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Aplicado

10-04-2013 | 04:49
Por Liga Nacional de Basquete

Talento com a bola nas mãos e aluno exemplar: conheça a história de Luis Felipe Ricci, jovem armador do Franca convocado para Seleção Brasileira Sub-19

Ricci divide seu tempo entre estudos e treinos: segundo o garoto, disciplina é o segredo do sucesso (Lucas Diniz - Vivo/Franca)

Nos dias de hoje, poucos atletas profissionais mantêm os estudos em dia. Porém, um jovem armador francano está pronto para quebrar esta “regra”. Considerado uma das grandes promessas do basquete da cidade do interior paulista, Luis Felipe Ricci, de 18 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-19 e faz parte do elenco do time profissional do Vivo/Franca. Porém, o que mais chama atenção no garoto é sua facilidade para conciliar seu trabalho nas quadras com seu ótimo desempenho nos estudos.

Aluno dedicado, Ricci cursa o primeiro semestre do curso de Engenharia de Produção na Uni-FACEF (Centro Universitário de Franca). Porém, o garoto teve que tomar uma decisão difícil antes de ingressar na universidade. O atleta foi aprovado, no expressivo sétimo lugar, na UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e tinha a possibilidade de estudar sem custos. Mas, a chance de fazer uma faculdade em sua cidade natal para poder continuar com sua carreira no basquete influenciou diretamente na decisão do atleta.

“Embora pareça uma decisão difícil, eu já estava me preparando para a possibilidade de entrar em universidades federais e escolher o basquete. Com 17 anos, minha prioridade era não abrir mão do sonho de jogar basquete e de representar a Seleção Brasileira, já que futuramente eu posso investir em minha carreira acadêmica. Além disso, minha família me ajudou e apoiou nesta decisão”, comentou o garoto, que ainda foi aprovado em outras duas universidades particulares: Engenharia de Produção na FEFRJ, no primeiro lugar, e Administração de Empresas na FEI, no terceiro lugar.

Com apenas 18 anos, Ricci disputou sete partidas pelo Franca na atual edição do NBB (João Pires/LNB)

Empenhado dentro e fora das quadras, o jogador francano terá que dar uma pausa em sua pesada rotina diária de treinos e estudos. Isso porque o atleta se apresentará nesta quarta-feira ao selecionado verde-amarelo para garotos até 19 anos, que iniciará sua preparação para o Mundial da categoria, na cidade mineira de São Sebastião do Paraíso. Porém, se engana quem pensa que Ricci irá esquecer os estudos durante o período em que estiver com a Seleção.

Caso seja um dos 12 atletas escolhidos pelo técnico Demétrius para representar o Brasil na competição mundial, Ricci ficará até o dia 7 de julho longe das aulas de Engenharia de Produção. Mas, o garoto, que já está acostumado com as viagens por conta do basquete e sabe como fazer para não ficar para trás em relação a seus colegas de classe: estudar sozinho.

“Não será fácil, mas desde o Ensino Médio lido com essas situações. É necessário ser autodidata, então levarei apostilas para poder estudar enquanto estiver na Seleção. Além disso, farei provas em datas especiais”, explicou o atleta.

Este lado intelectual do armador não é novidade para seus companheiros de time e de seleção. Nome frequente nos selecionados brasileiros de base, Ricci sempre soube ocupar seu tempo livre nas concentrações e até virou algo de gozações dos outros garotos. Nada de vídeo-game ou baralho, o negócio do francano é sempre exercitar a cabeça.

Ricci é um dos bons nomes da nova geração francana (Newton Nogueira/Divulgação)

“Sempre rola umas brincadeiras. Na seleção, no meu tempo livre, eu gosto de montar cubo mágico, fazer meus joguinhos de lógica. Aí, o pessoal tira um pouco de sarro (risos)”, brincou o jogador, que fez parte do elenco do time do interior paulista vice-campeão da última edição da Liga de Desenvolvimento de Basquete.

A tranquilidade de Ricci para conciliar o trabalho escolar e a responsabilidade de ser atleta não é de agora. Desde seus primeiros passos dentro de uma quadra de basquete, o garoto sempre se destacou por seu talento com a bola laranja, mas nunca deixou de lado os estudos, sempre com as altas notas. E qual o segredo para tudo isso? Disciplina.

“Desde pequeno, soube associar minhas facilidades com disciplina. Com viagens, jogos e treinos, não sobra muito tempo para os estudos, assim, faz com que eu valorize o tempo que dedico aos estudos, prestando muita atenção nas ‘poucas’ aulas que assisto. Acredito que a disciplina é o segredo para obter resultado”, disse.

A alta capacidade do garoto é um dos pontos positivos na visão do técnico francano Paulão Berger. Comandante de Ricci na categoria sub-19 e também na Liga de Desenvolvimento de Basquete, o treinador rasgou elogios ao jovem armador.

“O Ricci é um ótimo jogador. Como a sua posição, armador, requer boa leitura de jogo. A inteligência é fundamental para se destacar e ele possui esse talento. O seu nível intelectual é muito desenvolvido tanto para o basquete como para as atividades escolares. Além disso, ele possui comprometimento no basquete e nos estudos”, disse Paulão.