#JOGAJUNTO

Rio 2016 / Seleção Brasileira

#BrasilÉhistória – 1996

04-08-2016 | 07:07
Por Liga Nacional de Basquete

Após renovação da Era pós Kanela, Seleção Brasileira comandada por Oscar, Marcel e Pipoka tem seu fim em Atlanta, em 1996, novamente nas quartas de final

Em 1984, Seleção Brasileira caiu na primeira fase, mas logo após este resultado se reergueu como potencia mundial ao vencer os Estados Unidos no icônico Pan-Americano de 1987. Após incrível resultado, Brasil cai nas quartas de finais três vezes seguidas e geração Oscar Schmidt, Marcel e Pipoka tem seu fim nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta, na sexta colocação.

Na década de 80 a equipe brasileira sofreu altos e baixos em pouco tempo. Após o fracasso em Los Angeles, a Seleção obteve um grande acréscimo em seu plantel, com a adição de Pipoka, Paulinho Villas-boas e Rolando, atletas que conquistaram o bronze no mundial sub-19, em 1983. Já em 1987, em pleno Pan-Americano de 1987, nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira foi a primeira equipe a conquistar uma vitória em território norte-americano. Com 46 pontos de Oscar, a vitória na final do torneio aconteceu, por 120 a 115, e a conquista do ouro pelo elenco verde e amarelo. Você confere essa partida histórica no vídeo abaixo:

Depois deste incrível desempenho da Seleção, em 1988, Oscar e Marcel já despontavam no cenário mundial e tinham grande função dentro da equipe. Nesta década nosso basquete também passou a ser bastante exportado e vários jogadores trocaram as equipes brasileiras pelo campeonato europeu. Nas Olimpíadas da Coreia a equipe verde e amarela, comandada pelo técnico Ary Vidal, tinha como principal arma o “Mão Santa”, que iniciou sua série de competições como cestinhas nesta Olimpíada.

5zld2i1hogsbvykkvoi7bnci0

Por 120 a 115, a Seleção Brasiliera foi a primeira equipe a vencer os Estados Unidos em território norte-americano (Divulgação)

A equipe começou bem no Grupo A, bateu o Canadá, China, Egito, mas perdeu para os EUA e para a Espanha, jogo decisivo, que Oscar anotou 55 pontos (maior na história das Olimpíadas), e precisavam vencer para não encontrar a URSS na próxima fase. Todavia, o algoz novamente apareceu e a Seleção caiu nas quartas de final. Mais tarde venceu Porto Rico e Canadá, ficando na quinta colocação da competição.

Confira os jogos do Brasil nas Olimpíadas de 1988:

Grupo B
Brasil 125 x 109 Canadá
Brasil 130 x 108 China
Brasil 87 x 102 EUA
Brasil 138 x 85 Egito
Brasil 110 x 118 Espanha

Fase Final
Brasil 105 x 110 URSS
Brasil 104 x 86 Porto Rico
Brasil 106 x 90 Canadá – 5º Lugar

Neste torneio, Oscar Schmidt selou sua história no basquete mundial. Em oito jogos, o “Mão Santa” anotou 338 pontos, acumulando uma média de 42,3 pontos por partida em Seul. Fez apenas três jogos com menos de 40 pontos e se tornou o maior cestinha da história das Olimpíadas. Seu aproveitamento dentro de quadra ainda superava os 56% e sua marca de 55 pontos foi imortalizada e você pode conferir abaixo.

Em 1992, após outra troca de treinador, a Seleção Brasileira voltou a alcançar a quinta colocação do torneio. Com uma derrota para Espanha, por um ponto, sendo a única equipe a perder para o time espanhol naquela competição, o Brasil se classificou em terceiro e na outra chave pegou a Lituânia, ex-União Soviética. Novamente, o Brasil foi retirado da continuidade do torneio e alcançou o quinto lugar ao vencer Porto Rico e Austrália.

Confira os jogos do Brasil nas Olimpíadas de 1992:

Grupo A
Brasil 76 x 93 Croácia
Brasil 100 x 101 Espanha
Brasil 76 x 66 Angola
Brasil 83 x 127 EUA
Brasil 85 x 76 Alemanha

Fase Final
Brasil 96 x 114 Lituânia
Brasil 86 x 84 Porto Rico
Brasil 90 x 80 Austrália – 5º Lugar

Esta foi a última olimpíada em que Marcel participou. Aos 35 anos, o atleta anotou dois jogos com 12 ou mais pontos na competição e deu adeus a equipe. Uma reformulação foi feita para os próximos anos e até Oscar ficou um tempo fora do elenco. Até que Ary Vidal, voltando a Seleção, em 1995, retornou com o atleta e em Atlanta a equipe titular tinha Ratto, Fernando Minucci, Rogério Klafke, Oscar Schmidt e Josuel.

12250664

Em 1992, o Brasil caiu para os Estados Unidos nas quartas de final (Divulgação)

O mesmo formato foi mantido e as equipes foram divididas em dois grupos compostos por seis nações distintas. No Grupo B, o Brasil se reunia com a Iugoslávia (que ficou fora por um tempo do cenário mundial por causa da Guerra Civil), Austrália, Grécia, Porto Rico e Coreia do Sul.

Na primeira partida, o Brasil aplicou uma boa vitória diante de Porto Rico, todavia, logo em seguida, a equipe verde e amarela caiu novamente para a Grécia em um jogo muito disputado. Nos dois jogos seguintes, a Seleção não teve chances contra a Iugoslávia e Austrália, mas no último confronto conseguiu bater a Coreia do Sul e se classificou na quarta colocação.

ATLANTA - JULY 20: Oscar Schmidt #14 of Brazil shoots a jump shot against Puerto Rico during the 1996 Summer Olympic Games on July 20, 1996 in Atlanta, Georgia. Brazil defeated Puerto Rico 101-98. (Photo by Doug Pensinger/Getty Images)

Oscar Schmidt foi cestinha das Olimpíadas de 1996, terceira seguida (Divulgação)

Confira os jogos do Brasil na primeira fase:

Grupo B
Brasil 101 x 98 Porto Rico
Brasil 87 x 89 Grécia
Brasil 101 x 109 Austrália
Brasil 82 x 101 Iugoslávia
Brasil 127 x 97 Coreia do Sul

Do outro lado, o Grupo A, continha Estados Unidos, Lituânia, China, Croácia, Angola e Argentina. Com facilidade e unanimidade, os EUA passaram na primeira posição e enfrentaram a equipe canarinho nas quartas de final da competição. Nas quartas de final, a equipe verde e amarela perdeu, por 98 a 75, e foi brigar pelo quinto lugar. Venceu a Croácia, por 80 a 74, mas perdeu para a Grécia, por 91 a 72, ficando na sexta colocação.

A conjuntura mundial dificultou a situação para o Brasil. A União Soviética se dividiu e duas grandes potências foram criadas: a Lituânia e a Rússia. Isso aconteceu também na Iugoslávia, que formou a Sérvia e a Croácia. Além disso, Grécia e Argentina formavam outras potências do basquete mundial imprevisíveis. Não a toa a Seleção passou a brigar pela quinta posição em tantas vezes seguidas.

Esta foi a última Olimpíada de Oscar Schmidt, terminou como cestinha novamente, e de todos aqueles que estavam no time. Nenhum jogador repetiu o feito pois não conseguiram a classificação. A renovação aconteceu mais tarde e o técnico Ary Vidal saiu da equipe, abrindo espaço novamente para Hélio Rubens.