Ano histórico para o basquete

No dia 2 de agosto de 2009, no Club Athletico Paulistano, em São Paulo, nasceu a Liga Nacional de Basquete (LNB). A entidade surgiu da união dos principais protagonistas do basquete nacional e o comprometimento de 19 clubes. O objetivo da LNB é de reconduzir o esporte ao posto de segundo mais popular do Brasil, atrás apenas do futebol.

Baseada no que há de mais moderno e bem-sucedido no conceito de gestão esportiva no mundo, a LNB traz ao País a idéia consagrada pela NBA: uma liga independente, gerida pelos próprios clubes. Para isso, foi criado um Conselho de Administração, cuja responsabilidade é de comandar o basquete nacional de forma transparente. “O importante do Conselho de Administração da LNB é que ninguém decide sozinho. Tudo é decidido entre os clubes. Existe uma transparência total das ações. É uma maneira moderna de administrar o esporte”, disse Jorge Bastos, um dos membros do Conselho e representante do Universo/BRB/Financeira Brasília.

Em parceria com a Rede Globo e patrocínio da Eletrobrás e da Spalding, a LNB criou o Novo Basquete Brasil (NBB), o campeonato nacional masculino de basquete. A primeira edição do NBB teve início no dia 28 de janeiro de 2009, com a participação de 15 clubes de sete estados do País. De janeiro a junho, foram disputadas 245 partidas e o basquete voltou a ser transmitido pela TV aberta, após muitos anos, na final em que o Flamengo conquistou o título diante do Universo.

A final do NBB marcou também o retorno do público amante do basquete às arquibancadas. Nos cinco jogos da decisão, uma média de 13 mil pessoas compareceu aos ginásios no Rio de Janeiro e em Brasília para assistir às partidas. “A Rede Globo sempre apoiou as competições olímpicas e o basquete tinha um potencial muito grande, mas passava por um momento difícil. Essa parceria tem o objetivo de fazer com que o basquete volte a ter a atenção do público e da mídia. Foi uma medida acertada”, afirma o diretor de Esportes da TV Globo, Luiz Fernando Lima.

Na primeira edição do NBB foram arrecadados cerca de 1,7 milhão de reais entre patrocínios e franquia dos clubes. O quadro abaixo mostra como foram gastos esse valor nas principais demandas da LNB:

O NBB proporcionou também o retorno do Jogo das Estrelas, evento que não era organizado no basquete nacional há muito tempo. O jogo foi realizado no dia 22 de março, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, e contou com os principais ídolos do basquete nacional, que disputaram a partida exibição e os torneios de enterrada e 3 pontos. Cerca de 25 minutos do jogo foi transmitido ao vivo, no Esporte Espetacular, da TV Globo.

Além das mudanças no campeonato nacional, a LNB ainda foi responsável por organizar outros eventos importantes para o desenvolvimento do basquete no País. Em julho, foi realizado a 1ª Clínica Internacional de Treinadores de Basquete, em parceria com a CBB, que contou com a presença de mais de 100 técnicos e a participação de treinadores estrangeiros conceituados, como o argentino Julio Lamas e os espanhóis Ricard Casas e Moncho Monsalve, técnico da Seleção Brasileira, além dos renomados técnicos brasileiros Hélio Rubens, Lula e Flávio Davis .

Os árbitros também tiveram a oportunidade de aprimorar tecnicamente no 1º Seminário de Árbitros Eletrobrás, em outubro. Cerca de 50 membros do quadro de arbitragem do NBB estiveram presentes e passaram por avaliações físicas e treinamentos teóricos e práticos, na Unicamp, em Campinas (SP).

Um novo e moderno sistema de estatísticas foi lançado para a segunda temporada do NBB. Além de uma tabela completa de informações que podem ser acompanhadas em tempo real a cada rodada da competição, foi incluída também uma série de novidades. Os principais são os itens “Campograma”, que permite a visualização de cada execução dos fundamentos em quadra; o “Gráfico”, que faz uma análise comparativa das duas equipes no jogo; e o “Lance a lance”, que narra todas as jogadas de ataque e defesa na partida.

Ainda em 2009, no dia 1º de novembro, a LNB deu início ao segundo NBB. Apesar de contar com um time a menos que na primeira edição, o calendário desta temporada aumentou de seis para sete meses de disputa. Mais jogos serão disputados, principalmente, porque o sistema de classificação para as fases finais tornou-se mais competitivo, com 12 equipes tendo oportunidades de chegar às quartas-de-final.

Agora, os quatro primeiros colocados na fase de classificação garantem a vaga para a próxima etapa e do quinto ao 12º lugar será disputado um classificatório para definir as vagas remanescentes, com os seguintes cruzamentos: 5º x 12º, 6º x 11º, 7º x 10º, 8º x 9º. Todas as séries serão definidas em melhor-de-cinco jogos.

Em pouco tempo de vida, a LNB conseguiu dar um grande passo rumo à evolução do basquete brasileiro. “Olhando a retrospectiva de tudo que fizemos, o ponto principal é que conseguimos a união dos clubes. Conseguimos passar credibilidade e confiança a eles”, avalia o presidente da LNB, Kouros Monadjemi.

“Para 2010 temos novos desafios: um campeonato mais disputado tecnicamente; uma disputa, em abril, entre as quatro equipes mais bem colocadas nas ligas do Brasil e da Argentina; ainda, apoiar a criação das Associações de Jogadores, Técnicos e Árbitros; além da aprovação de uma política de Ascenso e Descenso que irá permitir a inclusão de novas equipes na LNB”, completou o presidente.