Invicto na janela

Em sua segunda partida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo FIBA Catar 2027, o Brasil sofreu mais do que o esperado, mas confirmou o triunfo diante do Chile por 78 a 62, pelo Grupo C, neste domingo (30/11), no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo. Após um primeiro tempo dominante, a seleção brasileira viu o adversário crescer na volta do intervalo e reduzir drasticamente a diferença no último período, mas mostrou maturidade nos minutos finais, retomou o controle do jogo e assegurou uma importante vitória diante da torcida.

O armador Alexey Borges foi o maior pontuador da seleção brasileira com 18 pontos, mas o principal destaque foi Georginho de Paula, que terminou o jogo com 17 pontos, sete rebotes e três assistências para 23 de eficiência. Caio Pacheco também contribuiu com 14 pontos, enquanto Léo Meindl flertou com um duplo-duplo, registrando 11 pontos e nove pontos para 18 de eficiência. Pelo Chile, Felipe Haase, assim como no jogo em Valdivia, foi o cestinha com 15 pontos.

Alexey Borges foi o cestinha da seleção na vitória sobre o Chile. Foto: Fabrício Miguel

“Nos preparamos bem para o tipo de defesa que eles fizeram lá no Chile, de trocas, principalmente nos bloqueios. No primeiro tempo, nós tivemos um aproveitamento ótimo, mas aí, no segundo tempo, esse aproveitamento não foi mais o mesmo, eles aumentaram o nível de intensidade e tivemos de procurar outras formas de atacar, procurar outras soluções para a defesa deles. E por isso o jogo acabou ficando mais difícil, alguns erros defensivos também que custaram caro, quando demos contra-ataques para eles. Mas sabíamos que seria outro jogo duro e o mais importante é conseguir uma vitória”, afirmou Alexey Borges.

A seleção iniciou o primeiro período exatamente como Aleksandar Petrovic havia pedido, com uma defesa mais intensa, física e dominante. A postura agressiva rendeu uma arrancada de 9 a 0. A primeira cesta do Chile só caiu perto dos quatro minutos, quando teve o momento mais positivo do quarto. No restante da parcial, o Brasil controlou as ações, explorando bem o entrosamento de Georginho e Lucas Dias, dupla do Sesi Franca, e se beneficiando do aproveitamento perfeito de Alexey Borges, do Flamengo, nos arremessos do perímetro (2/2). Com mais consistência em ambos os lados da quadra, o time brasileiro fechou o período inicial com 25 a 16, abrindo nove pontos de vantagem.

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O Brasil manteve o ritmo forte no segundo período e emendou uma sequência devastadora. Foram três bolas de três seguidas, acompanhadas de mais duas cestas próximas ao aro, que construíram uma corrida de 13 a 2 que ampliou a vantagem para 20 pontos e obrigou o Chile a pedir tempo. Assim como no primeiro quarto, os chilenos tentaram reagir imediatamente e devolveram com uma sequência de 5 a 0, mas a resposta brasileira foi ainda mais contundente. Com Alexey e Gui Deodato, companheiros de Flamengo, assumindo o protagonismo ofensivo, a seleção retomou o comando do jogo, fez 22 a 9 na parcial e levou para o intervalo uma vantagem de 22 pontos: 47 a 25.

O terceiro período foi o mais irregular da seleção, marcado por um jogo mais truncado e menos fluido. O Chile aumentou sua intensidade defensiva e conseguiu transformar essa energia em produção ofensiva, distribuindo bem suas ações e colocando sete jogadores diferentes na pontuação. Sem encontrar o mesmo ritmo, o Brasil acabou zerado no perímetro (0/5) e perdeu consistência dos dois lados da quadra. A equipe chilena venceu a parcial por 26 a 14, superando em pontos tudo o que havia produzido nos dois primeiros quartos somados. A vantagem brasileira caiu para 10 pontos antes dos 10 minutos derradeiros.

No último período, o Chile continuou pressionando e trazendo dificuldades para o Brasil. A vantagem que era de 22 pontos no intervalo foi diminuindo gradualmente até chegar a apenas cinco pontos, após uma corrida chilena de 9 a 0 com cerca de três minutos para o fim. O clima ficou tenso no ginásio, mas Alexey apareceu em um momento importante, convertendo uma bola tripla crucial que esfriou a reação adversária e reacendeu a torcida. Impulsionada pelo apoio do Wlamir Marques, a seleção retomou o controle emocional e confirmou o segundo triunfo nas Eliminatórias.