divulgação)

Das 12 vitórias conquistadas pelos palmeirenses no campeonato nacional, dez foram no segundo turno. Porém, o fato mais marcante foram os nove resultados positivos seguidos no Ginásio Palestra Itália. Sempre lotado por fanáticos e esperançosos torcedores palestrinos, o local virou o trunfo da equipe para a recuperação na competição.

A sequência começou com um triunfo sobre o Vila Velha/Garoto/UVV, no dia 14 de fevereiro. Depois, a equipe comandada pelo técnico espanhol Arturo Alvarez conquistou resultados expressivos, como as vitórias sobre times que ocupavam a parte de cima da tabela de classificação, casos de Unitri/Universo, Vivo/Franca e Paschoalotto/Bauru, além de ter vencido Mogi das Cruzes/Helbor, Liga Sorocabana, Cia. do Terno/Romaço/Joinville e Winner/Kabum/Limeira.

“Sabíamos da situação que estávamos, mas precisávamos acreditar sempre. Eu nunca tinha passado por isso, mas eu procurava sempre passar para eles que tínhamos que nos unir, que o time era bom, mas que não adianta ter um bom time e não ter união. Todos nós abraçamos a mesma causa e conseguimos nos reerguer. Não desistimos nunca, e a torcida voltou a comparecer. Nossas vitórias os motivaram a virem nos jogos, e consequentemente, as vitórias vieram sem parar”, afirmou Tiagão.

Porém, apesar do sucesso na reta final da competição, a equipe da capital paulista não conseguiu se classificar para os playoffs. A conturbada caminhada no primeiro turno do NBB pesou e os palmeirenses não ingressaram na zona de classificação à fase de mata-mata.

Alguns fatores podem ter atrapalhado a adaptação e o entrosamento da equipe no início da competição. Após o vice-campeonato da Supercopa Brasil,  a diretoria decidiu reformar o elenco às vésperas da estreia no NBB. Além de contratar o ala/armador Guto, o pivô Coloneze, os norte-americanos Tyrone Curnell e Wiggins, seis atletas foram dispensados, e junto com eles, o treinador João Padola, que classificou a equipe para a elite do basquete nacional e conquistou a Série Prata do Campeonato Paulista.

“Nosso time foi montado meio que às pressas. Duas ou três semanas antes de começar o NBB chegaram o Guto, o Coloneze, o novo treinador, além dos dois norte-americanos (Tyrone e Wiggins), tudo isso fez a gente sair do padrão que tínhamos com o Padola, no Campeonato Paulista e na Supercopa Brasil. Demoramos para conseguir o entrosamento ideal, acredito que esse tempo de adaptação foi o nosso primeiro turno inteiro. Felizmente conseguimos esse entrosamento, essa química entre nós”, explicou Tiagão.

Uma das principais figuras alviverdes no NBB, Tiagão destacou a importância de manter uma sequência no elenco. A continuidade que o Palmeiras demorou a conseguir, deve ser mantida, para os jogadores seguirem com o mesmo entrosamento que orgulhou a toda a nação palmeirense na reta final do maior campeonato do basquete brasileiro.

“Para as próximas temporadas, o Palmeiras precisa de continuidade. A mesma continuidade e entrosamento que demoramos a conseguir neste campeonato, precisa se manter agora. Para isso acontecer, algumas peças precisam permanecer no elenco para não desestruturar a equipe. Se isso acontecer, o Palmeiras tem tudo para fazer grandes campeonatos pela frente”, finalizou Tiagão.

A reta final da quinta edição do NBB foi apenas uma prova da  tradição do basquete palmeirense, que já gerou muitas conquistas, revelou grande jogadores e tem tudo para seguir gerando ótimos frutos nesta volta à elite nacional.

Tiagão cumprimenta a apaixonada torcida palmeirense, que lotou o Palestra na reta final do NBB (Fábio Menotti/Divulgação)