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NBB Caixa / Seleção Brasileira

Ascensão meteórica

23-06-2015 | 04:47
Por Liga Nacional de Basquete

Depois de estrear no NBB com grande desempenho com a camisa do Mogi, pivô Gerson comemora a chance de defender a Seleção Brasileira

Ano de mudanças: de "contratação desconhecida" do Mogi, Gerson chegou à Seleção Brasileira (Divulgação)

De “contratação desconhecida” do Mogi à Seleção Brasileira: NBB 7 mudou a vida do pivô Gerson (Divulgação)

Antes de ser contratado pelo Mogi das Cruzes/Helbor, em meados de julho de 2014, o pivô Gerson era apenas um dos muitos garotos brasileiros que tentaram a sorte no esporte universitário norte-americano. Um ano depois, tudo mudou e o jovem carioca de 24 anos é um dos pré-selecionados pelo técnico Rubén Magnano para defender a Seleção Brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015.

Com uma verdadeira ascensão meteórica em sua trajetória profissional, Gerson deixou de ser apenas um desconhecido no certame nacional para se tornar um dos grandes nomes da nova geração do basquete do país. Mas como explicar essa incrível mudança na carreira do pivô? Simples. O jogador viveu grandes momentos no NBB 7 com a camisa do Mogi e rapidamente chamou a atenção da comissão técnica da Seleção.

“Foi um ano muito bom, um ano de muitas surpresas, mas surpresas planejadas, pensadas e trabalhadas. Voltei dos Estados Unidos e queria mostrar meu trabalho em quadra, o que consigo fazer. Fora isso cheguei ao Mogi para continuar aprendendendo com quem eu estava jogando e com o próprio Paco, outra figura importante nessa minha evolução. Posso dizer também que o trabalho diário com jogadores mais experientes como Shamell, Tyrone e Paulão, me ajudou demais a chegar até aqui também”, disse Gerson.

Apesar de atuar ao lado de grandes jogadores, com Shamell e Paulão, Gerson não demorou a mostrar seu talento e logo nas primeiras semanas da última edição do maior campeonato de basquete do país passou a ganhar destaque. O grande “boom” para o camisa 6 mogiano aconteceu em dezembro e, somente nas seis partidas disputadas no último mês do ano de 2014, o jogador atingiu expressivas médias de 12,3 pontos e 9,6 rebotes.

Neste período, Gerson também cravou seus recordes pessoais no NBB em pontos (22 contra Macaé) e rebotes (14 contra a Liga Sorocabana). Depois disso, o garoto se firmou de vez na rotação do técnico Paco García e seguiu com boas atuações. Com um “fôlego de menino”, o camisa 6 não ficou de fora de nenhuma das 40 partidas que Mogi disputou na competição nacional.

“Tudo correu bem, as coisas se encaixaram e Mogi foi um excelente time para mim. Segui trabalhando, conquistando meu espaço dentro do grupo e a cada mês que passava sentia que meu jogo se desenvolvia mais. O time também foi evoluindo e consegui ajudar da melhor forma. Com tudo isso, consegui chegar à Seleção, que foi algo que eu não esperava, mas que me deixou muito feliz”, explicou o pivô, quinto jogador com mais tocos na temporada 2014/2015 do NBB.

Sempre com muita energia, Gerson se mostrou à vontade em quadra durante o NBB 7 (Alex Tavares/Divulgação)

Sempre com muita energia, Gerson se mostrou à vontade em quadra durante o NBB 7 (Alex Tavares/EverydayMogi)

Nascido no Estado do Rio de Janeiro, Gerson deu seus primeiros passos no basquete na Associação Balbina Fonseca, em Valença, e depois foi jogar no América de Três Rios. Após se destacar no Campeonato Brasileiro Sub-17, em 2009, pela seleção carioca, o então garoto foi contratado pelo Esporte Clube Pinheiros (SP) para atuar nas categorias de base. Na metade de 2010, no entanto, a aventura do carioca na capital paulista chegou ao fim e o pivô partiu para os Estados Unidos.

“Quando estava no meu último ano de juvenil no Pinheiros decidi ir para os Estados Unidos. Lá tive a oportunidade de aprender mais sobre o basquete e melhorar o meu jogo”, afirmou Gerson.

Na “Terra do Tio Sam”, Gerson passou primeiro pelo College of Southern Idaho e depois chegou à tradicional Colorado State University, faculdade que disputa a principal divisão do basquete universitário dos Estados Unidos. Depois de se formar no curso de Artes Liberais e concluir sua passagem em solo norte-americano, o brasileiro não pensou duas vezes em retornar a seu país natal para atuar pelo Mogi.

Mesmo em sua primeira temporada no NBB, Gerson já caiu nas graças da torcida mogiana (Cleomar Macedo/Divulgação)

Mesmo em sua primeira temporada no NBB, Gerson jfoi um dos destaques do semifinalista Mogi (Cleomar Macedo/Divulgação)

“No ano passado, já terminando a faculdade, conversei com meus agentes e eles buscaram uma equipe no Brasil. Surgiu a chance de jogar no Mogi das Cruzes e desde então tem sido um novo aprendizado para mim”, disse Gerson, dono de médias de 7,3 pontos, 5,7 rebotes e 21,3 minutos por jogo no NBB 7.

“Nos meus quatro anos nos Estados Unidos busquei traçar pequenos objetivos para quando chegasse ao Brasil. Queria conseguir meu espaço no time, depois conseguir meu espaço e me destacar na liga e tudo foi acontecendo gradativamente. Chegar na Seleção foi um sonho que eu ‘não estava sonhando ainda’, mas já estou realizando e estou aproveitando o momento para aprender mais. Os melhores jogadores do Brasil estão aqui e estou buscando desenvolver mais meu jogo para cada dia jogar melhor, para ser um jogador mais completo”, completou.

Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, Gerson e seus companheiros debutarão no dia 21 de julho, diante do selecionado de Porto Rico. O Brasil está no Grupo A e ainda enfrentará Venezuela e Estados Unidos na primeira fase. Os dois primeiros avançam às semifinais.

“Estamos trabalhando forte, em dois períodos, a galera está muito motivada e o Rúben também, por isso estamos trabalhando forte e vamos chegar com força, para ganhar medalha”, exaltou Gerson.