Após uma trajetória construída com muito esforço e dedicação, Arthur Pecos decidiu se aposentar. A escolha foi feita com o coração em paz, encerrando uma jornada marcada por amor ao esporte que moldou sua vida desde muito pequeno. De forma serena e planejada nos últimos meses, o armador encerrou o ciclo no basquete aos 30 anos e, assim como partia com convicção para converter uma bandeja, definiu o que pretende para o futuro longe das quadras.

“Vou morar em São José dos Campos e me dedicar ao meu negócio. A maioria das pessoas não sabe, mas eu tenho duas pizzarias, uma em São José dos Campos e outra em Bauru”, contou Pecos. A Bom Peregrino oferece um rodízio de pizzas gourmet, com sabores como Doritos, filé ao alho e costelinha com barbecue. Tudo isso sem abandonar o lado influencer. “A ideia é que eu consiga me dedicar ao meu negócio e também trabalhar com internet de uma forma mais profissional do que eu já vinha trabalhando. Agora com um foco 100% nessas duas caminhadas da minha vida”, completou o agora ex-jogador, que há algum tempo já abastece o seu perfil no Instagram e TikTok.

Arthur Pecos se despediu do basquete pelo Botafogo. Foto: Marcos Limonti / SFB

Pecos começou no basquete aos seis anos. E foi justamente essa longa caminhada que foi determinante na decisão de parar de jogar tão cedo. “Talvez eu pudesse jogar com certeza, mas uns, cinco, seis, sete anos… Mas, esse ano, eu completo 25 anos de basquete. É uma história muito grande. A junção de várias coisas me fez tomar essa decisão de parar, principalmente o cansaço mental e físico. São 25 anos de basquete, uma vida inteira me dedicando, abdicando de várias coisas, estar sempre longe da família, não ter a minha liberdade”, explicou.

“Estou em um momento diferente da minha vida, onde você começa a pensar em outras coisas, que a maioria dos atletas não faz, que é pensar no futuro. Tive oportunidade para pensar no meu futuro e também começar a trilhar isso. Sei que jogaria mais alguns anos, mas, como eu falei, é uma junção de todas as coisas, principalmente esse tempo que eu já estou em quadra, esse tempo que eu me dediquei muito todos esses anos”, acrescentou.

 

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Apenas no NBB CAIXA foram 13 das 17 temporadas da história da competição. A primeira foi em 2012/13 pelo Palmeiras. Depois disso, Pecos defendeu Paulistano, Flamengo, Mogi Basquete, Corinthians, Unifacisa, Rio Claro, São José Basketball, Pato Basquete e Botafogo. São 406 jogos nesta trajetória na Liga, com 2,816 pontos, 1,260 rebotes e 1,352 assistências. Ele foi duas vezes vice-campeão em 2013/14 e 2016/17, ambas pelo Paulistano.

“Olho para trás na minha carreira e tenho muito orgulho, porque isso é a continuação do sonho da minha família, dos meus tios, dos meus pais, das minhas irmãs, do meu irmão. Talvez a única coisa que eu não realizei foi ter ido para a NBA, que era um sonho, mas, se eu olhar para trás, todas as seleções, todos os camps, passagem por vários times do Brasil. Talvez eu não tenha sido campeão do NBB CAIXA, ter dois vice-campeonatos, mas ter sido o melhor sexto-homem. Saber que estou entre os 15 maiores em assistências da história da Liga, ser um cara que tem mais de 2 mil pontos, mais de mil assistências, mais de mil rebotes. Pensar na minha trajetória dentro da Liga, com 13 anos, é uma coisa que eu penso que eu realizei muitas coisas que eu nem imaginava. Não penso no que faltou eu realizar e sim no que eu fiz”, afirmou.

Arthur Pecos em ação pelo Palmeiras em sua primeira aparição no NBB CAIXA. Foto: Arquivo/LNB

Pecos cita dois momentos como especiais. “Quando eu fui para o Jordan Brand Classic 2010 e a primeira convocação para a seleção brasileira. Era uma coisa que eu não esperava, apesar de eu ter vivido muitos momentos no basquete e, lógico, a seleção adulta, essa convocação para a seleção adulta foram momentos marcantes, apesar de ter vivido muita coisa dentro da quadra, muitos momentos especiais.”

Agora aposentado, Pecos sabe da importância de se preparar para seguir o caminho que escolheu seguir no pós-carreira. “Tanto para parte dos negócios quanto para o trabalho com a internet, já tenho em vista coisas que eu vou fazer, já estão bem próximas. Mas sim, tenho de profissionalizar do mesmo jeito que se profissionalizou no esporte. Tem de buscar. Eu não fiz nenhuma faculdade, não pretendo fazer faculdade em si, mas cursos”, encerrou.